sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Dia dos Mortos no Ay Carmela!

O Espaço Ay Carmela! convida para a festa do Dia dos Mortos.
Dia 02 de novembro, domingo, a partir das 15h..
“A festa do Dia dos Mortos, tradição de origem indígena mexicana, está vinculada com o calendário agrícola pré-hispânico, e é a festa que celebrava o início da colheita. É o primeiro banquete depois da temporada de escassez dos meses anteriores, em que se compartilhava também com os mortos. (...) O culto a morte é um dos elementos básicos da religião dos antigos mexicanos, que acreditam que a morte e a vida constituem uma unidade. Para os povos pré-hispânicos a morte não é o fim da existência, é um caminho de transição para algo melhor.”
Laura de la Vega.
Acredita-se que os mortos, no dia 2 de novembro, vêm visitar seus parentes e companheiros, para o que são recebidos em festa. O Ay Carmela!, trazendo essa tradição, convida todos a festejar e a compartilhar alimentos, conhecimentos e memórias. Queremos celebrar a vida e resignificar a morte, lembrando daqueles que morreram, mas que permanecem em nossas vidas como símbolos de diversas lutas travadas em muitos lugares. Vamos lembrar e homenagear as pessoas que morreram injustamente, vítimas da intolerância por suas crenças e lutas, ou mesmo da negligância e do descaso..Evocar os que morreram e a força de suas histórias é um gesto simbólico e ritualístico para torná-los vivos e também as suas lutas. É uma oportunidade para aprender com elas, resignificá-las e potencializar a busca de sua continuidade, transformação ou ruptura...
ESPAÇO AY CARMELA!
Rua das Carmelitas, 140 – Sé (perto do metrô Sé, saída do Poupatempo, a rua é paralela a Rua do Carmo)
Telefone: 55 11 3104 4330

PROGRAMAÇÃO:
15:00 – Abertura do Espaço com comidas (veganas), bebidas e músicastípicas mexicanas
16:00 –Exibição de vídeos sobre movimentos sociais no México (em espanhol, sem legenda) seguido de debate sobre o tema
18:00 – Bate-papo sobre Vida, Morte e Luta com participação de Xojobil, Flor da Palavra, Fórum Centro Vivo, CEEP e opositores da ditadura militar noBrasil (palestrantes à confirmar)20:00 – Show da banda Gómez Mescalero y Los Graves Diableros http://www.myspace.com/gomezmezcalero
21:00 – Cortejo festivo pelas ruas do centro da cidade
DURANTE TODO O EVENTO:
* Nosotros, las Calaveras: Exposição de reproduções de gravuras do artistamexicano José Guadalupe Posada (1852-1913)
* Altar em homenagem aos mortos em luta

Celebrações com o Saci!


quinta-feira, 30 de outubro de 2008

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

V Simpósio Brasileiro de Psicologia Política acontece na Escola de Artes, Ciências e Humanidades - EACH da Universidade de São Paulo - USP
Dias 29 de outubro a 02 de novembro de 2008.
saiba mais aqui

terça-feira, 28 de outubro de 2008

e que Deus nos ajude?

Parece-me que a frustração foi grande no Rio também. Aqui em São Paulo a vitória do Kassab, apesar do anúncio, provoca agora apenas um tipo de luto entre os mais críticos. Insisto: não que a Marta seja um exemplo de pessoa a ser seguida, mas como ninguém governa sozinho, a acessoria de um e de outro é tão diferente, que até uma criança sabe do que falo. Vamos em frente! Aqui em São Paulo é ladeira abaixo mesmo. Sucateamento do Sistema Único de Saúde (a implantação do SUS é conquista histórica dos trabalhadores e da população por outro modelo de atendimento, quem reclama do SUS ou não sabe nada de saúde pública ou esta mal intensionado mesmo, no caso do Kassab são as duas coisas); mais AMAS (alguém sabe que droga é essa? para mim é apenas mais dipirona, mais aspirina, mais números e mais hospitalzão, logo, menos acompanhamentos, menos prevenção, menos saúde); mais e maior abandono da educação (exemplo: essa questão do leite em pó das crianças é ridícula... nem me darei o trabalho de falar sobre, mais uma prova dos conxavos entre políticos e multinacionais e a lista é grande. Livros e melhorias para o professor? isso é coisa de gente idealista, já dizia o ilustre canalha Paulo Maluf: "professor não é mal pago, é mal casado!"); mais criminalização dos movimentos sociais (sim meus amig@s, fudeu geral! a perseguição só ta começando e agora é carta branca pros fascistas da secretária de segurança. Reclamou? porrada!); muito mais criminalização da pobreza (acha mesmo que essa adiministração tolera pobre e povo? Preparem-se para novos massacres nas periferias e dos moradores de rua).
Está bom por enquanto e com o tempo podemos ir relatando mais algumas constatações. Volto a lembrar que o fato mais importante nessas situações é trabalharmos por uma política além do voto. Interesso-me por movimentos sociais, não por barganhas partidárias. Talvez a coisa boa do Kassab ganhar em São Paulo esteja no fato de que isso fará surgir outras coalizações, afinal alguém tem alguma dúvida de onde está o inimigo maior? Com a Marta ainda iriamos ter muito do já conhecido "vamos esperar um pouco mais... fulano que era do movimento não sei qual agora tá lá com ela... que existe uma abertura x pra negociar isso..." e por aí vai. E como na vida não existe um "e se", vamos ao que interessa. A Marta me parecia um tipo de pausa, no sentido de que as mudanças aconteceriam muito devagar, porém não acho que iria ficar pior do que está, mas com o Kassab fica evidente o retrocesso. Esse causa medo porque para quem vive aqui e não se deixa enganar por propagandas, sabe que ainda impera o coronelismo e a chibata com essa gente. Com um talvez seria um passo a frente e dois atrás, não dá para prever. Com o outro a certeza de que será continuamente para trás. Então, sabendo disso, mãos a obra porque se eles trabalharão para nos prejudicar, trabalharemos mais para nos ajudar. Boa sorte para todos e calma, ainda não precisamos dizer "cada um por si e Deus contra todos", apesar de saber que Ele nos abandou faz tempo e que isso pode ser uma coisa boa.

domingo, 26 de outubro de 2008

Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.

Clarice Lispector

sábado, 25 de outubro de 2008

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Estamos quase lá.

Faltam menos de 2 dias para o segundo turno das eleições e o circo continua armado. Já falei o que penso a respeito de eleições e não pretendo me repetir, mas consideremos alguns poucos fatos. Primeiro que a suposta reeleição do Kassab em São Paulo deixa claro a merda de debate político que existe hoje na sociedade paulistana. Você também ficaram desesperados (não sempre, mas frequentemente) quando ouviam outras pessoas pelas ruas falando das eleições? Segundo, que depois do que vimos a mídia fazer, eu caso fosse jornalista da ou alguém envolvido nessa "grande" mídia, teria vergonha de comentar a respeito de meu trabalho ou minimamente dos colegas de ofício. Lamento profundamente pelos poucos bons jornalistas que se encontram entrincheirados nesse mar de cinismo e hipocresia. Por favor, aos bons, não desistam! Terceiro, definitivamente para aqueles que possuem uma postura um pouco mais crítica sobre votar ou não, e mesmo em quem, apenas a certeza do menos pior, nesse caso, falo de Marta. E por último, minha sensação de que com a vitória do Kassab, agora reconheçam todos que possuem um mínimo de vergonha na cara, que estamos ladeira abaixo e não que há freios. Como já falei em outras situações, a única coisa que importa a partir daqui é saber de que lado estamos.
Então para concluir, confira o que encontrei num blog pró-Marta, que apesar de não apoiá-la, vale os argumentos feitos pelo cidadão atendido por Mello.
Leia esta reportagem sobre Kassab, de março deste ano, publicada no G1, Portal de notícias das Organizações Globo: Datafolha: paulistanos dão nota 3,9 para Kassab. Segundo pesquisa, prefeito tem 42% de avaliação 'ruim' ou 'péssimo'.
Para 15%, gestão é boa ou ótima. Índice é semelhante ao de Celso Pitta.
A gestão do prefeito Gilberto Kassab (PFL) em São Paulo é considerada ruim ou péssima por 42% dos paulistanos, segundo pesquisa realizada pelo Datafolha nos dias 19 e 20 de março, com margem de erro de três pontos para mais ou para menos, e divulgada nesta segunda-feira (26). De acordo com o instituto, o índice de rejeição anterior era de 33% - na pesquisa, foram ouvidas 1.092 pessoas com mais de 16 anos.Com seus 42% de rejeição, Kassab, que completa 1 ano de mandato no sábado, tem o mesmo índice que o ex-prefeito Celso Pitta (1997-2000) após um ano de gestão. Pitta saiu com 81% de rejeição.
A pesquisa do Datafolha, que dava a Kassab a mesma péssima avaliação de Celso Pitta, completou sete meses há três dias.
O que mudou de lá pra cá? Kassab fez durante esse período o que não havia feito antes?
O que aconteceu foi a mais articulada estratégia de propaganda política dos últimos tempos, e que vou chamar aqui de agitprop da mídia corporativa, porque a agitação ocorreu apenas na mídia e teve como objetivo alienar, silenciar e desmobilizar as ruas.
O que definiu a provável eleição de Kassab (e é provável, porque a eleição é apenas no domingo, e é necessário conquistar votos para Marta até as cinco da tarde desse dia) foi o comportamento da mídia corporativa.
Num primeiro momento, congelaram Marta (que tinha sua candidatura ignorada, e, quando não ignorada, criticada), enquanto se dedicavam a desconstruir Alckmin. O candidato Chuchu, que nas eleições presidenciais há dois anos só tinha qualidades, era um exemplo de gestão etc., passou a ser um político medíocre, caipira, cheio de ambições pessoais, incapaz de ceder em nome de um objetivo maior – a estratégia de levar Serra ao Planalto em 2010.
Ultrapassado Alckmin, chegou a vez de Marta. A campanha contra Marta e a favor de Kassab (nunca esquecer que Kassab é Serra) foi e é tão intensa, que nem os gravíssimos fatos das últimas semanas (enfrentamento das polícias em frente ao Palácio Bandeirantes e a desastrada ação da polícia de Serra no seqüestro de Santo André) conseguiram tirar um pontinho do candidato demo-tucano, de acordo com as pesquisas.
Se for confirmada nas urnas a vitória de Kassab, os adversários de Serra temos que começar a trabalhar já, de olho em 2010, para enfrentar o agitprop da mídia corporativa. Ou o governo vai parar nas mãos deles.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Pelas ilhas verdes

Pode ser
Que alguém venha me dizer
Que eu parti
Eu direi:
Eu vou regressar !
Pode ser
Que alguém venha dizer
Que eu regressei
Eu direi:
Eu cheguei !
Pode ser
Que alguém venha dizer
Que eu cheguei.
Eu direi:
Eu vou continuar.


(Frederico Gustavo dos Anjos é nascido em São Tomé e Príncipe, em 1954)

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Quando escolhemos ficar

Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos e simplesmente ir ver.
Amyr Klink
É atribuida a Albert Einsten a seguinte frase: "A mente que se abre a uma nova idéia jamais volta ao seu tamanho original." Juntando ao que Amyr Klink falou, minha condição atual diz que eles estão repletos de razão. Evidente que aprender é bom e ter a sensação de que algo se amplia é melhor ainda, mas essas coisas sem compartilhar, sem a paciência devida pode provocar algumas colisões.

O duro mesmo, por mais irônico que possa parecer, é como lidar com isso depois. Tenho falado muito com alguns amigos que passaram pela experiência de viver distante de suas origens e entre pessoas e povos diferentes e realmente me surpreende como cada um lidou e lida com isso de um modo particular. Gente que se isolou e precisou de meses para ficar tranquilo entre aqueles que ama. Outros que já foram "de sola" naquilo que lhes fazia falta, e ainda aqueles que mesmo depois de anos se sentem deslocados em sua própria casa. E por aí vai. Eu particularmente sinto um pouco de cada situação e outras cositas mas.

Difícil dividir, explicar, se fazer entender. Pesado, dolorido, as vezes triste. Apesar do contentamente de poder voltar, algumas respostas dadas nos encontros casuais parecem muito mais que uma simples interação entre pessoas que não se encontram a muito tempo. Apesar disso tudo, o importante e o que interessa mesmo, as vezes vem surgindo como numa cadência de um samba bonito. Um instrumento de cada vez. Quem sabe a facilidade e a dificuldade desses fatos tenha haver com o quanto de integração tenhamos com nossa própria cultura e valores. Falo do samba porque foi uma das coisas que mais senti falta quando estive fora. Não importa quem está tocando, para um bom samba acontecer não interessa se os músicos são mesmo descendentes direto da coisa, mas também se o povo que os cerca não sabem do que se trata aquilo, tudo muda. E olha que fui em muitas rodas de samba fora do Brasil, com gente muito competente mandando ver na batucada.

Alguns dias antes de sair do Japão um amigo capoerista japonês veio me perguntar algo sobre mandinga. Queria ele, me confessou, ter mais mandinga na vadiação. Papo vai e papo vem, dizia eu que ele tinha que perguntar isso pra meu mestre, mais autoridade e competência para discursar sobre isso, que eu também estava aprendendo sobre, que apesar de ter uma relação de berço com a capoeira, ainda havia muito que aprender. Eis que me dou conta de algo curioso. Meu amigo apesar de treinar bastante e ser muito interessado na capoeira, sabia muito pouco ou nada da cultura brasileira e sua diversidade. Falei pra ele que era importante ele conhecer o mundo onde a capoeira nasceu, como ela se desenvolveu e que mandinga pra nós brasileiros pode ser muita coisa, que vai além da capoeira. O que ele queria precisava de vivencia na coisa toda, não nos livros e vídeos que assistia. Claro que ajuda, mas a experimentação faz toda diferença de que precisa. Mandinga a gente vive, e há aqueles que possuem mais que outros, mas não existe escola para aprender.

Falamos do "jeitinho" brasileiro e como isso tem haver com mandinga. Apesar do modo pejorativo de pensar esse "jeitinho" estar aumentando, sou um daqueles que aceita esse jeito e que reconhece nessa expressão um modo de realizar as coisas para uma vida melhor. Jeito de fazer, de mostrar, criar, resignar. O "jeitinho" de criar quatro filhos da mãe solteira com um salário mínimo. "Jeitinho" de celebrar o candomblé e a umbanda nos pequenos terreiros dos morros e favelas. "Jeitinho" de todo mundo cair no carnaval de rua de milhares de cidades pequenas sem pagar um centavo por isso. "Jeitinho" de cursar uma universidade noturna por cinco anos e trabalhar no mínimo 50 horas semanais. Muitos e muitos outros jeitos. Por isso que voltar pro Brasil me parece uma questão de jeito. Dá trabalho claro, pricipalmente quando a gente repara naquilo que temos de pior, mesquinho e pequeno. Na zona que é isso aqui, na corrupção dos mafiosos de colarinho branco, mas também dos anônimos que não respeitam nem o pedestre na faixa de trânsito (estou dando esse exemplo porque quase fui atropelado na faixa de pedestre três vezes em menos de uma semana desde que cheguei em menos de um mês).

Minha mãe falou dias atrás de como o Brasil era o melhor país do mundo. Entendi o que ela estava querendo dizer com isso, que tinha haver com o fato de ser onde vivemos, de ser nossa casa e tal, mas não pude deixar de completar com o clássico "tá ruim, mas tá bom", afinal como o país com a pior distribuição de renda do mundo pode ser o melhor lugar para se viver? Mas mesmo assim cada um vai fazendo as escolhas que lhes cabem. A minha foi voltar. A minha esta sendo voltar. Permaner de corpo e alma! Nessa direção eu concordo com minha mãe. É o melhor sim, porque é minha escolha e sou dono de meu destino, aliás como todos.

Ainda assim acho que as pessoas que têm a oportunidade de ir verem como é em outro lugar deveriam ir. Claro que não precisam ir tão distante como fui, mas se o gaúcho pudesse conhecer a cultura nordestina, deixar seus preconceitos de lado, seria ótimo. Caso o paulista se abrisse mais aos valores baianos idem. Se o mineiro pudesse chegar na Amazonia, melhor. O matogrossense visitar o pernanbucano seria bom começo. Na verdade, isso esta sempre acontecendo. O fluxo de migração interna é gigantesco, mas ainda sentimos como as barreiras insistem em permanecer. As pessoas não satisfeitas em manter fronteiras entre os povos, trabalham na manutenção disso dentro de si mesmas, quando nem se dão conta que são frutos direto dessa movimentação. Uma cidade que seja possui essa capacidade de revelação! Visite um bairro que desconheça e vai entender o que estou dizendo. Muito depende de como olhamos e nos envolvemos. Porém isso é assunto para depois. O fato é que nada permanece o mesmo, nem pessoas, nem lugares, nem aqueles que partem, nem aqueles que ficam. E já dizia um samba lindo que canta a verdade de que "voltar quase sempre é partir para um outro lugar".

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Aos que não desistem.


Nunca é tarde! Definitivamente algumas coisas tardam, mas graças a alguns poucos, não falham. As duas notícias abaixo são referentes ao mesmo tema: torturadores que respondem sobre seus atos décadas depois. Está claro que não se pode aceitar a justificativa de que estavam em guerra e apenas cumpriam ordens. Em ambos os casos, de um brasileiro e de um argentino, eles eram os comandantes. Assunto delicado, mas que nossa memória não se esqueça que ainda há entre nós não apenas alguns desses assassinos, mas sua própria ideologia. O que é hoje o comando da polícia militar do Estado de São Paulo e do Rio de Janeiro? As milícias cariocas? A candidatura de alguns políticos de norte a sul do Brasil? Herdeiros de um coronelismos tacanho, ainda pensam que não devem nenhum respeito as pessoas e ao mundo em que vivem. Obrigado a todos que tornaram esses fatos possíveis!
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Justiça declara coronel Ustra responsável por torturas

Vagner Magalhães
Direto de São Paulo

O coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra foi declarado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo responsável pela tortura de três pessoas da mesma família durante o regime militar, na década de 1970.

Ustra comandou o DOI-Codi em São Paulo entre 1970 e 1974, período de maior repressão política no País. A decisão é inédita no País e foi tomada em 1ª instância. À defesa, cabe recurso.

Na sentença do Tribunal de Justiça de São Paulo, foi julgado procedente o pedido de declaração de responsabilidade de Ustra pela tortura do casal de ex-presos políticos Maria Amélia de Almeida Teles e César Augusto Teles. Também foi reconhecida a tortura a Criméia Schmidt de Almeida, irmã de Maria.

O julgamento é apenas moral e político, já que Ustra foi beneficiado pela Lei de Anistia, em 1979. A tortura é considerada crime contra humanidade e penalidades podem ser discutidas na Justiça.

"Eu me sinto vitoriosa. Gostaria que a Justiça tivesse reconhecido também a tortura a mim e ao meu irmão, que éramos crianças na época. Mas o juiz disse que não há elementos para isso. A decisão faz com que a gente pense mais. De uma maneira mais séria dos crimes do passado. Ela traz à família satisfação e alívio", diz Janaína Teles, que na época tinha cinco anos de idade. O irmão, Cesar Teles, é um ano mais novo.


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Ex-ditador argentino é levado para dependência militar

Um juiz argentino ordenou que o ex- ditador Jorge Rafael Videla seja transferido para uma dependência militar, após haver gozado do benefício da prisão domiciliar durante os últimos dez anos, informaram hoje fontes judiciais. Videla foi notificado da decisão judicial nos tribunais federais de Buenos Aires e dali foi levado para o Campo de Mayo custodiado pelo Serviço Penitenciário Federal.

O magistrado Norberto Oyarbide anulou o benefício da prisão domiciliar, em sintonia com a exigência das Avós de Praça de Maio e outros organismos de direitos humanos que pedem há anos a mudança de Videla para uma prisão comum. As fontes disseram que o juiz considerou que a prisão instalada na guarnição militar "conta com o equipamento, a infra-estrutura e o pessoal necessário" para atender qualquer emergência médica que Videla pudesse sofrer.

O ex-ditador, de 83 anos, foi processado pelo seqüestro de menores durante a última ditadura militar argentina (1976-1983), e está à espera do julgamento oral e público. Em julho, O Tribunal Criminal Federal confirmou a ampliação do processo do ex-ditador, beneficiado com a prisão domiciliar que na Argentina pode ser outorgada aos maiores de 70 anos.

Videla, que tinha sido processado como "autor mediato" de cinco seqüestros, detenções e ocultação de filhos cujos pais estiveram em centros clandestinos de detenção, somou outros 21 casos dentro do denominado "plano sistemático"para o seqüestro de bebês. Além do seqüestro de bebês, Videla é processado por outras causas, entre elas o desaparecimento de dois empresários e o Plano Condor, como foi denominada a coordenação repressiva dos regimes militares do Cone Sul nas décadas de 1970 e 1980.

Segundo números oficiais, 18.000 pessoas desapareceram na Argentina durante o último regime, embora organismos de direitos humanos tenham afirmado que as vítimas foram 30.000.

EFE

terça-feira, 14 de outubro de 2008

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Análise de Retorno Financeiro

Se você tivesse comprado, em janeiro/2005, R$ 1.000,00 em ações da Nortel Networks ou da AIG, ambas gigantes da economia americana, hoje teria R$ 59,00!
Se você tivesse comprado, em janeiro/2005, R$ 1.000,00 em ações da Lucent Technologies , outro gigante da área de telecomunicação EUA, hoje teria R$ 79,00!
Agora, se você tivesse, em janeiro/2005, gasto R$ 1.000,00 em Brahma (em cerveja, não em ações), tivesse bebido tudinho e hoje vendido as latinhas vazias, teria R$ 80,00!!!
Conclusão:
No cenário econômico atual, você perde menos dinheiro ficando sentado e bebendo cerveja o dia inteiro...
MAS É IMPORTANTE LEMBRAR QUE , QUEM BEBE "VIVE MENOS":
A) Menos triste;
b) Menos deprimido;
c) Menos tenso;
d) Menos puto da vida!
Pensem nisso e... Se for dirigir, não beba. Se for beber, me chama!
Se não me chamar, pelo menos me manda as latinhas QUE EU VENDO TUDO!!!

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Tribunal Popular


TRIBUNAL POPULAR: O ESTADO BRASILEIRO NO BANCO DOS RÉUS
Reunião de construção
Data :11/10
Horário:10:00 hs
Local: Rua Santo Antônio 590 - Perto do metrô Anhangabaú

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Algumas razões pelas quais não voto.

Muita gente sempre me pergunta se estaria mesmo certo anular o voto. Não vamos entrar em todos os detalhes sobre isso, mas me sinto incentivado a defender essa decisão aqui no Paladar. Não se trata apenas de anular o voto, mas de aproveitar a atual situação e dizer que existem alternativas para além do voto. O que interessa aqui é pensar a autogestão, cooperativismo, ajuda mútua e que essas são alternativas reais.
E vamos ao que interessa. Primeiro que penso ser uma absurdo partir do ponto da desconfiança e do preconceito dizendo que o voto nulo é uma forma de protesto por achar que todos os políticos profissionais são iguais. Basta olhar um pouco melhor e ver que não dá pra dizer que Paulo Maluf é igual a Soninha, que a Marta é igual ao Kassab ou que o Geraldo Alckmin é igual ao Ivan Valente, isso se ficarmos apenas em alguns candidatos a prefeitura de São Paulo. Não são parecidos em suas trajetórias políticas, nas propostas feitas e menos ainda em suas opiniões pessoais. Particularmente até nutro certa simpatia por algumas dessas pessoas e completo desprezo por outras, mas isso não vem ao caso. Votar nulo é mais que um protesto. Lembro-me de quando entrei em contato com argumentos mais consistentes sobre o voto nulo e como foi difícil optar por isso. Na verdade, como é dificil entender alternativas que não desejam esse tipo de representação partidária.
Na época estava prestes a completar 18 anos e poderia votar a tempo nas eleições municipais. Vivia com minha família no interior de São Paulo, na região de Araçatuba e a coisa estava bastante confusa na escolha dos candidatos. Não poderia me considerar um anarquista, mas as criticas ao Estado e aos sistemas autoritários estavam cada vez mais presentes em minha vida. Por que estou contando isso? Nessa época eu tinha dois bons amigos. O Fred e o Antenor. Fred é um poeta e um agitador cultural que vive na cidade de Mirandópolis. Antenor é professor de antropologia na Unip Araçatuba, mas vive em São Carlos. Ambos na ocasião eram cândidos a vereador em suas cidades. Eu os conheço relativamente bem para poder dizer a respeito de suas convicções e caráter. Enfim, eu realmente gosto dessas pessoas! Essa foi a primeira lição que tive para saber que nem todos são iguais, que nem todos são interesseiros, que nem todos são estúpidos como a grande maioria dos candidatos.
E agora é o ponto que queria chegar. Eleições não podem ser encaradas como uma comunhão de amigos. Não se trata de favoritismo ou de algo pessoal. Mas o que temos é exatamente o oposto. O jornalista Celso Lungaretti nos faz pensar em uma coisa bem interessante também. O Brasil tem 5.563 municípios. O PT marcha para as eleições de domingo coligado ao PSDB em 1.095 deles (19,7%). Ao DEM, em 957 cidades (17,2%). E ao PPS, em 1.129 (20,3%). Ou seja, em 3.181 municípios brasileiros (57,2%), o PT selou alianças com um dos principais partidos de oposição: os tucanos, os democratas ou o satélite de ambos. Mais da metade das cidades do País já vive a era dos partidos indiferenciados: são todos farinha do mesmo saco. Esta é outra explicação para a popularidade-recorde de Lula. Quando os partidos nada mais significam, os cidadãos apostam todas as suas esperanças em pessoas. Seria interessante fazerem outra pesquisa de opinião, que aferisse a popularidade do PT. Com certeza, não atingiria nem a metade da lulesca. Mas, homens providenciais morrem ou desabam do pedestal. E, quando isto acontece, nada deixam atrás de si, além de um povo órfão. Partidos têm vida longa. Cabe-lhes manter a continuidade da luta por bandeiras históricas. Quando se tornam gelatinosos, como os brasileiros, implodem as pontes entre passado, presente e futuro. Aqui não há partidos no sentido tradicional do termo, com posturas ideológicas definidas e diferenciadas. Há apenas o partido dos que estão no poder e tudo fazem para não deixarem entrar os que estão fora do poder, pois querem conservar as benesses do poder apenas para si. E o partido dos que estão fora do poder e tudo fazem para terem acesso ao poder e suas benesses. Hoje, a única referência que ainda imanta o povo brasileiro é um sexagenário. Adiante, uma incógnita. E os justificados temores de que estejamos decaindo sem nunca termos atingido o apogeu.
O que interessa, na minha percepção, são os modos de se atingir determinados objetivos e representar determinadas instancias que sempre tendem para algum lugar nos conflitos sociais e políticos. Essa idéia sobre política que temos em nossa sociedade também me incomoda profundamente. A postura de que ela deve ser tratada na Câmara, ou ainda ser apenas de pessoas capazes de jogar no campo das burocracias e pseudos partidos é despresivel. Política é algo feito no cotidiano, nos espaços de convivência, e se a Câmara dos vereadores serve para alguma coisa, seria apenas pra formalizar as decisões tomadas antes nos espaços vivos da comunidade. Mas se esses espaços são feitos para reunir aqueles que aprovam e recusam leis, quem garante que isso não será utilizado para seus próprios interesses? Acredito em associações de bairro, conselhos escolares, de saúde, de segurança, de saneamento. Acredito que as decisões devem ser tomadas pela coletividade e nunca por um punhado de políticos ligados a um partido. Nesse sentido a idéia da representatividade também me parece uma falácia. 50%+1 se revela uma fórmula bastante simplista para contemplar a maioria e relegar e despresar a minoria (isso se podemos dizer que 49% seja minoria, mas...), em suma, é autoritária.
Não sou ingênuo de pensar que o consenso seja perfeito, mas com certeza deveria ser considerado mais vezes e com melhor atenção. A votação é dinâmica e facilita o processo de eleição, mas de forma alguma garante compromisso e unidade com a coletividade. No caso brasileiro, a obrigatoriedade do voto apenas fortalece isso. O argumento utilizado por todos os lados para se votar em alguém muitas vezes não passa de cinismo ou desespero. O que fazer quando alguém não se sente representado por nenhum dos candidatos? Um exemplo disso é o caso de partidos com o PSTU e o Partido da Causa Operária. No primeiro turno eles apresentam seus candidatos, mas no segundo turno, onde nunca há um de seus representantes, a proposta para seus eleitores é clara: vote nulo. Na verdade desde que escolhi não votar mais - na verdade nunca escolhi um candidato - me sinto muito mais obrigado a agir. Atuar em movimentos sociais, nas estruturas mais horizontais e em coletivos que visam autonomia me parece muito mais efetivo e sincero com a democracia, prefiro essas atuação do que a escolha de uma pessoa ou partido para tomar decisões sobre tudo e todos.
Votar nulo é chamar a responsabilidade de transformação social para dentro da sua casa! No sentido contrário, o voto me parece nada mais do que abrir mão do próprio poder. O poder de realizar, o poder de fazer, o poder de se responsabilizar e ser capaz de falar com conhecimento de causa sobre as necessidade e prioridades de sua comunidade. Votar em eleições como essas, muitas vezes não é mais nada que o mínimo a ser feito, mesmo que muitos pensem ser o máximo. Um candidato é a possibilidade do poder sobre, uma escolha que com o tempo se revela na maioria das vezes equivocada. Nos dias atuais não somos capazes de debater sobre todos os caminhos da nossa comunidade, sempre falta algo ou algum tempo para entende-los, como permitir que outra pessoa o faça? Não eleger nesse processo pode ser a possibilidade do poder agir, uma escolha na auto-realização e responsabilidade. Impossível? Veja bem que as mudanças significativas em pról do ser humano na história, nunca foram feitas por legisladores e políticos profissionais, mas sim por movimentos sociais, rebeliões e livres pensadores. Sei bem também que temos um caminho longo a percorrer, mas processos educacionais, de aprendizagem nunca se dão do dia pra noite. A mudança de paradigma que precisamos virá no decorrer das gerações, mas nem por isso devemos perder a esperança.
Acredito que buscar um Estado mais humanitário e justo é tão utópico quanto uma sociedade sem Estado algum, com a diferença que essa segunda opção pode vir acontecer primeiro. Alguns já me disseram que isso é exatamente o que o livre mercado quer, o Estado mínimo. Entretanto diante dos fatos da quebradeira das instuições financeiras nos Estados Unidos atualmente e a intervenção do Estado pra salvar esses canalhas, mostrou quem acredita em que. Já dizia Bakunin que socialismo sem liberdade é autoritarismo e imposição e liberdade sem socialismo é privilégio e exploração. Trabalho na direção do que me parece mais justo e melhor, tanto como individuo com membro de uma comunidade. Amo minha cultura e meu povo e sei que se olhar de perto sou mais patriota que a grande maioria que se diz isso. A diferença é que não canto o hino nacional e não amo a bandeira verde amarela. Não jogo lixo na rua, não penso que o povo pobre é vagabundo, não sou racista, nem menosprezo as mulheres dessa terra. Não furo fila, nem roubo. Não acho os índios preguiçosos e não posso achar normal crianças na rua usando drogas. Penso que a diferença é uma só: somos seres humanos antes de sermos brasileiros. Esse papo de amor ao povo brasileiro pra conseguir votos ou mesmo que isso é uma ato de amor a pátria, simplesmente não me convence. Eu amo esse povo e não voto! Não me chamem de ressentido por favor. Para provar isso então aí vai uma dica para melhor saber em quem vocês estão votando. Um site de consulta de todos os candidatos das ultimas três eleições municipais e federais onde você pode ver quem declarou o que, quem tem quanto e onde. Bastante interessante e um tanto surpreendente. http://www.politicosdobrasil.com.br/

O que precisamos urgentemente é trabalhar para aproximar as pessoas dos processos de decisões que irão interferir em suas vidas, e isso tem pouco haver com apenas votar. Já existiram situações que precisei votar e esse processo me pareceu bem pensado no momento que o debate acontecia, mesmo não sendo o que mais me agradava a fazer. Foram votos em propostas e não em pessoas dentro de um pequeno contexto. Não fiz e não farei delegar alguém para decidir algo por mim sem meu consentimento. Apoio e trabalho na direção de uma política além do voto. Uma vez mais não se trata de algo pessoal, a favor ou contra alguém, mas que busca alternativas para organizar a sociedade. Fred e Antenor, meus amigos do interior paulista abandonaram a política partidária, mas continuam engajados em movimentos e sindicatos. Hoje tenho outros colegas que ainda permanecem na política partidária. Uma delas é acessória da Soninha em São Paulo e outro é parte de um movimento cristão chamado Fé e Política em Goiás e esta apoiando alguns candidatos dessa região. Uma vez mais, adoro essa gente e sei da integridade e da coerência de suas propostas, mas deveria fazer o que? Ausentar-me de votar em alguém não significa me ausentar das minhas responsabilidades como membro dessa sociedade. Como disse, não votar é mudar o foco da ação política para algumas transformações.
Recentemente eu até pensei em rever essa atitude, algo no sentido da escolha do “menos pior”. Como vocês devem estar percebendo há uma intenção de grupos evangélicos de tomar “as rédeas do Brasil em suas mãos”, palavras do famigerado Edir Macedo. Pois essa gente fundamentalista, vem a muito tempo deitando e rolando com a fé das pessoas e agora querem utilizar isso para suas investidas partidárias. Já podemos prever o trabalho que vai ser nos quisitos “respeito a diversidade religiosa e política” caso esse povo que se acham os esolhidos de Deus decidam fazer também justiça com as próprias mãos. Que os terreiros todos de candomblé e umbanda convoquem todos os Orixás que a coisa só tende a piorar!
E eis que vejo um outro tanto de atentos para isso e convocando o povo de santo para escolher candidatos afinados com as comunidades de religiões com matrizes africanas. Até aí beleza. Estratégica de defesa, certo? Preparar-se para lutar no campo do inimigo. Não gosto muito dessa tática, mas nem por isso sou o do contra e nem digo que estão errados. Então tempos depois o que vejo é mesmo de lamentar essas decisões que se dizem representantes de um determinado seguimento da sociedade. Alguns grupos que representam terreiros de umbanda publicaram uma nota pedindo apoio para o atual prefeito de São Paulo e sua reeleição, Kassab! Como levar isso a sério? Esse político representa a continuação dos privilégios e das desigualdades, um verdadeiro crápula que diz publicamente que o povo pobre e que vive na rua não passam de vagabundos! Que continua com a higiene social e “limpeza” do centro da cidade iniciada por Serra e que cumpre tudo direitinho. Um pau mandado da especulação imobiliária! Enfim, esse cara de pau é o candidato de muitos umbandistas. Lamentável, mas ainda assim deixarei eu de ir aos terreiros que tanto gosto? Claro que não. Por isso digo que muito trabalho precisa ser feito. Ir além do voto é oferecer uma luta contínua que antecede e ultrapassa a urna!
Não tenho nenhuma dúvida que podemos e devemos viver sem Governo. Que somos capazes de nos governar e não depender dessas instâncias que nada mais fazem que escravizar e ludibriar. Digo por minha própria vida e experiência que dispenso esses cuidados. Assumindo isso seria de muita arrogância acreditar que outros não podem fazer o mesmo. Caso se interesse por saber mais sobre política além do voto visite http://www.ainfos.ca/06/sep/ainfos00337.html

E agora chega. Essas são apenas algumas idéias gerais sobre uma decisão pessoal de quem vos fala desse simples e pequeno blog. Até mais e caso ainda tenham alguma dúvida do que fazer diante da urna assista o vídeo abaixo e boa sorte pra todos nós!

ps- isso de anular as eleiçoes caso se atinja mais de 50% de votos nulos e brancos serve apenas durante períodos majoritários, como escolha de governador e presidente. Ela não é anulada na eleições municipais.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008


Oh coisa boa a gente andar solto, sem obrigação nenhuma e bem com Deus!

João Guimarães Rosa em Grande Sertão: Veredas

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

A Real Batalha em Seattle

O dia 19 de setembro marcou a pré-estréia do docudrama independente, há muito tempo esperado, A Batalha em Seattle, um filme escrito e dirigido por Stuart Townsend, e que tem no elenco Woody Harrelson, Charlize Theron, Ray Liotta, entre outro/as. O filme retrata os protestos épicos contra a Organização Mundial do Comércio em Seattle, no ano de 1999. A história ficcionalizada acompanha um eclético grupo de ambientalistas, anarquistas e curiosos numa das manifestações anti-globalização mais célebres dos últimos anos, que terminou num caos generalizado.

É sempre uma coisa estranha ver o evento que você tão bem conhece ser transformado em filme; a adaptação de amados livros para a tela grande sempre tem sido um encontro problemático entre formas diferentes de narrativas, mas quando a adaptação tem uma vida-real, e não uma literária, é difícil saber o que fazer disso tudo.

Nos últimos meses, um grupo de ativistas ligados às questões de justiça social, incluindo David Solnit, autor de um dos próximos livros da AK Press, A Batalha da História da Batalha de Seattle e um dos organizadores chave das manifestações que pararam a cidade de Seattle e fizeram os encontros da OMC fecharem há aproximadamente nove anos atrás, esteve trabalhando para assegurar que a real história sobre o que aconteceu nas ruas de Seattle em novembro de 1999 não fosse perdida na multidão, ou seja dragada pelas grandes indústrias cinematográficas em luzes brilhantes e produtoras-de-mitos.

Escute o David, juntamente com o diretor do filme Stuart Townsend, discutindo o filme e as respostas do/as ativistas no Democracy Now!: www.democracynow.org/2008/9/18/battle_in_seattle_with_a_list

O Coletivo A História das Pessoas Seattle OMC tem publicado um chamado ao/às ativistas para visitarem o sítio de internet História das Pessoas de Seattle (http://www.realbattleinseattle.org/) e a compartilhar suas histórias de Seattle, suas opiniões, e comentários sobre o filme, e suas idéias e pensamentos sobre o legado dos protestos contra a OMC em Seattle e sobre para onde ir de agora em diante.

Abaixo uma parte do chamado para a ação divulgado recentemente pelo David e outro/as membro/as do Coletivo A História das Pessoas Seattle OMC quando da pré-estréia do filme:
Irá a real “Batalha em Seattle” ficar em pé?
Batalha em Seattle, o novo filme-ficção sobre as ações diretas massivas contra a Organização Mundial do Comércio em Seattle no ano de 1999, está sendo exibido pelos cinemas dos Estados Unidos. Algun/mas ativistas anti-capitalistas e de justiça global irão intervir no dia de abertura do filme para incitar as pessoas que vão aos cinemas para compreender a história real e também fazer alguma história por si própria.

Pelos últimos dois anos, desde antes de A Batalha de Seattle ser filmada, nós temos confrontado com a maneira em que nós e os movimentos nos quais fazemos parte se relacionariam com o filme. Algun/mas de nós têm também participado e lutado juntamente com o diretor do filme, Stuart Townsend, para melhorar o filme, com um bocadinho de sucesso. Fora dessas discussões nós temos criado o projeto História das Pessoas Seattle OMC (http://www.realbattleinseattle.org/), que é um sítio de internet com participativas histórias das pessoas, ao estilo do mídia independente, para narrativas, fotos, vídeos e reflexões de nossos próprios movimentos da resistência em Seattle contra a OMC.

Você pode nos ajudar a distribuir os cartões postais da “Real Batalha em Seattle” para as pessoas que freqüentam os cinemas, na sexta, 19 de setembro, em São Francisco, São Rafael, Seattle, Minneapolis e Washington DC?
Você pode encontrar arquivos para imprimir e distribuir no sítio da internet do História das Pessoas: www.realbattleinseattle.org/node/31

Ou você pode distribuir estes cartões postais para membro/as de sua comunidade, ou para freqüentadore/as de cinema de exibição noturna em Sacramento, Pittsburgh, Detroit, Los Angeles, Boston, Chicago, Columbus (OH), Irvine, Santa Bárbara, Filadélfia, Plano (TX), São Diego, São José, Denver, Charlotte, Cleveland, Portland (OR), Nashville, Austin, Dallas, Houston, São Antonio, Madison, Milwaukee e Olympia?
Este projeto de sítio da internet, o RealBattleInSeattle.org, é um esforço para popularizar a “Batalha de Seattle” em nossas próprias vozes, vindas de nossos movimentos. Este potencial pode ser realizado somente se amigo/as dos movimentos populares se intensificarem, participarem, colocarem seu/uas narrativas e reflexões e divulgarem amplamente mundo afora! Almejamos criar uma cultura de memória e uma história das pessoas dentro dos movimentos atuais para seriamente documentá-los, popularizá-los e lutar por nossas histórias e nossas vitórias.

Somos um pequeno coletivo de justiça global, anti-capitalista, de organizadore/as e ativistas de mídia independente e comunitária – maioria do/as quais estavam envolvido/as na organização para fechar a OMC e muito/as do/as quais moram ou moravam em Seattle.
Por favor, dê uma mão: circule este e-mail, e confira e participe no RealBattleInSeattle.org.

Educar! Participar! Liberar!

Contate o Coletivo História das Pessoas Seattle OMC em: wtopeopleshistory@gmail.com

Sítio oficial do filme: http://www.battleinseattlemovie.com/

Tradução Marcelo Yokoi
agência de notícias anarquistas-ana