sexta-feira, 29 de maio de 2009

mais sobre posicionamentos

Recebi essa mensagem a dois dias e gostaria de compartilha-la com vocês. As vezes algumas pessoas tem se demonstrado um tanto relutantes com as propostas (?) para mudar alguma coisa a nossa volta (existem coisas que precisam de mudanças, não?), e em certos casos pior ainda, vão sendo tomadas por um certo "neo-niilismo-pós-moderno-derrotista" que não escapa nada nem ninguém e dizem que estamos caminhando para o fundo do poço. A mensagem abaixo vai na contra-mão desse tipo de postura. Apesar dos riscos e temores, algumas pessoas já se posicionaram com a radicalidade necessária e caminham com toda dignidade possível. Para mim é um dos melhores recortes que me deparei recentemente daquilo que significa ser uma pessoa interessada em outras pessoas, alguém sem receio de dizer de onde fala, particularmente no norte do continente americano, principalmente da esquerda da esquerda. Venha de onde vier, aquele que luta sempre será fundamental para melhorar o mundo. Você também pode não concordar com tudo que será dito aqui, tudo bem, não procuramos a unanimidade, mas não pode negar o direito disso existir no coração de alguém e da razão que lhe pertence; mas acho que esse não é o caso de boa parte das pessoas que aparecem por aqui. Porém amigos, não se iludam, muitos por aí acham que vozes assim devem ser silenciadas. Agora vamos ao que considero uma verdadeira lufada de ânimo para uma vida melhor e também para engrossar as fileiras d@s guerreir@s dos tempos atuais.
Abraços

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Surpreendeu-me, muito, quando outro dia no Wikileaks, um sítio da internet que anonimamente publica documentos do governo, vi meu nome mencionado na “Avaliação de Ameaça Terrorista” de Virginia. Sob o título Extremistas Anarquistas”, estou identificado como um anarquista extremista! Nós, “extremistas anarquistas”, estamos no topo da lista na ameaça de terrorismo doméstico na cidade de Virginia, bem acima dos grupos de supremacia branca que têm, até mesmo, assassinado pessoas. Fábricas poluidoras, companhias de fabricação de armas, patrões negligentes, usinas nucleares, sindicato dos guardas da prisão – nenhum deles faz parte da lista, embora eles sejam responsáveis pelas inúmeras mortes infinitamente maiores do que o/as humildes anarquistas do estado, que se contentam em escrever, protestar, organizar centros sociais, distribuir comida grátis, e, talvez, ocasionalmente sabotar a propriedade do governo e das corporações.

A informação citada na seção sobre os anarquistas revela que, por um lado, os peritos em segurança na Virginia estão coletando informações sobre pessoas como eu em mais de uma dúzia de municípios pelo estado, e de outros. Estes peritos em segurança estão indo atrás, erroneamente, de idiotas que não têm a mínima noção sobre teoria e prática anarquista e não conseguem distinguir entre as reais organizações anarquistas que estão ativas há anos e irônicos nomes falsos assinados em panfletos e comunicados humorísticos.

Não tenho dúvida de que meu nome é o único citado na seção “anarquista” da “Avaliação de Ameaça Terrorista” porque sou o único anarquista da Virginia cujo nome aparece em uma “busca” no Google, já que eu escrevi um livro e mais alguns outros, e meu nome tem sido referência na mídia em relação a um punhado de julgamentos.

Eu também não tenho dúvidas sobre quais táticas o FBI e a polícia consideram justas para usar contra as pessoas que eles estão avaliando como terroristas. Uma das poucas coisas que talvez possa limitar seu poder regularmente exercido de vigiar, acossar, incriminar, prender, torturar e até mesmo matar, é a medida na qual bons cidadãos acompanham estes acontecimentos ou ignoram. É claro, eles têm que ser um pouco mais gentis com pessoas como eu – branco e de classe média – embora os últimos anos tenham mostrado que eles estão conseguindo amedrontar a sociedade americana o suficiente para prender impunemente, também, tais pessoas similarmente privilegiadas, dando sentenças de mais de 22 anos, por incendiar um laboratório de pesquisa genética em uma ação política que não feriu ninguém. Incendiar um laboratório é ilegal, mas o fato é que o governo não deixou nenhum meio legal para deter uma indústria na qual nenhum mandato público existe e na qual irrevogavelmente muda toda a nossa vida e o futuro de nosso planeta – a engenharia genética. Nunca fomos consultados sobre isso, nem sobre quaisquer outros desenvolvimentos políticos e econômicos que estão mudando – malditos! Vamos ser honestos, destruindo – nossas vidas! Certamente, nós não sugerimos pelo afunilamento de uma grande porção da riqueza de nossa sociedade aos bancos para socorrê-los de uma crise que eles criaram às nossas custas, e o governo não nos dá nenhum meio legal para punir os bancos ou tomar de volta um pouco daquela riqueza. Algumas pessoas têm um respeito servil pela lei acima de todos os valores éticos, o/as anarquistas não!

Este é o porquê do/as anarquistas serem atualmente o maior foco na Guerra Contra o Terror do governo. E devido ao fato de respeitarmos as necessidades humanas e o meio-ambiente, ao invés de respeitar a lei, ficou fácil de nos perseguir como sendo terroristas, já que o governo federal mudou a definição de terrorismo para atividade ilegal na intenção de pressionar ou mudar a política de governo.

Francamente, houve um mandato popular, orquestrado pela mídia corporativa, para uma guerra contra o terrorismo, porque após o 11 de Setembro a maioria dos estadunidenses estavam bobos o suficiente para acreditar em seu governo, esquecendo por um trágico momento quantas vezes eles atacaram antes. O governo, é óbvio, não perdeu tempo com sentimentalismo; no mesmo dia em que as Torres Gêmeas foram derrubadas, George W. Bush já estava chamando isto “uma oportunidade” em um encontro do Conselho de Segurança Nacional. Internacionalmente, eles imediatamente começaram a se mobilizar para uma guerra contra o Iraque, uma guerra na qual eles não pediram permissão a nós para empreender, embora muitos de nós consentissem com a guerra, entendo-a como parte da Guerra Contra o Terror. Domesticamente, o governo imediatamente tramou a Guerra Contra o Terror como, primeiramente, uma campanha contra o/as muçulmanos, indígenas, ativistas ambientais, ativistas de direitos animais e anarquistas.

Em 2003, a maior investigação contra o “Terrorismo Doméstico” do FBI, utilizando cinco vezes mais escutas do que o segundo maior caso, teve como alvo uma campanha pelos direitos dos animais que jamais foi acusada de matar alguém. Esta campanha, “Pare a Crueldade Animal em Huntingdon” (SHAC), se voltou contra a maior empresa de vivisseção no Reino Unido (que também faz um monte de negócios nos Estados Unidos), a Huntingdon Life Science (HLS), que tortura e mata milhares de animais todos os anos visando causas nobres tais como a indústria do cosmético.

Se, anonimamente, pessoas realizam um protesto ou uma ação de sabotagem contra a HLS ou alguma empresa que é cliente deles, a campanha SHAC reporta a notícia em seu sítio de internet. O governo estadunidense especificamente aprovou uma lei, a Animal Enterprise Terrorism, Act, permitindo encarcerar estes ativistas por administrar um sítio da internet e coordenar uma campanha de protesto. Assume-se que se as pessoas enviadas para a prisão tivessem fazendo qualquer coisa previamente considerada ilegal, com toda a vigilância do FBI sobre ele/as, ele/as seriam pego/as e processado/as por isso. Em vez disso, o governo mudou as leis e assim o/as envia para a prisão como sendo terroristas – porque ele/as foram eficientes.

Em uma política definitiva na qual o presidente Barack Obama tem rejeitado se afastar, George W. Bush declarou: “Ou você está conosco, ou você está com os terroristas”. Nós, que não nos identificamos como terroristas, mas sim como pessoas que acreditam na liberdade para todo/as, pessoas dispostas a destruir uma propriedade inanimada para salvar uma floresta, pessoas que se defendem contra a violência policial, temos que concordar: ou você está com o governo, ou você é um terrorista. E se você não nos apóia em nosso terrorismo, que quer dizer respeito pela vida e desprezo pela lei, então, você está apoiando o governo quando eles vêm para nos levar.

Penso que todo mundo que luta por mudanças reconhece que não há maneiras legais para o/as trabalhadore/as se protegerem da crise, para as pessoas recuperarem o controle sobre suas comunidades e terem uma voz nas decisões que afetam suas vidas, para o/as prisioneiro/as se protegerem da tortura, para as nações indígenas terem somente seus tratados respeitados, para as comunidades pobres acabarem com a poluição de seu ar e de sua água. Não estou pedindo para todo mundo concordar sobre quais táticas são apropriadas e necessárias perante esta incerteza, nem exigindo que o/as leitore/as aceitem a proposta anarquista de que o governo e o capitalismo devem ser destruídos para solucionar estes problemas. Estou somente salientando que estamos dedicando nossas vidas para a solução desses problemas, e por isto temos sido rotulados como terroristas, e por isto estamos sendo jogados misteriosamente para as prisões, um a um. Esta Guerra Contra o Terrorismo requer o apoio de todo/as aquele/as que ainda não foram “avaliado/as” como terroristas. Primeiro eles vêm ao mais radical.

Finalmente, virão a você. É hora para todo mundo pendurar uma faixa em sua janela: “Me Oponho à Guerra Contra o Terror. Pergunte-me Por que!”

O futuro – mesmo se meus amigo/as e eu terminarmos na prisão, ou se este país se tornar mais e mais totalitário, ou se o meio ambiente for totalmente destruído - estar com milhões de pessoas “em cima do muro”, céticas ao governo, mas hesitantes para quebrar as regras do jogo que estão tão claramente empilhadas contra elas.

Link com a citação de Extremistas Anarquistas” que pesa sob Peter Gelderloos:

http://wikileaks.org/wiki/2009_Virginia_Terrorism_Threat_Assessment%2C_Mar_2009

Peter Gelderloos é o autor, entre outros livros, de “Como a Não Violência Protege o Estado”, fez parte do Copwatch, Anarchist Black Cross e Food Not Bombs. Ele foi recentemente absolvido de todas as acusações que pesavam sob ele em Barcelona (Espanha), quando estava envolvido com o movimento Okupa, após ser incriminado por “desordem pública com explosivos”, e de ser chamado de terrorista pela polícia espanhola, e ameaçado de pegar mais de seis anos de prisão. Mas foi reconhecido que, na verdade, não havia nenhum explosivo em sua posse, somente uns fogos de artifício durante um protesto, onde testemunhas nem mesmo o viu tocar, as acusações foram pouco a pouco sendo derrubadas dando lugar a acusações de contravenção antes de serem descartadas de uma vez por todas. Peter também credita esta vitória ao apoio internacional que recebeu.

Tradução > Marcelo Yokoi

agência de notícias anarquistas-ana

o fogo partiu saciado
a floresta de luto
soluça

Eugénia Tabosa


Sempre na última sexta-feira do mês.

E leiam abaixo as ótimas palavras de Luiz Antonio Simas no seu Histórias do Brasil

Tomei, no ano passado, uma das mais sensatas decisões de minha vida; deixei de ter carro. A motorista, aqui em casa, é a mulher. A vida sem automóvel é uma belezura - ando de ônibus, barcas e metrô; prefiro beber mesmo em botequins perto de casa; não fico doido em engarrafamentos; gasto de táxi muito menos do que gastaria pagando IPVA, pedágios, seguro e estacionamentos; não sou extorquido por guardadores; e não preciso enfrentar os visigodos do trânsito carioca. Acordo meia horinha mais cedo para trabalhar, mas os ganhos que obtive com essa decisão foram imensos. Sei que muita gente depende do carro - por razões de trabalho e por conta das deficiências grosseiras do transporte público. Eu tenho a sorte de não precisar.

Já esculhambei alhures o governo de Juscelino Kubitschek por causa do desvario rodoviarista dos anos dourados. Além da opção rodoviarista propriamente dita, os anos JK começaram a criar no Brasil um troço terrível; o culto ao automóvel como símbolo de projeção social. O automóvel é o epítome de um Brasil que foi perdendo a delicadeza. O culto ao defunto Airton Senna [um sujeito que conseguiu namorar a Xuxa, apoiar o Maluf e ser amigo íntimo do Galvão Bueno; e cujo talento maior foi o de ficar dando voltas em alta velocidade numa banheira de gasolina] é a sua expressão mais macabra.

Comecei fazendo esse arrazoado contra o automóvel para contar uma história curiosa. Em 1957, em plena euforia desenvolvimentista, o país gastava os tubos construíndo rodovias de integração nacional e sucateava de forma suicída a malha ferroviária. Enquanto o asfalto cortava o país, a Estrada de Ferro Teresina-São Luís, por exemplo, continuava trafegando com máquinas movidas a lenha.

Puto dentro das calças com essa história, o grande João do Vale resolveu fazer uma música denunciando o abandono e a lerdeza da ferrovia. Foi assim que surgiu o xote De Teresina a São Luís - uma das mais elegantes, bem-humoradas e contundentes críticas ao abandono criminoso das ferrovias brasileiras e, ao mesmo tempo, uma crônica magnífica do que era viajar de trem naquelas plagas distantes do Brasil dourado de Juscelino; esquecidas pelo Plano de Metas do simpático Nonô.

O resto é História [maiúscula]. Luiz Gonzaga gravou e a música fez um sucesso danado. Foi o suficiente para que os políticos espertalhões da região providenciassem a mudança; trocassem a lenha pelo óleo diesel e colocassem nas duas locomotivas que faziam a rota nomes de canções de João do Vale. O trem que subia para Teresina foi batizado de Pisa na Fulô, e o que descia para São Luís, de Peba na Pimenta.

Ouçam aqui o Velho Lua cantando essa maravilha que é De Teresina a São Luís.

Abraços.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Coisas boas dessa vida

Povo, o ótimo blog Eu Ovo disponibilizou alguns discos do fantástico músico etíope Mulatu Astatke. Quem não conhece procure conhecer que é algo único nesse mundo.
*Mulatu Astatke é considerado o pai do Ethio Jazz. Quediabéisso? É o seguinte... O cara misturou o jazz com a música latina, ritmos caribenhos etc, e juntou com a música tradicional etíope.

Alguns dizem que o Mulatu é o único habitante de um mundo criado por ele mesmo. Mas antes de tudo isso ele havia nascido na Etiópia e se mudado ainda adolescente para Londres, na Inglaterra. Foi lá que ele colheu as sementes, que depois transformaria nesse mundo maravilhoso do Ethio Jazz.

Depois de discos antológicos nas décadas de 60 e 70, Mulatu mereceu um volume próprio na coleção de discos da música etíope, ‘Ethiopiques Vol. 4’. Em 2007, Mulato se apresentou no Red Bull Music Academy, acompanhado pelos ‘Heliocentrics’, um coletivo londrino de músicos, Djs e produtores de jazz. Essa apresentação foi transmitida pela rádio ‘Cargo London’. Após perceberem a empatia musical e a genialidade do músico etíope, os ‘Heliocentrics’ levaram o Sr. Astatke para um estúdio e gravaram um álbum sensacional, que foi lançado agora em 2009.

Então se você ainda não conhece esse etíope... Não perca mais tempo e abrace todos os discos, porque eu recomendo todos eles. E quem tiver mais discos desse genial músico, coloque por favor nos comentários.

*está esperando o quê? Vem aqui!

Lamentável!

Lei que prevê o sistema de cotas nas universidades estaduais é suspensa

Estão suspensos os efeitos da Lei estadual 5.346, do ano de 2008, que prevê o sistema de cotas para o ingresso de estudantes carentes nas universidades estaduais. A decisão é do Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio, que concedeu hoje, dia 25, uma liminar ao deputado estadual Flávio Nantes Bolsonaro. Ele propôs ação direta de inconstitucionalidade contra a lei de autoria da Assembléia Legislativa do Rio (Alerj).

O deputado, que também é advogado, defendeu a ação no plenário do Órgão Especial. A Lei estadual tem o objetivo de garantir vagas a negros, indígenas, alunos da rede pública de ensino, pessoas portadoras de deficiência, filhos de policiais civis e militares, bombeiros militares e inspetores de segurança e administração penitenciária, mortos ou incapacitados em razão do serviço.

Segundo o parlamentar, há, hoje em dia, discriminação entre cotistas e não-cotistas nas universidades que adotam o sistema. "A lei é demagógica, discriminatória e não atinge seus objetivos. O preconceito existe, não tem como negar, mas a lei provoca um acirramento da discriminação na sociedade. Até quando o critério cor da pelé vai continuar prevalecendo? A ditadura do politicamente correto impede que o Legislativo discuta a questão", ressaltou.

O relator do processo, desembargador Sérgio Cavalieri Filho, votou pelo indeferimento da liminar. Segundo ele, tal política de ação afirmativa tem por finalidade a igualdade formal e material. "A sociedade brasileira tem uma dívida com os negros e indígenas", salientou. No entanto, o Órgão Especial decidiu, por maioria dos votos, deferir a liminar, suspendendo os efeitos da lei. O mérito da ação ainda será julgado.
Nº do processo: 2008.065.00009

*encontrado aqui

terça-feira, 26 de maio de 2009

Palavras pra quê?

Muito bom o que fizeram o pessoal do Eclectic Method com vários sons e imagens de filmes do Quentin Tarantino. Sem palavras!

The Tarantino Mixtape from Eclectic Method on Vimeo.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Anota aí!

Agenda da Semana de 25 a 31 de maio de 2009 no Espaço Ay Carmela!

25/05: DEBATE: Futebol e gênero - 19h
CARTAZ: http://ay-carmela.birosca.org/node/79

26/05: VIDEO/DEBATE: Lutas e movimentos na Grécia atual com Kriton Iliopoulos,
colaborador da revista grega Alana - 19h
CARTAZ: http://ay-carmela.birosca.org/node/85

28/05: DEBATE:Fenômeno Underground com o sociologo Mexicano Luiz Martinez - 19h
CARTAZ: http://ay-carmela.birosca.org/node/88

30/05: DEBATE: O que a Copa de 2014 tem a ver com a expansão do Metrô? - 14h
CARTAZ: http://ay-carmela.birosca.org/node/81

31/05: DEBATE: Bibliotecas Anarquista e exposição de livros anarquista - 16h

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Mais informações sobre alguns dos eventos da semana:

* 26/05 – Terça – Debate: Lutas e movimentos na Grécia atual

A Biblioteca Anarquista Terra Livre e o Espaço Ay Carmela! convidam:

* Exibição do filme “The Potentiality of Storming Heaven”

* Debate “Lutas e movimentos na Grécia atual” com a presença de Kriton
Iliopoulos, colaborador da revista grega Alana.

Dia 26/05, terça-feira, 19 horas, Grátis

Espaço Ay Carmela!
Rua das Carmelitas, 140 – Sé – São Paulo

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Será exibido o filme “The Potentiality of Storming Heaven” (28 minutos, com legendas em inglês). Trata-se de uma apresentação sobre a insurreição anarquista ocorrida em dezembro de 2008 na Grécia após a polícia assassinar um jovem anarquista. Através de palavras e ações que o povo grego tomou parte pode-se tomar contato com os movimentos e fatos que marcaram as páginas dos jornais, os corações e mentes dos rebeldes de todo mundo. Esse vídeo foi
produzido em Thessaloniki no início de 2009 e teve sua estréia antes de uma discussão pública sobre a insurreição grega na biblioteca pública ocupadade Ano Poli.

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Mais informações:

* Notícia do assassinato do jovem anarquista Alexandros Grigoropulos no CMI e outros links sobre o assunto:
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2008/12/434967.shtml

* Entrevista a Yannis Androulidakis, Secretario Internacional do Sindicato grego, ESE (anarcosindicalista):
http://www.bpi.comze.com/grecia/textos/os_anarquistas_e.htm

* Artigos no jornal Brasil de Fato por colaboradores gregos:
http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/analise/na-grecia-uma-revolta-anunciada/?searchterm=gr%C3%A9cia
e
http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/analise/esses-dias-sao-de-alexis-a-raiva-da-juventude/?searchterm=gr%C3%A9cia

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* 28/05: 19h: DEBATE: Fenômeno Underground

A Biblioteca Anarquista Terra Livre e o Espaço Ay Carmela! convidam a todos/as para o debate:

"Fenômeno Underground"

Dia 28/05 - QUINTA - 19 horas - Grátis

O Debate acontecerá no Espaço Ay Carmela! (Rua das Carmelitas, 14 - Sé - São Paulo

Com a presença e apresentação da tese do sociólogo mexicano Luiz Martinez intitulada
“Fenómeno underground. Un acercamiento a los procesos culturales de los movimientos de resistencia”

Luis Martínez Andrade é sociólogo pela Benemérita Universidad Autónoma de Puebla (México). Atualmente doutorando em sociologia pela Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales (França).

"La tesis sostiene principalmente que en todas las civilizaciones donde hay un régimen de desigualdad económica-política-social y una imposición de tipo cultural, religiosa o ideológica, encontramos que existe una cultura hegemónica y una cultura underground. La primera sirve como instrumento de dominación por parte de una élite (política, social, económica, militar, religiosa, etc) con el fin de mantener el poder sobre las demás personas; a través de esa cultura hegemónica, estos grupos imponen por medio de las balas y las bayonetas su propia Weltanschauung (visión de mundo), entendida ésta como una religión, una doctrina, una ideología o una lengua. La cultura dominante esconde tras su máscara el saqueo, la mentira, la colonización, el exterminio, la explotación, la desigualdad económica, el racismo social, la negación a la alteridad. La segunda es un discurso de resistencia sustentado en valores contra-hegemónicos que fungen como bandera de los de abajo, los oprimidos, los excluidos, de los condenados de la tierra. La cultura hegemónica y el underground son fenómenos que están íntimamente ligados y dependen dialécticamente uno del otro."

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Sobre coisas feitas por amigos

Isso dos amigos fazerem coisas e mostrarem para o mundo sempre nos deixam repletos de ânimo, orgulho e alegria. Talvez seja pelo fato de sabermos que alguns deles realmente são muito talentosos, ou outros que não desistem, e ainda aqueles que trabalham arduamente e que você vai olhando, acompanhado de algum modo, sempre torcendo, mesmo as vezes nunca sabendo direito o resultado. Mas tudo bem, não importa, amigos são antes de mais nada, profunda e sincera inspiração! Dou-me o privilégio de dizer isso de alguns deles - até porque existe tanta gente nesse mundo que só aparenta estar aqui para nos apurrinhar e perturbar- então tento praticar ao máximo o direito de escolha dos meus amigos, dos verdadeiros, desses que nos fazem bem, pessoas bonitas ao coração.
Pablo é um deles. Conheci esse rapaz em Barcelona, logo que parti da minha bad trip em Londres no fim de 2007. Com a alma repleta de determinação para viver outras coisas mais interessantes, fui pensar a revolução na Cataluña. Lá encontrei esse distinto asturiano, amigo de um amigo que me passou o contato para os primeiros dias na terra da Guerra Civíl de 36. Resumindo: acabamos nos tornando sinceros amigos e compartilhei a seu lado dias incrivelmente bons, animadores, felizes. Conheci muitas okupas, bares anarquistas, teatros em fábricas, capoeira no cais, festas inusitadas, rumba nos becos sujos da periferia dessa cidade encantadora que é Barcelona. Definitivamente foi um bom encontro e hoje Pablo é uma das pessoas que tenho um enorme respeito e admiração. E vamos ao que interessa. Pablo é músico e como todos nessa jornada faz lá as correrias dele. Tocou em diversas bandas, do rock ao surf music, das doideras com os amigos de colégio ao acerto de contas com um público mais exigente nas noites de bares com músicos profissionais. Seu novo trabalho é solo. Tem uma coisa bastante experimental, quase um improviso, mas ainda assim reconhecida em certos momentos, com um modo de cantar não muito fácil de entender para nossos ouvidos, mas bonito. Tocando violão, busca através de composições próprias, um tom existencial e intimista. Bastante recomendavel, apesar de eu ser suspeito para isso... Pelas palavras de seu selo entao...

"Cuadrilátero"(2009)
Silencio Oso está formado como proyecto personal por la figura de Pablo G. Díaz, natural de Gijón y residente en Madrid.
Después de pasar por el grupo Dandy Dada, Pablo decide comenzar un nuevo camino en solitario para saciar así sus ansias de expresar con canciones todo un mundo de sentimientos y sensaciones que le corren por dentro.
Su primer disco es este "Cuadrilátero", ocho temas de rasgos folk. Todas comparten la misma elaboración, sonidos austeros y prácticamente caseros, otorgando a la obra un sinónimo de artesanía musical.
Sobre el ring imaginado por Pablo encontramos una serie de canciones serias de gran calibre, unos contrincantes a tener en cuenta capaces de derribar al primer descuido.
Pijama, Cepillo de dientes, Telaraña, Acércate o la preciosa Naranjas, mar consiguen sobrecogernos y ponernos el vello de punta, y nos muestran lo bello que puede existir en el interior de uno si se expresan con los acordes adecuados y el sentimiento justo.
Silencio Oso, historias introspectivas de paso lento y de zarpazo certero al corazón.
*****
Agora, escutem!

pijama
cepillo de dientes
campamento
acércate
día de las castañas
naranjas, mar
telaraña
nieve

Colóquio

Colóquio 200 Anos de Proudhon
26 e 27 de maio / 2009 RIO DE JANEIRO - RJ

Há dois séculos atrás, em 15 de janeiro de 1809, na cidade de Besançon na França, nasce Pierre-Joseph Proudhon, um menino que no seio simples de uma família de artesãos, trabalhou como vaqueiro, saiu do campo ainda jovem para o oficio de tipógrafo, onde daria início a suas leituras, ganhou uma espécie de bolsa de estudos, mas foi duramente perseguido por sua produção intelectual. O que é a Propriedade?, publicado em 1840, foi o primeiro ensaio entre muitas outras obras polêmicas escritas por esse pensador, que influenciou grupos de trabalhadores na luta em defesa da autogestão, do federalismo e da liberdade. Passados 200 anos, seus escritos continuam servindo de ferramenta para a emancipação social, para aqueles que reconhecem esse homem como “O Pai da Anarquia”.

A realização de um “COLÓQUIO 200 ANOS DE PROUDHON” visa apresentar este pensador aos setores dos movimentos sociais e comunidades acadêmicas que se interessem por ter contato com a vida e a obra de Proudhon, explorando diversos temas como: “Proudhon e a Dialética”, “O mito da classe produtiva em Proudhon”, “A Contribuição de Proudhon para o Brasil”, “Crítica à Propriedade pelo Movimentos Sociais”, “Proudhon e a Franco-Maçonaria”,
“Proudhon e Educação”.

INFORMAÇÕES: Arquivo de Memória Operária do Rio de Janeiro Tel: 2224-8965 r. 250 (Marcos Santana) E-mail: amorj(a)ifcs.ufrj.br

CERTIFICADOS: Serão conferidos certificados aos que se inscreverem no colóquio.

INSCRIÇÕES: As inscrições serão realizadas nos dias do colóquio.
***

PROGRAMAÇÃO: O evento será realizado nos dias 26 e 27 de Maio de 2009, com quatro mesas temáticas distribuídas em dois dias seguidos, uma terça-feira e uma quarta-feira.

* 26 de maio, terça.
Biblioteca Central da UNIRIO, Sala de Multimídias: Av. Pasteur, 436. URCA

09h às 12h Milton Lopes / Robledo Mendes da Silva / Silvério Augusto Moura Soares de Souza

14h às 17h Angela Maria Souza Martins / Leo Vinicius Maia Liberato


* 27 de maio, quarta
Sala Evaristo de Moraes Filho (109) / IFCS- UFRJ Largo de São Francisco, 01. Centro

09h às 12h Milton Lopes: “A Contribuição de Proudhon para o Brasil” /Robledo Mendes da Silva: “Proudhon e a Franco-Maçonaria” / Silvério Augusto Moura Soares de Souza: “Proudhon e Educação”

14h às 17h Angela Maria Souza Martins: “Proudhon e a Dialética” / Leo Vinicius Maia Liberato: “O mito da Classe Produtiva em Proudhon” / Rafael Borges Deminicis: “Crítica à Propriedade pelos Movimentos Sociais”


PARTICIPANTES DAS MESAS:
Angela Maria Souza Martins (Profa Dra. da UNIRIO/NEB-NEPHEB)
Leo Vinicius Maia Liberato (Pós-Doutorando Universidade de São Paulo)
Milton Lopes (Jornalista, CIRA-Brasil, NPMC, GEA-NEC-UFF)
Rafael Borges Deminicis (Mestrando Universidade Estadual do Norte Fluminense)
Darcy Ribeiro,UENF (Membro fundador do GEA-NEC-UFF)
Robledo Mendes da Silva (Mestrando em Educação UNIRIO/NEB-NEPHEB, Membro
do NPMC e CIRA-Brasil)
Silvério Augusto Moura Soares de Souza (Mestre em Educação
UNIRIO/NEB-NEPHEB COMISSÃO ORGANIZADORA NEB-NEPHEB/UNIRIO

AMORJ/IFCS/UFRJNPMC/CIRA-B Mais informações em:
http://www.ifcs.ufrj.br/~amorj/

terça-feira, 19 de maio de 2009

I Feira de Saúde Mental e Economia Solidária

“A necessidade de inclusão de produção da vida material pelo trabalho é um aspecto fundamental das relações sociais e diz respeito aos direitos de cidadão dos usuários dos serviços de saúde mental”
(Desafios para a desinstitucionalização: censo psicossocial dos moradores em hospitais psquiátricos do Estado de São Paulo. Secretaria Estadual de Sáude/SP).

No dia 23 de Maio (sábado), como parte da Semana da Luta Antimanicomial, a Rede de Saúde Mental e Economia Solidária do Estado de SãoPaulo irá realizar a I Feira de Saúde Mental e Economia Solidária.

A I Feira de Saúde Mental e ECOSOL tem como objetivo ser um espaço de sociabilidade, exposição e comercialização de produtos e serviços dos projetos de trabalho e renda e empreendimentos econômicos e solidários, dos trabalhadores e trabalhadoras, usuários da Rede de Saúde Mental do Estado de São Paulo. A I Feira contará com a comercialização de produtos de 25 projetos de trabalho e renda de diversas cidades do Estado de São Paulo.
A I Feira contará também com diversas apresentações culturais e a IV Parada do Orgulho Louco, visando um dialogo com o conjunto da sociedade para mostrar as potencialidades criativas e produtivas dos usuários da Rede de Saúde Mental.

Programação da I Feira de Saúde Mental e ECOSOL:
12:00 - concentração da IV Parada do Orgulho Louco – informações sobre o local na página eletrônica
13:00 - Chegada da Parada do Orgulho Louco na Feira - início
13:30 às 13:30 - música (dj tiago)
13:30 - Ato de Lançamento da Moeda Social Qualquer e fechamento do Ato com o Cordão Bibitantã
14:45 - música e microfone aberto
15:00 - Luis Groove (terceto de jazz)
16:00 - DJ Nenê
17:30 - dança cigana
18:00 - Ala loucos pela X
18:40 até o final - música (dj tiago)

Maiores Informações: http://saudeecosol.wordpress.com/

Endereço: Rua Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 419 ( Escola de Enfermagem da USP - ao lado do Metrô Clínicas)

domingo, 17 de maio de 2009

18 de maio!

Dia nacional do Movimento da Luta Antimanicomial!
Para saber mais e acompanhar a programacao desse ano em Sao Paulo, ABC, Rio e outras cidades clique aqui.

O Movimento Antimanicomial , também conhecido como Luta Antimanicomial, se refere a um processo mais ou menos organizado de transformação dos Serviços Psiquiátricos, derivado de uma série de eventos políticos nacionais e internacionais. O termo costuma ser usado de modo generalizante e pouco preciso.

O Movimento Antimanicomial tem o dia 18 de maio como data de comemoração no calendário nacional brasileiro. Esta data remete ao Encontro dos Trabalhadores da Saúde Mental, ocorrido em 1987, na cidade de Bauru, no estado de São Paulo.

Na sua origem, esse movimento está ligado à Reforma Sanitária Brasileira da qual resultou a criação do Sistema Unico de Saúde - (SUS); está ligado também à experiência de desinstitucionalização da Psiquiatria desenvolvidas em Gorizia e em Trieste, na Itália, por Franco Basaglia nos anos 60.

Como processo decorrente deste movimento, temos a Reforma Psiquiátrica, definida pela Lei 10216 de 2001 (Lei Paulo Delgado) como diretriz de reformulação do modelo de Atenção à Saúde Mental, transferido o foco do tratamento que se concentrava na instituição hospitalar, para uma Rede de Atenção Psicossocial, estruturada em unidades de serviços comunitários e abertos.

Segundo os estudos do Dr.Paulo Amarante, coordenador do livro Loucos Pela Vida: a Trajetória da Reforma Psiquiátrica no Brasil [1], a reforma psiquiátrica é um processo complexo [2], pode-se registrar como evento inaugural, desse movimento, a crise institucional vivida pela Divisão de Saúde Mental,(DINSAM) na década de setenta.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

D.I.Y.

Final de semana agitado e totalmente faça-você-mesmo!
SÁBADO: Sinfonia de Cães no Espaço Ay Carmela!
DOMINGO: Ay CArmela! na Verdurada

***

16/05: Sábado - Sinfonia de Cães no Espaço Ay Carmela!

Sinfonia de Cães e Espaço Ay Carmela!

Apresentam:

Exibição do filme "Encarnação do Demônio" de Zé do Caixão

Expo de quadros de heavy
Expo de curtas experimentais
Expo de livros e zines

Debate sobre a produção audiovisual independente

Show das bandas:

Água Pesada
Pop Stars Acid Killers
Pr4g4

Dia de 16 de maio, sábado, a partir das 16h
R$ 3,00 de entrada

Espaço Ay Carmela!
Rua das Carmelitas, 140. Sé – São Paulo
Telefone: 55 11 3104 4330
E-mail: ay-carmela@riseup.net
Site: http://ay-carmela.birosca.org/

***

17/05: Domingo - VERDURADA



A Verdurada de maio está chegando, e mais uma vez os ânimos estão a toda.
Nesta edição, os convidados interestaduais são os capixabas do Morto Pela Escola, com cd recém-lançado, e os brasilienses do Violator, que acabam de voltar de uma tour pelo o Japão! De São Paulo, o Alto Teor de Revolta estréia na Verdurada, o Busscops promete mais um show destruidor e o Inspire nos brinda com seu primeiro show em quase uma década.

No debate/palestra, teremos o pessoal de um novo espaço independente e totalmente faça-você-mesmo, o Ay Carmela!, para falar o que vem rolando por lá. E não se esqueça que os ingressos já estão à venda!

Quando: 17/05, Domingo
Local: Rua Anita Costa, 155 (Próximo ao Metrô Jabaquara)
Horário: A partir das 16hs
Ingresso: R$ 8,00

- Jantar VEGetariANO grátis e venda de material independente.
- Por favor, sem cigarros e sem álcool.

Internet:
http://www.verdurada.org
http://www.myspace.com/verdurada
verdurada@riseup.net

Imprensa:
Favor mandar um e-mail para André Mesquita: xdedex@hotmail.com


Confira a nossa programação:

Violator (Brasília/DF)
A essa altura do campeonato o Violator dispensa apresentações. Comandando a invasão brasileira no thrash metal internacional, como não acontecia desde o Sepultura há 20 anos, a banda tem lançando discos e tocado em todos os lados do mundo. E o melhor: sem comprometer seus valores, fazendo questão de manter o controle sobre tudo que fazem e sem abandonar o circuito faça-você-mesmo, o que mostra por que seu público mistura headbangers com hardcoreanos, punks, skaters e toda a juventude fora dos eixos. Nada mais justo então do que
tê-los para fechar a noite!

Morto pela Escola (Vitória/ES)
Os capixabas do Morto pela Escola dão o ar da graça na Verdurada mais uma vez e aproveitam para lançar seu cd split com os paulistanos do Naifa. Seu hardcore skateiro inspirado pelas bandas do gênero dos anos 80, como Circle Jerks, Gang Green e JFA, promete botar todo mundo pra pogar no salão. Na última vez que estiveram por aqui, destruíram instrumentos, valores e
corações. O que ocorrerá desta vez?

Busscops
O orgulho de Pirituba volta à Verdurada para lançar seu cd split com os americanos do Defect Defect. Com sua mistura do hardcore inglês clássico à la Discharge e English Dogs, com o melhor do equivalente nacional e um toque do thrashcore da última década, o Busscops faz com que cada show seja energia pura, não apenas pelo som bombástico, como pela performance e carisma.

Inspire
Tudo começou em 1998, quando membros das bandas Point of no Return, I Shot Cyrus e Sight for Sore Eyes se reuniram para tocar hardcore nos moldes dos clássicos straightedge do final dos anos 80, como Youth of Today, Judge e Chain of Strength. Apesar da curta duração, a banda não foi esquecida e depois de quase uma década, a banda está de volta, em nova formação. Quem
já viu quer matar as saudades e quem não viu vai saber por quê!

Alto Teor de Revolta
Na ativa há cinco anos, a banda de Ferraz de Vasconcelos é uma das mais ativas da cena atual, sempre organizando shows e fazendo as coisas acontecerem em sua região. Com um cd lançado pela 78 Life, fazem estréia na verdurada trazendo seu hardcore metálico que vai induzir o mosh assim que os portões da Verdurada forem abertos!

DEBATE – Espaço Ay Carmela!
Localizado no Centro de São Paulo, o Ay Carmela! é um centro político-cultural autogestionário mantido por grupos, movimentos e indivíduos da cidade de São Paulo. Um lugar de construção de ações e conhecimentos coletivos, além de um pólo de produção, reunião e dispersão
de informações, saberes e transformações. A palestra/debate, realizada com integrantes do coletivo que cuida do espaço, deverá falar não apenas sobre as atividades que ocorrem por lá, mas também propor reflexões sobre os princípoios de autonomia e autogestão. Para conhecer a programação e os princícios do Ay Carmela!, visite a página http://ay-carmela.birosca.org.


SOBRE OS INGRESSOS
Nestes últimos dias tivemos problemas técnicos com nosso e-mail na Riseup, e devido a isso vários e-mails solicitando reservas não chegaram até nós, portanto solicitamos para todas as pessoas que receberam e-mail de devolução, que nos mande o pedido de reserva novamente. Por favor não esqueçam de mandar todos os dados conforme divulgamos, isso agiliza todo o processo.

São Paulo (Capital):
Os ingressos estão à venda no seguinte local:
- Loja Vegan Pride: Rua 24 de Maio, 62 - Loja 424 (Galeria do Rock).

Outras Cidades e Estados:
Envie um e-mail para verdurada@riseup.net (não faça pedidos através do site da Verdurada, Orkut ou MySpace), informando nome completo, RG, cidade/estado. A retirada do ingresso será no dia do show. Os ingressos não retirados serão vendidos na portaria.


BANQUINHAS
Poucas pessoas estão levando comida vegan para ser vendida durante o evento.
Se você quiser vender alguma coisa do tipo, mande-nos um email:
contato@verdurada.org

Devido ao fato da Verdurada ter um público em número crescente, somente os selos, coletivos ou pessoas que recebem o e-mail convite diretamente do Coletivo Verdurada podem montar banquinhas no evento. Se você tem interesse em divulgar material faça-você-mesmo mande um e-mail: contato@verdurada.org

Lembrando que as bandas que tocam no dia tem seu espaço para banquinha garantido.


O QUE MAIS?
1- Por favor, sem álcool, drogas ou cigarro dentro do local do evento.
2- Nada de alimentos que contenham produtos de origem animal.
3- Banquinhas de livros, cds, fanzines e material independente e divergente a
preços populares, mesmo!
4- Venda de comida vegetariana, desde hambúrgueres, coxinhas, kibes, até
bolos, tortas, bombons.
5- Os shows acabarão antes das onze e meia da noite, para que os espectadores
possam se valer do sistema público de transporte.
6- Todo o dinheiro arrecadado com os ingressos será utilizado para pagar as despesas com o evento (transporte das bandas, locação do espaço, divulgação, locação da aparelhagem de som e luz).
7- Uma parte do dinheiro dos ingressos será utilizada em campanhas públicas de assuntos ligados aos interesses do Coletivo Verdurada, como vegetarianismo ético, práticas de democracia direta, questões políticas e sociais.

O QUE É A VERDURADA?
O Coletivo Verdurada é o responsável pela organização do evento realizado em São Paulo desde 1996. Ele consiste na apresentação de banda (especialmente de hardcore, mas o palco é aberto a outros gêneros) e palestras sobre assuntos políticos, além de oficinas, debates, exposição de
vídeos e de arte de conteúdo político e divergente. No final é distribuído um jantar totalmente vegetariano.

Este é o mais antigo e talvez o mais importante evento do calendário faça-você-mesmo brasileiro. Isso quer dizer que a organização é totalmente feita pela própria comunidade hardcore-punk-straightedge de São Paulo, que se encarrega tanto do contato com as bandas e palestrantes, quanto da locação do espaço, contratação das equipes de som e divulgação. Tudo sem fins lucrativos ou patrocínios de empresas. A renda é destinada a cobrir os custos e colaborar com atividades e iniciativas realizadas, ou apoiadas pelo coletivo.

Os objetivos de quem organiza a Verdurada são basicamente dois: mostrar que se pode fazer com sucesso eventos sem o patrocínio de grandes empresas e sem divulgação paga na mídia e levar até o público a música feita pela juventude e as idéias e opiniões de pensadores e ativistas divergentes.


Coletivo Verdurada
Verdurada.Org

Nota de falecimento


Informamos com profunda tristeza o falecimento do escritor anarquista, militante e associado do Centro de Cultura Social, Edgar Rodrigues.

Sua morte se deu por volta das 20h de ontem, 14/05, devido a uma parada cárdio-respiratória. O corpo será cremado entre sábado e domingo sem cerimônia, como era a vontade de Edgar.

Autor de dezenas de obras e centenas de artigos sobre a história e as idéias anarquistas no Brasil e em Portugal, Edgar foi o maior e o mais importante difusor da cultura libertária desde o final dos anos 1960 quando publicou, sob a ditadura militar, a trilogia tornada clássica e indispensável em nossos dias: “Socialismo e Sindicalismo no Brasil, 1675/1913”, “Nacionalismo e Cultura Social, 1913-1922” e “Novos Rumos, 1922-1945”.

Edgar foi também fundador e um dos principais fomentadores do arquivo atualmente em posse do Círculo Alfa de Estudos Históricos (Grupo Projeção), para o qual, não obstante sua obscura expulsão, destinou partes substanciais de seu precioso acervo pessoal reunido ao longo de uma vida e com duros esforços.

A jovem geração anarquista que surge em meados dos anos 1980 juntamente com a reabertura do Centro de Cultura Social de São Paulo, certamente não saberia passar sem Edgar Rodrigues. Esta geração lhe é grata pela generosidade com a qual ele sempre soube lidar com o patrimônio cultural do anarquismo e por seu trabalho incansável de resgate da história e da memória anarquista.

Edgar que se foi aos 88 anos estará sempre presente para nós por meio de suas obras, por sua tenra lembrança e por uma vida dedicada ao anarquismo.

Saúde e Anarquia!

Centro de Cultura Social
www.ccssp.org

quarta-feira, 13 de maio de 2009


Nesta quinta-feira (14), vozes se levantam contra o vigilantismo na internet e o aprisionamento da cultura e do direito de expressão.
O mote é a votação do substitutivo de um projeto de lei que ficou conhecido como “Projeto Azeredo”, em referência ao senador Eduardo Azeredo, autor da primeira versão. Trata-se de um pacote de tipificações criminais que alinha o Brasil com o espírito de vigilantismo, censura e repressão desejado pelos setores mais antiquados da política e da economia mundiais.


A exemplo do Digital Millenium Act, a investida do projeto Azeredo pelo “controle” da internet não é apenas a defesa dos interesses dos atravessadores da cultura, dos grandes grupos econômicos, das gravadoras ou dos estúdios de cinema. O projeto em curso visa estabelecer uma série de brechas e amparos legais para formas ainda mais totalitárias de controle, vigilância e punição de populações através dos meios digitais de comunicação.
O ato acontece na Assembléia Legislativa, a partir das 19h.
Um bonde de ciclistas deve sair da Praça d@s Ciclistas às 18h.
centro de mídia independente

Mega Não

different think

sergio amadeu

petição online pelo veto ao projeto

sergio amadeu

segunda-feira, 11 de maio de 2009

A vida é cheia de som e fúria!

Resistência

Não à expansão do Complexo Portuário da Baixada Santista!
Deixem a natureza em paz!
Quando a última árvore for abatida, o último rio secar, e o último peixe for pescado, então o homem vai perceber que o dinheiro não é, afinal, comestível. [Indígenas da Nação Crê]
Mais uma vez, empresários, autoridades portuárias, governo federal e estadual, prefeituras locais, políticos profissionais, mídia, universidades, e até alguns sindicatos e eco-tecnocratas, arrogantes e insensíveis, em nome da chamada civilização, do desenvolvimento econômico, mercadológico e especulativo, do progresso, da modernização capitalista e do lucro, vão discutir e traçar os sinistros planos de expansão do Complexo Portuário da Baixada Santista, cujo caráter primordial é potencializar a lógica do grande capital, em detrimento da qualidade de vida e ambiental da Baixada Santista, atualmente já comprometida e degradada. E para que a estrutura portuária da região cresça é preciso mais ferrovias, rodovias, viadutos, avenidas, ampliação das marginais, mais pistas na pista da rodovia dos Imigrantes, terminais de contêineres, portos secos, dragagem, alargamento e aprofundamento do canal estuário do Porto de Santos etc. Isso tudo em nome do Lucro de alguns! E as graves conseqüências que esses projetos megalomaníacos irão criar, serão de todos nós!As forças dominantes, economicistas e desenvolvimentistas, dirão o contrário, mas a expansão do Complexo Portuário da Baixada Santista, significará mais destruição e degradação dos ecossistemas da região e áreas paisagísticas, além do desemprego (pela transferência de tecnologias). Mais circulação de navios e caminhões na região, em conseqüência, mais emissão para atmosfera de monóxido de carbono dentre outros compostos químicos que impactarão o meio ambiente e a saúde, principalmente das crianças e das populações da Baixada Santista. Mais contaminação do mar, dos mangues e dos rios da região. Para nós, ecologistas, anticapitalistas, sindicalistas autônomos, é urgente romper velhos paradigmas e reelaborar conceitos e práticas, mudar radicalmente nossas formas de se relacionar com a natureza. Desenvolvimento para quem?
A lógica do capital não assegura o direito à vida!
Não à expansão do Porto!

Dia 16 de maio às 19h30min
Convidamos Você a assistir ao Filme “Planeta Livre” e depois reunir-mos para um bate papo.

[Santos-SP] Filme, Bate-papo, Ecologia e...

Filme: “Planeta Livre”

Planeta Livre ( La Belle Verte ) França, 1996, legendado, diretora Coline Serreau, 90min. Como seria a vida se tivéssemos ampliado nossa consciência, e vivêssemos de fato, nos preocupando apenas com o que realmente importa? Pensar sobre isso é a principal proposta do filme Planeta Livre, que foge a qualquer padrão até aqui conhecido. O enredo tem um quê de surreal, mas, o que percebemos, é que surreal é a vida que levamos. Planeta Livre, um filme que questiona com graça e profundidade vários hábitos humanos.
Bate-papo: “Vamos fazer barulho! Junte-se a nós!”
Em seguida bate-papo e articulação, desde uma perspectiva anticapitalista e antiautoritária, de uma campanha “barulhenta” contra os sinistros planos de expansão do Complexo Portuário da Baixada Santista, entre outros projetos megalomaníacos na região. É urgente romper velhos paradigmas e reelaborar “novos” conceitos e práticas, mudar radicalmente nossas formas de se relacionar com a natureza. Afinal, “Senhores de Negócios”, desenvolvimento para quem? A lógica do capital não assegura o direito à vida! Não à expansão do Porto de Santos!

Quando: sábado, 16 de maio
Horário: à partir das 19h30
Onde: Cinemateca de Santos
Endereço: Rua Ministro Xavier de Toledo, 43

domingo, 10 de maio de 2009

ANISTIA 30 ANOS

12 a 17 de maio de 2009

Neste ano, comemoram-se os trinta anos da decretação da Lei de Anistia, assinada em 28 de agosto de 1979. A ocasião oferece uma boa oportunidade para refletir sobre o legado que os anos da ditadura militar e suas práticas deixaram para o presente. As marcas da repressão e suas consequências, bem como a luta pela democracia, têm acalentado sucessivos debates nas universidades, nos meios de comunicação, nos tribunais, nos centros culturais e em outras instituições. É nesse contexto que o Arquivo Público do Estado de São Paulo, a Pinacoteca do Estado e a Associação de Amigos do Arquivo realizam o seminário A luta pela Anistia: 30 anos entre os dias 11 e 15 de maio, no auditório da Estação Pinacoteca. Complementando a programação de debates do evento, a Cinemateca Brasileira apresenta uma pequena seleção de filmes que abordam o impacto dos anos de chumbo sobre a realidade nacional, visando a ampliar o questionamento dos temas abordados. Confira a programação do seminário no site: www.arquivoestado.sp.gov.br

Classificação indicativa: 16 anos

CINEMATECA BRASILEIRA

Largo Senador Raul Cardoso, 207

próximo ao Metrô Vila Mariana

Outras informações: (11) 3512-6111 (ramal 215)

www.cinemateca.gov.br

Ingressos: R$ 8,00 (inteira) / R$ 4,00 (meia-entrada)

Atenção: estudantes do Ensino Fundamental e Médio de escolas públicas têm direito à entrada gratuita mediante a apresentação da carteirinha.

PROGRAMAÇÃO

12.05 | TERÇA

SALA CINEMATECA BNDES

19h00 VALA COMUM | VOCÊ TAMBÉM PODE DAR UM PRESUNTO LEGAL

21h00 EM NOME DA SEGURANÇA NACIONAL

13.05 | QUARTA

SALA CINEMATECA PETROBRAS

18h00 EM NOME DA SEGURANÇA NACIONAL

20h00 15 FILHOS | NO OLHO DO FURACÃO

14.05 | QUINTA

SALA CINEMATECA PETROBRAS

18h00 JARDIM DE GUERRA

20h00 VALA COMUM | VOCÊ TAMBÉM PODE DAR UM PRESUNTO LEGAL

15.05 | SEXTA

SALA CINEMATECA PETROBRAS

18h30 15 FILHOS | NO OLHO DO FURACÃO

20h00 JARDIM DE GUERRA

16.05 | SÁBADO

SALA CINEMATECA PETROBRAS

18h30 VALA COMUM | VOCÊ TAMBÉM PODE DAR UM PRESUNTO LEGAL

20h00 JARDIM DE GUERRA

17.05 | DOMINGO

SALA CINEMATECA PETROBRAS

19h00 EM NOME DA SEGURANÇA NACIONAL

20h00 15 FILHOS | NO OLHO DO FURACÃO

FICHAS TÉCNICAS E SINOPSES

Em nome da segurança nacional, de Renato Tapajós

São Paulo, 1984, 16mm, cor/pb, 48’

A prestação de contas com os anos de chumbo é o tema do documentário, que registra o Tribunal Tiradentes, evento sem valor jurídico realizado no Teatro Municipal de São Paulo para "julgar" a Lei de Segurança Nacional. Intercaladas a cartelas contendo os artigos desta lei, encenações ficcionais ilustram acontecimentos comuns durante a ditadura.
ter 12 21h00 | qua 13 18h00 | dom 17 19h00

Jardim de guerra, de Neville d’Almeida

Rio de Janeiro, 1968, 35mm, pb, 90’

Joel Barcellos, Maria do Rosário Nascimento Silva, Vera Brahim, Ezequiel Neves. 16 anos.

Um jovem amargurado e sem perspectivas apaixona-se por uma cineasta e é injustamente acusado de terrorista por uma organização de direita que o prende, interroga e tortura.

qui 14 18h00 | sex 15 20h00 | sáb 16 20h00

No olho do furacão, Toni Venturi e Renato Tapajós

São Paulo, 2003, 35mm, cor, 52’ | Exibição em DVD ou DV Cam

A vida na clandestinidade dos militantes da guerrilha urbana contra a ditadura militar que dominava o país no final dos anos 60 e começo dos anos 70.

qua 13 20h00 | sex 15 18h30 | dom 17 20h00

15 filhos, de Maria Oliveira e Marta Nehring

São Paulo, 1996, vídeo, cor/pb, 20’ | Exibição em DVD

Os horrores cometidos durante a ditadura militar narrados por filhos dos presos políticos, que contam traumas nunca superados.

qua 13 20h00 | sex 15 18h30 | dom 17 20h00

Vala comum, de João Godoy

São Paulo, 1994, 16mm, cor, 32’ | Exibição em DVD
A triste história da repressão vivida no país após o golpe militar de 1964, tendo como ponto de partida a localização de uma vala clandestina com mais de mil ossadas em Perús (SP).

ter 12 19h00 | qui 14 20h00 | sáb 16 18h30

Você também pode dar um presunto legal, de Sérgio Muniz

São Paulo, 1971-2006, 35mm, 39’ | Exibição em DVD

Um retrato do Esquadrão da Morte em São Paulo, visto como um ensaio para a repressão política que veio a seguir, baseada na tortura e no extermínio.

ter 12 19h00 | qui 14 20h00 | sáb 16 18h30

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Imperdível!

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Samba

Formando público para o futuro

Análise sobre os movimentos de samba de São Paulo e do Rio de Janeiro

"Ninguém aprende samba no colégio"
(Feitio de Oração, samba de Vadico e Noel Rosa)
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O samba vive um momento privilegiado no que tange a visibilidade para o público em geral, o que implica em incremento do consumo (de discos, shows, rodas etc.) e conseqüente oferta de trabalho para músicos, autores etc. , salutar por todas as formas. Os que vivemos o dia-a-dia desse mundo, sabemos que assim foi em outras épocas, o que não impediu que sobreviessem fases de ostracismo e dificuldades. Com efeito, o samba nunca foi tratado pelos porta vozes da "oficialidade" como o patrimônio cultural fundamental do povo brasileiro que realmente é, muito pelo contrário. Aproveitam dele quando interessa e "dá retorno" depois encostam no canto até precisarem de novo, no melhor estilo "só na hora da sede é que procuras por mim" (salve Monsueto!). Afortunadamente, a fonte é tão caudalosa e arraigada no seio do nosso povo, que mesmo nos tempos de seca os cursos d'água minguam, mas não chegam a secar.
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Essas fases de expansão do samba no mercado cultural, portanto, coincidem com uma aproximação maior das elites com o mundo do samba. Foi assim na década de 30, quando as classes médias passam a consumir o samba "dos morros" pelo rádio e pelo disco e impulsionam a explosão da popularidade das escolas de samba no carnaval. Foi assim na década de 60, quando o estreitamento do espaço cultural pela repressão e vigilância política impele a juventude da Zona Sul para as casas de samba e terreiros de escola no centro da cidade e nos subúrbios. Está sendo assim na explosão das rodas de samba pelas adjacências da Lapa carioca, pelo grande afluxo de público a casas "temáticas" voltadas para o samba na cidade de São Paulo, pelo enorme aceitação de Zeca Pagodinho até mesmo nas classes altas etc.
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Mas, como dito acima, o "sucesso" nunca garantiu ao samba o reconhecimento efetivo e perene que ele merece enquanto expressão maior da especificidade musical brasileira. Ou seja, a expansão do consumo dos produtos musicais ligados ao universo do samba, por si só, nada garante relativamente ao histórico descaso e à marginalização marcadamente ideológica relativa ao gênero - comumente associado às classes baixas e à cultura negra (pejorativamente), quando não à malandragem e à marginalidade -, se não refletir uma efetiva formação de platéias aptas a compreender essa forma da arte musical popular do povo brasileiro como expressão maior de toda uma cultura, que traduz formas específicas de sociabilidade, comportamento, ética, visão de mundo etc.
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Como sempre lembra mestre Nei Lopes, o samba é um saber iniciático, no que espelha inequivocamente, aliás, a matriz cultural africana. Não se compreendem seus significados, suas regras e sobretudo seus mistérios, se não se progride na experienciação paulatina desta ampla gama de sutilezas que permeia as relações, os rituais, os ambientes em geral desse universo.
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Portanto, para que o samba possa aumentar o número de seus adeptos cativos, insusceptíveis aos ventos efêmeros dos modismos, é preciso que se ofereça a este publico que se aproxima do "produto final" do mundo do samba a procura de mero entretenimento condições para que ele compreenda os diversos outros elementos a envolver esta expressão cultural tão singular.
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Talvez seja difícil precisar, no âmbito estreito da discussão que aqui colocamos, quais especificamente sejam estas condições, mesmo porque abrangem sutilezas cujo entendimento também pressuporia um grau de iniciação. Mas é possível identificar com maior facilidade, por exemplo, onde comparativamente estas condições estão mais presentes. Com efeito, nas rodas de samba que em São Paulo formaram-se em torno dos movimentos de valorização do samba tradicional, marcados duplamente pelo culto fiel às tradições e à memória do samba, por um lado, e pela valorização de novos compositores, por outro, observa-se a formação de verdadeiras comunidades, marcadas por laços de identidades sociais e geográficas, sim, mas sobretudo de devoção ao nosso ritmo maior.
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Some-se a isso o espírito que tem norteado novas (e outras já não tão novas) iniciativas no circuito do samba paulistano e observaremos um cenário mais promissor, segundo a óptica que aqui buscamos adotar, do que no carioca, o que pode constituir curiosa inversão de uma tendência histórica. Ao circular por um circuito que ainda atrai, relativa ou absolutamente, um público maior do que em São Paulo, não tenho sentido predominar na mesma proporção as condições para formação de platéias que atravessem as meras tendências de momento. É sabido que as umbilicais ligações histórico-geográficas da cidade com o universo do samba, a identificação do ritmo como expressão natural e privilegiada do modo carioca de ser, o contato permanente com as tradições representadas pelos baluartes dessa cultura específica etc. facilita enormemente as coisas. Mas é essa mesma naturalidade que pode, paradoxalmente, vir a tornar mais difícil a percepção a que me refiro, isto é, da ausência de condições para um envolvimento mais substancioso e, por conseqüência, mais perene com o gênero.
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Como se trata de uma percepção subjetiva difícil de justificar precisamente, só o tempo a confirmará ou desmentirá. Alertando, estou tão somente buscando cumprir mais fielmente meu papel de elo transmissor da tradição que recebi dos antigos e pretendo legar aos que vierem depois. Compreender-me-ão os iniciados.
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Fernando Szegeri
*retirado daqui

terça-feira, 5 de maio de 2009

Por que amamos nossas bicicletas.

Estou sempre ouvindo as pessoas falarem sobre a dificuldade de usar a bicicleta na cidade. Constantemente utilizo argumentos sobre os benefícios desse hábito, de como é um transporte econômico, ecológico e saudável. Agora não há mais desculpas! Assista o vídeo e veja como é mais simples que pensamos e muito, mas muito divertido.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Exilados III

Como prometido, seguimos com a terceira parte da história de Neil Gaiman. Parte ler a parte I e pate II.
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- Disse alguma coisa , mestre?
- Eu não disse nada.
-Perdão, mestre. Pensei tê-lo ouvido falar.
-Estou compondo cartas que talvez escreva quando esta jornada chegar ao fim e estivermos a salvo. É assim que ocupo a mente durante a viagem. Você faz alguma coisa para ocupar a sua mente?
-Eu rezo , mestre, para que o todo-poderoso e todos os deus menores velem por nossa travessia no deserto. E nutro esperanças.
-Ouvi dizer que ilusões se propagam neste deserto e que fantasmas e espíritos de raposas vagam por ele, roubando viajantes e fazendo com que saiam da trilha.
-É verdade, mestre.
-Quanto tempo nos resta até cair a noite?
-Muitas horas, mestre.
-E até cruzarmos o deserto?
-Ao menos mais um dia, mestre.

Meu guia tem sinos de prata costurados na manga. E sinos de prata nas rédeasdo cavalo. Os ventos podem soprar sem aviso no deserto. Muitos que o adentram jamais saem.

O imperador não ordenou minha morte. Ainda assim, ele não lamentaria se isso acontecesse. Eu o aconselhei com sabedoria, assim como ao seu pai antes dele. Aquilo que sonhamos jamais deixará de ter sido sonhado. Estou viajando há muitos meses.

Meu coração está pesaroso em meu peito: sonho com uma xícara de vinho. Imagino uma xícara de porcelana. Sirvo o vinho quente e bebo devagar, com prazer. Mas não temos vinho, e o vinho da memória é ralo. Calor e frio, crepúsculo e auroras, istoé o que resta. As vezes não acredito que minha jornada terá um fim.

Areia do deserto açoita minha face. É como se fustigassem meu rosto com uma chicote de arame. Certa vez, minha esposa torturou uma serva com um chicote de arame. Um anel de ouro havia sumido e a jovem era a única suspeita. Minha esposa a matou antes que ela pudesse confessar. Muitos anos depois, encontramos o anel caído entre duas tábuas do assoalho...

As rédeas se afrouxaram em minhas mãos, e sinto o peso da idade esta noite. Aviso ao estribeiro que vou desmontar, e ele segura o cavalo. Um vento traz areia para me cegar... e fico cego. E quando minha visão clareia, estou sozinho. Dizem os sábios que aquilo que está enterrado um dia se revelará: se eu esperar o bastante, escutarei o tilintar dos sinos de prata. E retomaríamos nossa jornada à cidade de Wei.

Já vi outras ilusões antes, em outros desertos. Certa vez, no extremo sul, vi o Palácio Imperial. Cada telha e entalhe, nítidos,embora tenham desvanecido à medida que nos aproximamos. Vio movimento do mar em lugares sem água. Agora, estandartes escarlates tremulam orgulhosos, embora não haja vento, e o perfume da resina de âmbar-amarelo preenche o ar.

*continua...

sábado, 2 de maio de 2009

100 anos de um gênio!

Nascia em 2 de maio de 1909 em Miraí na zona da Mata, Minas Gerais , o genial Ataulfo Alves. Laura Macedo disse muito bem aqui e faço as palavras dela minhas também. Obrigado Mestre!