domingo, 30 de agosto de 2009

Coragem para descobrir

Às vezes penso que não queremos fazer perguntas verdadeiras para saber quem somos, por medo de descobrir que existe uma outra realidade diferente desta.

O que essa descoberta faria da maneira como vivemos até agora? Como nossos amigos e colegas reagiriam ao que agora sabemos? Que faríamos com esse novo saber?

Com o conhecimento vem a responsabilidade. Às vezes, mesmo quando a porta da cela se escancara, o prisioneiro prefere não sair.
Sogyal Rinpoche (Tibete, 1947 ~)
"O Livro Tibetano do Viver e do Morrer",

*encontrado aqui

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Da lei anti fumo para a lei anti carro

Talvez devesse omitir esse pequeno comentário diante dos fatos sobre a lei anti fumo no Estado de São Paulo, mas... Não sou fumante e confesso que não ter cigarros por perto é na sua esmagadora maioria das vezes um alívio. Entretanto uma coisa é buscarmos de modo coerente e amigavel maneiras de conviver com os diferentes hábitos (vícios) alheios, e outra é implantar atitudes um tanto fascistas de criminalização dessas mesmas atitudes. Explico. Parece-me que a grande falha dessa lei pensada por esses fanfarrões deixa escapar outros fatores importantes no direito a liberdade, mais do que simplesmente evitar o malefício do cigarro à saúde de todos. Claro que cigarros são nocívos, quem duvidaria disso? Não tenho dúvida também que se nada fosse feito até hoje sobre esses espaços coletivos, se acorodos sobre a convivência não fossem discutidos, ainda muitos fumantes estariam - na verdade, alguns ainda o fazem - dando suas baforadas dentro de banheiros públicos, elevadores, onibus, metrô, na mesa ao lado enquanto você saboreia seu café da manhã, etc. Isso sem falar nas malditas bitucas emporcalhando tudo. Até hoje conheci uma única pessoa que guarda suas bitucas para joga-la no lugar apropriado: no lixo. O que me deixa bastante atento não é bem isso, mas os modos de controle e vigilância implantados por essa lei. Um dos argumentos mais utilizados é que para o beneficio coletivo, todos devem se responsabilizar pelo controle da lei e denunciar o estabelecimento que não cumpri-la. Num primeiro momento me pareceu algo sem muita importância, afinal as pessoas têm mais com o que se preocupar, certo? Médio. O clima que se instala nesse procedimento me parece não ser bem o de responsabilidade, mas da pura delação, da cínica caguetagem. A relação proposta pelo Sr. Picolé de Limão Serra é a do dedo duro. Pense nisso. Porque não conversar com as pessoas antes de incriminá-las? Porque não solicitar ao responsável pelo estabelecimento alguma atitude se outro cliente o está incomodando? Porque não pensar em algo, como uma conversa direta quando a situação se fizer necessária? Nada! O lance é um tipo de entreguismo alheio, a caguetagem deslavada, o clima de hostilidade vai se instalando e todos vão expondo suas paranóias e seus "poderes" de cidadão. Controle! Fiscal para quê? Todos somos polícia! urgh. Pois bem prezad@s, me parece que esse é o interesse no modo de exercer esse debate. Não estou dizendo aqui que nada deve ser feito, mas incentivar a população a dedar o comportamento alheio me parece algo equivocado. Recomendo uma olhada no texto do Bruno Ribeiro sobre a República dos Alcaguetes. Outro ponto. Estão falando sobre melhorar o ar da cidade com isso. Um tanto cômico se levarmos em consideração a frota de veículos automotores na cidade de São Paulo. Melhorar o ar da cidade? Eu tenho uma sugestão. Vamos aumentar o rodízio de carros! Vamos proibir a circulação de carros 24 horas em alguns lugares. O rodízio deveria se estender por pelo menos 3 dias da semana inteiros. Nada dessas insignificantes 3 horas nos horários de pico uma vez na semana. Pensa em comprar outro carro para fugir do rodizio? Estaria ferrado porque iriamos criar modos de controle de um número limitado por carros em casa e por proprietários: quanto mais carros, muitos outros impostos. Vai tentar colocar seu carro em um estacionamento particular? Vai usar o nome do filho, vizinho, amigo? Sem chance! Daremos prêmios para denúncias anônimas para combater essas atitudes. Você não estará seguro nem em sua casa! Sim, nosso objetivo seria seu bolso, e claro, a melhoria do ar na cidade. Deveria ser proibido ir para o centro da cidade de transporte particular. Deveriamos aumentar consideravelmente o ipva e outros impostos. Deveriamos criar mais impostos para os 800 novos carros que diariamente ganham as ruas de São Paulo e que esse dinheiro fosse revertido para os hospitais públicos no tratamente das centenas de pessoas vítimas diretas do malefícios dos veículos. Deveriamos começar a pensar em processos contra a GM e a Toyota por continuarem a fabricar máquinas que poluem, matam e prejudicam a vida coletiva nas cidades e no campo. Deveriamos pedir indenização ao Estado por ser complacente ao lobby das montadores. Deveriamos um monte de coisas, percebem? O fato é que hoje se você é proprietário de um utilitário na cidade de São Paulo você faz parte do problema. Lembra da lei seca? Porque não começarmos a deletar os bares que permitem motorista beberem e depois sairem com seus veicúlos? Tudo com o auxilio desses malditos serviços de manobristas! Deveriamos pensar numa forma de criminalizar essas ações do mal uso do veículo e pensar na melhor qualidade de vida de toda a população! Ops! O que? Você não pode viver sem seu carro? Ele é fundamental? Veja que coincidência: os fumantes também não podem parar com seus vícios. Eles dependem do cigarro, você do seu carro. Radical demais? Talvez, mas o fato é que existem tantas incoerências nessa lei anti fumo (atitude/propaganda eleitoreira, nenhum esclarecimento sobre o lobby das plantações de tabaco, o que acontece com os impostos dos cigarros, etc.) que fica difícil avaliar o melhor modo de melhorar a saúde da população sem colocar outros elementos em debate. Como por exemplo o uso do carro, a privatização dos espaços públicos, mobilidade urbana, etc. Não sou necessariamente contra carros, não sou primitivista, contra as tecnologias, mas sou contra o mal uso deles, da carrodependência. Estou interessado nos modos de melhorar, ampliar, incentivar a cooperação, convivência e liberdade. Estamos prestes a atingir a marca de 300 km de engarrafamento na cidade de São Paulo. Devemos considerar isso ou pessoas como eu, que não tem carro, e outras que tentam usar o bom senso, também estarão prejudicadas (mais!) pelo seu "direito" de fazer o que quiser. Então pergunto: o que significa liberdade para você?

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Uma tal sustentabilidade

OS 6 PECADOS DO GREENWASHING -
Por Rogerio Ruschel

Greenwashing é a apresentação inexistente ou inadequada de benefícios ambientais ou socioambientais apresentados por empresas, serviços ou produtos. Recente estudo realizado com 1.758 promessas encontradas nas embalagens de 1.018 produtos disponíveis no mercado dos Estados Unidos, revelou os seis pecados do apelo greenwashing.
Veja quais são eles:

Pecado dos Malefícios “esquecidos”
O principal pecado encontrado na pesquisa, estando em 56% dos produtos pesquisados, se caracteriza pelo fato do produto destacar apenas um benefício ambiental e “esquecer” os outros. Exemplos: Meu produto é reciclável (mas é extremamente gastador de energia e água para ser produzido); meu produto é feito sem teste em animais (mas sua decomposição natural pode prejudicar a cadeia alimentar natural).

Pecado da Falta de Provas
Representando 26% das promessas encontradas, é utilizado por produtos que anunciam benefícios ambientais sem comprovação científica ou certificação respeitável. Nesta categoria são encontrados xampus que não são testados em animais, produtos de papel com uso de material reciclado, lâmpadas com maior eficiência energética – todos sem comprovação dos argumentos disponível ao consumidor.

Pecado da Promessa Vaga
Entre as promessas vagas – encontradas em 11% dos produtos pesquisados – estão produtos “não-tóxicos” (e sabemos que qualquer produto em excesso pode intoxicar uma pessoa); produtos “livre de químicos” (o que é impossivel, porque todos os insumos de todos os produtos têm elementos químicos em sua composição); “100% natural” (urânio, arsênico e outros venenos também são “naturais”); “ambientalmente produzido”, “verde”, “conscientemente ecológico”, todas promessas 100% vagas. E estamos falando de embalagens – imagine aqui no Brasil as promessas vagas que vimos diariamente na propaganda…

Pecado da Irrelevância
Pecado encontrado em 4% dos produtos pesquisados, se caracteriza por destacar um benefício que pode ser verdadeiro, mas não é relevante. A mais irrelevante das promessas foi a relacionada ao CFC, banido do mercado norte-americano nos anos 70: inseticidas, lubrificantes, espumas de barba, limpadores de janelas e desifetantes, por exemplo, todos livres de CFC. A promessa é irrelevante porque se não fossem livres de CFC estes produtos não teriam licença para estar à venda no mercado…

Pecado da Mentira
Encontrado em 1% dos produtos, é simplesmente uma mentira deslavada.

Pecado dos Dois Demônios
Encontrado em 1% dos produtos, são benefícios verdadeiros, mas aplicados em produtos cuja categoria inteira tem sua existência questionada, como cigarros orgânicos, inseticidas ou herbicidas orgânicos.

E o greenwashing tupiniquim?
Este tipo de pesquisa de análise de promessas de sustentabilidade socioambiental nas embalagens dos produtos infelizmente ainda não foi feita no Brasil. Na verdade sequer temos condições de avaliar o greenwashing na propaganda comercial ou na cobertura jornalística – territórios ainda sem metodologias para fazê-lo.
Como um exercício de foro íntimo podemos fazer algumas reflexões:
  • Quando será que o CONAR, que retirou a publicidade da Petrobras do ar porque se dizia uma “empresa sustentável” mas não tomava medidas para cumprir o acordo do PROCONVE, vai adotar legislação sobre o greenwashing em embalagens de produtos?
  • Você conhece alguma promessa publicitária “vazia” feita por grande anunciante que fala mais do que faz – digamos assim, um grande clássico do greenwashing publicitário?
  • Você considera éticamente correto uma empresa investir “x” em um projeto socioambiental e investir até 3 vezes mais do que este valor para comunicar este fato? Isto pode ser considerado greenwashing?
  • Os critérios de conceituação e definição de greenwashing devem ser uma iniciativa do Estado (regulamentação oficial), do Mercado (regulamentação da iniciativa privada) ou da Sociedade (regulamentação pela preferência de compra)?

  • *artigo encontrado em Soma

    "Todos os vossos temores são temores de mortais,
    mas todos os vossos sonhos são sonhos de imortais."
    Sêneca

    domingo, 23 de agosto de 2009

    Uma história sobre cores

    Tem gente que diz que esse negócio de cor e raça é pura bobagem. Dizem que devemos viver como uma coisa só e do modo mais fraterno possível entre a espécie humana. Não desconfio das boas intenções de muitos que falam isso, mas como sabemos onde fica o lugar mais cheio de boas intenções, vou eu aqui contar o que aconteceu essa semana comigo.
    Fui assinar o contrato de meu novo trabalho. Professor da graduação do curso de psicologia. Entro na secretaria e uma pessoa bastante solícita me recebe e me pede para esperar um momento. Ela busca umas folhas daqui, papéis de lá, grapeia isso, cola aquilo e encontra minha ficha de inscrição previamente preenchida por mim para organizar no arquivo. Até aí nada de mais. Eis que ela me olha, lê algo na ficha, me olha novamente e diz:

    - Nossa, aqui você colocou cor negra.
    - Sim.
    - Eu preenchi aqui no banco de dados cor branca.
    - Como é que é?
    - Mas você é pardo, não?
    - Não meu caro, eu sou negro. E faz o favor de mudar isso ai. Cor negra.

    E acabamos nossa breve, porém significativa conversa. Estava eu pronto para mandar uma meia dúzia de "verdades", mas diante do contexto, no meio de toda aquela muvuca, achei melhor guardar meu latim. Quase disse que cada pessoa tem a cor que diz ter, que sente ter, não sei, algo que não deixasse aquele momento passar batido. Ops! mas não será esse discurso o tal do "branqueamento" da população brasileira? Não estaria exatamente aí a continuidade dos preconceitos? "Personalidades" como o jogador Ronaldo afirmando sua cor branca. Quem não se lembra disso? Descendentes de africanos e indígenas dizendo que são brancos, quando na verdade não o são. Terceiros afirmando que você não é quem diz ser - e você acreditando. Parece-me que a tal ideologia caminha por lugares assim, que se faz na naturalização de elementos construidos socialmente, no discurso, na postura, naquilo que parece não ter importância.
    Pois bem, o debate é antigo e merece atenção. Quando digo que sou negro estarei eu negando as outras partes de que descendo? Por muito tempo dizia apenas que era mestiço, mas será agora isso suficiente? Pontuando melhor a questão. Um mestiço passar por branco, ok. Beleza, afinal isso até é o esperado. Um mestiço se dizer negro, bem, talvez, vai que, será, não sei, estranho... entendeu o ponto da questão? Negro aqui ainda é "moreninho". Preferi apenas falar que pelo jeito na universidade não deveriam ter muitos professores que se consideram negros. O funcionário concordou. Na verdade não existem muitos professores e alunos negros em toda a instituição. Os negros por lá se destacam nos chamados serviços gerais, na segurança e na copa.
    Então, por favor, até o mundo ser outro, a vida outra, os preconceitos outros, as ideologias outras, não me diga que essa história de cor é bobagem.

    sexta-feira, 21 de agosto de 2009

    Nada está tão ruim que não possa piorar

    por Apocalipse Motorizado

    Adesivo 25x20.indd

    arte: tele-tubbies
    clique na imagem para ampliá-la / amplie para imprimir / imprima para colar

    A notícia publicada na internet nesta segunda-feira era assustadora: “Ônibus de SP começam a transmitir programação da TV Globo”. Parecia piada de Primeiro de Abril, mas não era.

    Na primeira fase do projeto, as televisões instaladas dentro de alguns ônibus da capital exibiriam trechos das novelas e de alguns programas jornalísticos no estilo programa de fofocas – apenas os “melhores momentos” com legendas em letras garrafais. Em seguida, a ideia era explorar o potencial trazido pela TV digital e transmitir ao vivo a programação para dentro dos ônibus.

    Vale lembrar que o modelo da TV digital brasileira, aprovado pelo ex-funcionário da Globo e ministro das Comunicações Hélio Costa, atendeu a quase todas as exigências feitas pelas emissoras de televisão.

    Um dia depois do anúncio, a Prefeitura resolveu suspender o projeto baseada em uma frágil portaria que prevê que o conteúdo das televisões dentro de ônibus deve ser enviado com uma semana de antecedência para a avaliação da SPTrans, o que inviabilizaria a exibição de programação ao vivo ou mesmo do resumo das novelas.

    “Frágil” pois a história de adaptações da lei em benefício da emissora não é exceção. A Globo nasceu de uma ilegalidade: em 1962, o grupo de Roberto Marinho assinou um contrato ilegal com o grupo estrangeiro Time-Life (a participação de grupos estrangeiros em empresas de comunicação brasileiras era ilegal na época), conseguindo capital suficiente para montar o seu canal de televisão. Ficou por isso mesmo. Em 1970, a única emissora que poderia concorrer com a Globo em escala nacional (a Excelsior) teve sua concessão cassada pela ditadura militar. Nascia aí o maior monopólio comunicacional do país.

    Para quem já contrariou a Constituição Federal, não será difícil superar uma portaria municipal.

    A emissora que nasceu no Rio de Janeiro agora consolida seus domínios no território paulistano, centro econômico e político do podre país. A ex-prefeita Marta Suplicy chegou a mudar o nome de uma avenida em homenagem ao Cidadão Kane brasileiro. É de Marta também o projeto da ponte estaiada, concluído com euforia pela gestão Serra-Kassab e transformado antes do nascimento em “cartão postal da cidade”. Coincidentemente, o “cartão postal” fica ao lado da sede da emissora, construída no maior foco recente de especulação imobiliária, a chamada “região da Berrini”. A principal função da ponte é servir de cenário para o telediário oficial da cidade, o SPTV, exibido pela emissora dos Marinho.

    O projeto de exibir conteúdo de uma emissora de televisão dentro de um espaço que, em última instância, pode ser chamado de “público” (o ônibus) é uma afronta ao bom senso e uma cusparada na cara de quem usa o (ainda) péssimo transporte público sobre pneus. Transformar um direito (o transporte) em veículo de colonização mental e tele-imbecilização compulsória é repugnante. Mais assustador ainda se considerarmos que o direito ao transporte é vendido ao cidadão.

    Adesivo 25x20.indd

    arte: tele-tubbies
    [versão alternativa]

    A inciativa da Globo não é única, ela apenas se antecipou à concorrência. Outras emissoras, como Record e Bandeirantes, também tem planos para utilizar os ônibus como veículo de tele-idiotização em massa. Sendo o transporte coletivo sobre pneus em São Paulo um grande negócio, e não um direito da população, é difícil imaginar que as iniciativas não irão vingar.

    Uma televisão compulsória deve ser o sonho de todo canal de televisão na era da fragmentação digital. E certamente é mais um passo para a materialização de sonhos totalitários recorrentes na história humana.

    vídeo Muito além do Cidadão Kane – a história do monopólio global
    Televisores invadem ônibus de São Paulo
    TVO continua a invasão privada aos ônibus de SP
    TV Out, propagandas em ônibus avançam

    ALMOÇO BENEFICENTE AO ESPAÇO AY CARMELA!

    ESPACO AY CARMELA!
    Rua dos Carmelitas, 140 - Sé
    São Paulo / SP
    (Travessa da Rua Tabatinguera / Saida Poupatempo do Metro)

    Mais informacoes:
    ay-carmela@riseup.net
    http://ay-carmela.birosca.org

    Mapa do caminho sainda da estacao Se do Metro (Saida Poupatempo):
    http://maps.google.com.br/maps?f=d&source=s_d&saddr=-23.550877,-46.632382&daddr=R.+das+Carmelitas,+140+-+S%C3%A9,+S%C3%A3o+Paulo+-+SP,+01020-010&hl=pt-BR&geocode=%3BFeChmP4dln44_Q&mra=dme&mrcr=0&mrsp=0&sz=17&dirflg=w&sll=-23.55148,-46.630075&sspn=0.004682,0.009559&ie=UTF8&t=h&z=17


    Reservas e informações: ay-carmela@riseup.net

    Por favor, confirmar com antecedência a sua presença.

    AJUDE A MANTER VIVO ESSE ESPAÇO AUTÔNOMO!

    Saiba mais sobre o Ay Carmela!: http://ay-carmela.birosca.org/node/1
    --
    O saber quando não humaniza deprava.
    Refina o crime e torna mais degradante a covardia.

    Mikhail Bakunin

    JUNK FOOD VEGANO

    DIA 22/08
    ESPAÇO IMPROPRIO APRESENTA II JUNK FOOD VEGANO
    DIA 22/08/2009 A PARTIR DAS 17:00h

    ENTRADA GRÁTIS

    COM AS BANDAS:

    *BUZZCOPS
    *PRISÃO SEM MUROS


    DEBATE:
    Uma perspectiva anti civilização do Veganismo. (por Você tem que desistir)
    *************************************

    CARDÁPIO:

    HAM-BURGER SIMPLES
    (pão de hamburger, hamburger de soja, maionese de tofu temperado, presunto vegan, fatia de tofu seco)

    X-SALADA
    (pão de hamburger, hamburger de soja, maionese de tofu temperado, alface, tomate e cebola, fatia de tofu seco)

    X-CALABREZA
    (pão francês, linguiça vegan, maionese de tofu temperado, fatia de tofu seco)

    VEGGIE-FISH
    (pão de hamburger, hamburger de tofu com temperos, maionese de tofu, alface e tomate)

    VEGGIE-DOG
    (pão de hot dogr, salsisha vegan, purê de batata, batata palha e molho de tomate)

    COMBOS:

    V - HAM-BURGER + BATATA + REFRESCO OU REFRIGERANTE
    E - X-SALADA + BATATA + REFRESCO OU REFRIGERANTE
    G - X-CALABREZA + BATATA + REFRESCO OU REFRIGERANTE
    A - VEGGIE FISH + BATATA + REFRESCO OU REFRIGERANTE
    N - VEGGIE DOG + BATATA + REFRESO

    COMPAREÇAM!!! =)

    Rua Dona Antonia de Queiros, 40 - Consolação (travessa Rua Augusta - próx. shopping Frei Caneca)
    São Paulo - SP tel: 3129.7197

    quinta-feira, 20 de agosto de 2009

    Aos bons que se foram


    No dia 20 de agosto de 1889 nascia Ana Lins dos Guimarães Peixoto. Aninha seria depois conhecida como a encantadora Cora Coralina. Para saber mais sobre a obra e a vida dessa mulher maravilhosa visita a Casa de Cora Coralina. Obrigado Mestra!

    ***

    TODAS AS VIDAS

    Vive dentro de mim
    uma cabocla velha
    de mau-olhado,
    acocorada ao pé do borralho,
    olhando pra o fogo.
    Benze quebranto.
    Bota feitiço...
    Ogum. Orixá.
    Macumba, terreiro.
    Ogã, pai-de-santo...
    Vive dentro de mim
    a lavadeira do Rio Vermelho,
    Seu cheiro gostoso
    d’água e sabão.
    Rodilha de pano.
    Trouxa de roupa,
    pedra de anil.
    Sua coroa verde de são-caetano.
    Vive dentro de mim
    a mulher cozinheira.
    Pimenta e cebola.
    Quitute bem feito.
    Panela de barro.
    Taipa de lenha.
    Cozinha antiga toda pretinha.
    Bem cacheada de picumã.
    Pedra pontuda.
    Cumbuco de coco.
    Pisando alho-sal.
    Vive dentro de mim
    a mulher do povo.
    Bem proletária.
    Bem linguaruda, desabusada,
    sem preconceitos,
    de casca-grossa,
    de chinelinha, e filharada.
    Vive dentro de mim
    a mulher roceira.
    – Enxerto da terra, meio casmurra.
    Trabalhadeira.
    Madrugadeira.
    Analfabeta.
    De pé no chão.
    Bem parideira.
    Bem criadeira.
    Seus doze filhos.
    Seus vinte netos.
    Vive dentro de mim a mulher da vida.
    Minha irmãzinha...
    tão desprezada, tão murmurada...
    Fingindo alegre seu triste fado.
    Todas as vidas dentro de mim:
    Na minha vida –
    a vida mera das obscuras.

    terça-feira, 18 de agosto de 2009

    Quando tudo muda.

    Engraçado quando paramos para considerar e avaliar alguns espaços e atitudes em nossa vida. A exatamente um ano atrás meu mundo era completamente diferente do que é hoje. Exatamente em meados de agosto de 2008 eu vivia no Japão e atravessava uma das fases mais dificeis de minha vida. As coisas eram um tanto confusas, estava bem aborrecido e descontente com o que fazia para viver e como me relacionava com as pessoas em minha volta. Sentia um processo de profunda apatia, desconsolo, de desencontro e tristeza. Apesar dos esforços da então minha companheira para me animar e acolher, queria era abandonar aquilo tudo, partir para outras possibilidades e mudar definitivamente as coisas dentro de mim. O Japão há exatamente um ano atrás era, para mim, o simbolo do desapontamento, do distanciamento e da alienação. Olhando isso agora me dou conta que poderia ter feito algumas coisas de modo diferente, mas dizer isso é apenas lamentar e não é esse o caso agora, afinal quando vivemos a situação, quando estamos no olho do furacão, nem sempre percebemos essas outras possibilidades, permanecemos míopes, sem sentirmos que existe outro modo de agir. Bom, já foi e acabou esse tempo e nada posso fazer nesse instante. Agora apenas lembranças e recordações que vão se distanciando de minha vida. Voltei para minha casa. Retornei para meu povo, meus amigos e depois de certo tempo, buscando por respostas e cuidado, fui recebido por um novo-antigo amor. Como se retornando do campo de batalha, com as feridas expostas, a sede implacável e a fome gigantesca, eu sucumbi. Queria apenas uma boa noite de sono que levou inumeras luas para me acalmar. Adoraria somente escutar as histórias dos que ficaram, sentir o amor de minha familia, ver os sorrisos dos amigos, dançar o que me era conhecido. Comecei a buscar exatamente as coisas que me faziam bem, a caminhar por espaços que me estimulam, encontrar pessoas que me provocam, a viver em uma casa com aqueles que estão cheios de afinidades. E essa casa é hoje meu simbolo de refúgio. Seus moradores são meus novos amores. Homens e mulheres cheios de idéias, apaixonantes, sinceros e desafiantes. Assim como eu, as vezes mais, as vezes menos, tentam lidar com seus limites e defeitos, choram e se desculpam olhando nos olhos. Somos um espaço coletivo que decidiu compartilhar além de uma casa, opiniões, modos de viver, dividir a comida, dividir o tempo e a atenção na contramão do que diz o mundo. Não queremos seis liquidificadores, seis fogões, seis geladeiras. Estamos dividindo as tarefas, sendo responsáveis por nossa limpeza e a manutenção dos espaços coletivos. Engraçado como as vezes um simples café e pão na chapa se transforma quase numa defesa de tese! Pois então, esse clima e essa gente optou por isso. Estamos escolhendo outras formas de reconhecimento. Porque digo isso? Quando iniciou meu novo trabalho exatamente a uma semana atrás, onde não imaginava estar depois de um ano carregando e cortando barras de ferro por 14 horas seguidas, respirando enxofre, chorando nas ruas por não saber o caminho de volta, não podendo cuidar de quem me amava e nem de mim, chego a apenas uma conclusão: impermanência. O budismo explica que todas as coisas, tanto as que amamos quanto as que detestamos irão desaparecer, tudo irá mudar. Apego e repulsa, cobiça e aversão fazem parte da mesma lógica, do mesmo movimento. Precisamos de uma esforço de compreensão para tentar cessar a reação e iniciar a ação. Minha casa hoje me oferece mais uma oportunidade para o exercício desse agir. Ainda não estou bem certo do que irá acontecer e estou agora tratando apenas de aceitar o que existe. Cresce minha gratidão por meus pais, por essas pessoas que me querem por perto em uma mesma casa, pelos amores que tive nessa vida, pela jornada que experimentei nos últimos dois anos, por fazer parte dessa tradição afro-brasileira, por meus novos alunos de psicologia, pelos encontros de hoje. Existe uma tradição mexicana, particularmente nas montanhas de Chiapas, que é conhecida como a "Flor da Palavra". É na verdade uma conduta ética. Quando falamos algo devemos estar comprometidos com isso. Simples assim. As palavras não devem ser anunciadas de forma leviana, devem ser bem escolhidas, ditas com cuidado, com o coração repleto de sinceridade. A Flor da Palavra garante a clareza, incentiva a verdade, afirma a ação e o comprometimento de nossas intenções. Hoje no meu esforço de ser um homem diferente, tento tomar isso como exemplo e inspiração, porque um dia eu menti, fui descuidado, vaidoso, egoista e feri quem não pretendia. Coragem para enfrentar o medo é bom e necessária. Para mudar precisamos da coragem para a verdade. Amargar em determinados momentos é importante, mas saber a hora de parar é imprescindível. Digo a meu bom Tempo, que isso então se mantenha!

    ps- Postei essa ladainha de Mestre Toni Vargas a muito tempo, mas creio que ela merece estar aqui outra vez.

    terça-feira, 11 de agosto de 2009

    Povo, estou meio maluco com o inicio do trampo e não conseguindo escrever absolutamente nada por aqui. Sim, começou, mas diferente do que havia dito antes e as possibilidades de intervenção no abrigo de Mairiporã, iniciei a supervisão de alguns estágios na clínica psicológica da UniP de São José dos Campos. Uma verdadeira saga que merece mais comentários no futuro. Enquanto isso deixo vocês com Wudasse Band. Jazz africano da melhor qualidade.

    cinema e anarquia

    domingo, 9 de agosto de 2009

    POR UMA REFORMA PSIQUIÁTRICA ANTIMANICOMIAL


    MARCHA DOS USUÁRIOS À BRASÍLIA – POR UMA REFORMA PSIQUIÁTRICA ANTIMANICOMIAL

    Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial – RENILA, com apoio de diversas entidades, está organizando para o dia 30 de setembro de 2009, a Marcha dos Usuários à Brasília – Por uma Reforma Psiquiátrica Antimanicomial e conclama a todas as organizações, entidades e associações de usuários e familiares para se organizarem e Marchar rumo a Brasília.
    Neste momento, forças contrárias à Reforma Psiquiátrica Brasileira, em movimento organizado, utilizam os meios de comunicação de massa, numa verdadeira campanha para frear e desacreditar o Sistema Único de Saúde – SUS e nossas conquistas da Luta Antimanicomial.

    Nesses meios de comunicação são ouvidas autoridades e profissionais “doutores na matéria”. Casos mal sucedidos são pinçados e apresentados como regra, fragilizando o trabalho desenvolvido e influenciando negativamente a opinião pública, contra os avanços da Reforma Psiquiátrica.

    A voz do usuário nunca aparece. Suas entidades não são procuradas pelos jornalistas e suas opiniões não são consideradas. Chega de covardia! Chega de manipulação da informação. Os usuários dos Serviços de Saúde Mental exigem que suas opiniões sejam levadas em consideração Os usuários durante anos, foram vítimas do abandono e da violência das internações psiquiátricas em hospitais asilares ou modernizados. São eles quem pode dizer o que querem. São eles, os que hoje frequentam os Serviços Substitutivos e que tem sua cidadania e inclusão social potencializada, é quem pode dizer que a Reforma Psiquiátrica Brasileira se constitui num patrimônio técnico, ético e político, do qual não estão dispostos a abrir mão. São eles, os usuários e familiares da Luta Antimanicomial, a prova viva de que os loucos podem viver em sociedade e que podem ser tratados em liberdade e com cidadania.

    Exigimos que a voz do usuário seja ouvida!

    Por isso a RENILA convida para juntos chegarmos em Marcha rumo a Brasília, partindo de todo o Brasil, onde durante todo o dia participaremos de atividades político-cultural e mostraremos nossa Força. A Marcha é um espaço de visibilidade expressão política dos usuários de Saúde Mental e suas organizações junto ao Governo Federal e a sociedade, com a finalidade de: defender o SUS, a Lei 10.216/01, reivindicar a realização da IV Conferência Nacional de Saúde Mental, a Reforma Psiquiátrica Antimanicomial, evidenciar o protagonismo dos usuários e fortalecer a Organização Política dos Usuários.

    Vamos organizar caravanas para que os verdadeiros protagonistas possam se apresentar em Brasília, de corpo presente, suas vozes e suas reivindicações, levando ao Presidente Lula e demais autoridades legislativas e judiciárias a disposição de luta em defesa de seus direitos. Se você quer ser ouvido e lutar por uma Reforma Psiquiátrica Antimanicomial, organize sua caravana!

    Ajude a construir essa Marcha!

    Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial:

    Associação Chico Inácio (AM), Associação. dos Usuários dos Serviços de Saúde Mental de João Monlevade (MG), Associação dos Usuários dos Serviços de Saúde Mental de Minas Gerais (MG), Associação dos Usuários dos Serviços de Saúde Mental do Estado de Goiás (GO), Associação Verde Esperança (MG), Associação Loucos por Você (MG), Fórum Cearense da Luta Antimanicomial (CE), Fórum Gaúcho de Saúde Mental (RS), Fórum Goiano de Saúde Mental (GO), Fórum Mineiro de Saúde Mental (MG), Instituto Damião Ximenes (CE), Movimento dos Usuários dos Serviços de Saúde Mental da Bahia (BA), Movimento Pró-Saúde Mental do Distrito Federal (DF), Núcleo Antimanicomial do Pará (PA), Núcleo da Luta Antimanicomial da Paraíba (PB), Núcleo de Estudos pela Superação do Manicômio (BA), Núcleo Estadual de Saúde Mental (AL), Núcleo Estadual do Movimento da Luta Antimanicomial (RN), Núcleo Libertando Subjetividades (PE) e Núcleo Por Uma Sociedade Sem Manicômios (SP)

    Acompanhe o processo de mobilização: http://marchadosusu arios.blogspot. com/

    sexta-feira, 7 de agosto de 2009

    Exercício para o inconsciente

    1. Ando pela rua. Há um buraco fundo na calçada. Eu caio. Estou perdido...sem esperança.
    Não é culpa minha.
    Levo um eternidade para encontrar a saída.

    2. Ando pela mesma rua. Há um buraco fundo na calçada. Finjo não vê-lo. Caio nele de novo.
    Não posso acreditar que estou no mesmo lugar.
    Mas não é culpa minha.
    Ainda assim levo um tempão prá sair de lá.

    3. Ando pela mesma rua. Há um buraco fundo na calçada. Vejo que ele está ali.
    Ainda assim caio nele...é um hábito.
    Meus olhos se abrem. Sei onde estou.
    Assumo a responsabilidade pelo meu olhar.
    Saio imediatamente dele.

    4. Ando pela mesma rua. Há um buraco fundo na calçada.
    Dou a volta.

    5. Ando por outra rua.

    quarta-feira, 5 de agosto de 2009

    Foi pouco.

    Brasília - A disposição declarada pela psicóloga Rozângela Alves Justino de continuar a oferecer terapia para cura do homossexualismo masculino e feminino poderá lhe render punições mais graves do que a censura pública aplicada hoje (31) pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP).

    Segundo o presidente do CFP, Humberto Verona, a censura pública será exposta no Diário Oficial da União e em publicações regionais de psicologia para notificar a sociedade do comportamento indevido da profissional, que está, em tese, proibida de manter esse tipo de conduta.

    “Ela [Rozângela] foi condenada por este tribunal de ética a não mais reincidir na prática. Havendo reinserção na prática, terá que arcar com todas as consequências possíveis”, disse Verona, se referindo às penalidades disciplinares de suspensão do exercício profissional por 30 dias ou de cassação do registro, mais graves do que a censura pública. Tais penalidade poderiam ser aplicadas em um novo processo ético movido por denunciantes.

    “Pela lógica, se ela teve uma censura pública, que é a terceira em gravidade, num processo provavelmente a pena será mais grave do que esta”, confirmou Verona.

    O CFP esclareceu que psicológos não podem sugerir modificação da orientação homoafetiva do cidadão nem oferecer tratamento para tal. Mesmo se procurados por clientes em sofrimento psíquico decorrentes de sua opção sexual, os psicólogos não podem prometer cura.

    “Eles podem ouvir o sofrimento e ajudar a pessoa a superar, através de um terapia de aceitação ou de acolhimento”, assinalou Verona.

    Advogados de Rozângela Muniz vão recorrer à Justiça Federal contra a decisão do CFP, sob o argumento de que a cliente foi vítima de constrangimento, humilhação e intimidação.

    *Fonte Agência Brasil

    mais que gripe.

    Um pouco mais de informação sobre o blá, blá, blá da gripe suína. Direto e reto deixando claro a quem interessa essa história.

    terça-feira, 4 de agosto de 2009

    Cara de pau!

    Grandes companhias farmacêuticas faturam bilhões com gripe suína

    *mas antes uma recomendação: para entender melhor a lógica da canalha assista aos filmes O jardineiro fiel e O mundo segundo a Monsanto. O primeiro encontra fácil em qualquer locadora, o segundo você pode assistir aqui na íntegra.

    Algumas das maiores companhias farmacêuticas do mundo estão auferindo bilhões de dólares em receita adicional, em meio à preocupação global sobre a expansão cada vez maior da gripe suína.

    A reportagem é do jornal *Financial Times* e publicada pelo jornal *Valor*, 22-07-2009.

    Analistas estimam alta significativa nas vendas da *GlaxoSmithKline*, da Roche* e da* Sanofi-Aventis*, quando elas divulgarem nos próximos dias resultados do primeiro semestre engordados por encomendas governamentais de vacinas contra a gripe e medicamentos antivirais. As novas vendas -ao mesmo tempo em que a suíça *Novartis* e a americana *Baxter*, que também produzem vacinas, já divulgaram resultados expressivos surgem no momento em que o mais recente computo aponta para um total de mais de 700 vítimas fatais do vírus da gripe A (*H1N1*) e para milhões de pessoas infectadas em todo o mundo. A britânica *GlaxoSmithKline* (*GSK*) confirmou que até o momento já vendeu 150 milhões de doses de uma vacina pandêmica contra a gripe (o equivalente ao total anual de vendas de vacinas sazonais contra a doença), a países como o Reino Unido, os EUA, a França e a Bélgica, e anunciou que estava se preparando para expandir a produção. A *GSK* também produz o *Relenza*, um medicamento antivírus que reduz a duração e atenua a severidade da infecção, e está se preparando para ampliar a produção, rumo a uma meta de 60 milhões de doses anuais. O governo do Reino Unido encomendou 10 milhões de doses do medicamento neste ano.

    Um dos principais beneficiários do temor crescente de uma pandemia foi a suíça *Roche*, que vende o *Tamiflu*, o principal medicamento antiviral usado no combate à gripe, e registra alta considerável nos pedidos de governos e empresas privadas. Uma pesquisa do banco de investimento americano *JPMorgan Chase* estimou, na semana passada, que governos de todo o mundo já teriam encomendado quase 600 milhões de doses de vacinas contra a pandemia e adjuvantes (produtos químicos que aumentam sua eficácia). Isso representa US$ 4,3 bilhões em vendas, e existe o potencial de vender mais 342 milhões de doses de vacina, ou US$ 2,6 bilhões, no futuro próximo. O *JPMorgan Chase* previu que novos pedidos de antivirais podem elevar as vendas da *Roche* e da *GlaxoSmithKline* em mais US$ 1,8 bilhão nos países desenvolvidos e, em potencialmente, mais US$ 1,2 bilhão nas nações em desenvolvimento.

    Mas também existem incertezas para os fabricantes de produtos farmacêuticos. Com a probabilidade de demanda superior à oferta e os lotes iniciais de produção sugerindo que o rendimento da vacina contra a pandemia é relativamente baixo, as companhias podem ter de enfrentar escolhas difíceis na alocação de produtos aos diferentes países que estão apresentando
    encomendas.

    As companhias também estão sob pressão para fornecer mais medicamentos e vacinas gratuitamente, ou a preços extremamente baixos, para os países em desenvolvimento.


    segunda-feira, 3 de agosto de 2009