segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
domingo, 5 de dezembro de 2010
Da diferença entre humor e ironia.

“O humor é uma conduta de luto (trata-se de aceitar aquilo que nos faz sofrer), o que o distingue de novo da ironia, que seria antes assassina. A ironia fere; o humor cura. A ironia pode matar; o humor ajuda a viver. A ironia quer dominar; o humor liberta. A ironia é implacável; o humor é misericordioso. A ironia é humilhante; o humor é humilde.”
Sponville, A. C. Pequeno tratado das grandes virtudes. São Paulo: Martins Fontes, 1995.
Foto de Urbano Erbiste
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Fracasso
no livro Medo da vida
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Carta de repúdio ao programa exibido pela TV Record no Domingo Espetacular no dia 07 de novembro de 2010
Nós, mulheres indígenas reunidas no Encontro Nacional de Mulheres Indígenas para a proteção e Promoção dos seus Direitos na cidade de Cuiabá, entre os dias 17 e 19 de novembro de 2010, vimos manifestar nosso repúdio e indignação contra reportagem produzida pela ONG religiosa ATINI, exibida no dia 07 de novembro de 2010 em rede nacional e internacional. No Programa do Domingo Espetacular, da emissora RECORD, foram mostradas cenas de simulação de enterro de crianças indígenas em aldeias dos estado de Mato Grosso (Xingu), Mato Grosso do Sul (Kaiowá Guarani) e no sul do Amazonas (Zuruaha), pelos fatos e motivos a seguir aduzidos:
1. A malfadada reportagem coloca os povos indígenas como coletividades que agridem, ameaçam e matam suas crianças sem o mínimo de piedade e sem o senso de humanidade.
2. Na aludida reportagem aparecem indígenas atores adultos e crianças na maior “selvageria” enterrando crianças.
3. A reportagem quer demonstrar que essas ações nocivas aos direitos à vida das crianças indígenas são praticas rotineiras nas comunidades, ou de outra forma, são praticas culturalmente admitidas pelos povos indígenas brasileiros.
4. Que os produtores do “filme” desconhecem e por tanto não respeitam a realidade e costumes dos indígenas brasileiros. São “produtores Hollywoodianos”.
Vale esclarecer em primeiro lugar que a reportagem não preocupou em dizer que no Brasil existem mais de 225 povos ou etnias diferenciadas em seus usos, costumes, línguas, crenças e tradições. Essa reportagem negou aos brasileiros o direito ao conhecimento de que na década de 1970 a população indígena não chegava a duzentas mil pessoas ao ponto de antropólogos dizerem que no século XX os indígenas iriam acabar.
Se de fato os indígenas estivessem matando suas crianças, a população indígena estaria diminuindo, mas a realidade é outra, pois a população naquele momento em decréscimo hoje chega ao patamar de 735 mil pessoas, segundo censo de 2000 do IBGE.
A reportagem que mostra apenas uma versão das informações, não entrevista indígenas nem antropólogos que conhecem a realidade da vida na comunidade, pois senão iriam ver que crianças indígenas não vivem em creches nem na mendicância. Crianças indígenas são tratadas com respeito, dignidade e na mais ampla liberdade.
A reportagem maldosa e preconceituosa feriu intensamente os direitos indígenas nacional e internacionalmente reconhecidos, pois colocar povos indígenas e suas comunidades como homicidas de crianças é o mesmo que dizer que certas religiões praticam seus rituais matando suas crianças ou que a população brasileira em geral abandona suas crianças em creches, nas drogas e na mendicância se sem com elas se importarem. Mais, seria dizer que pais de classes médias altas jogam dos prédios suas crianças matando-as e que é comum famílias brasileiras em geral jogas seus filhos recém nascidos no lixões das grandes cidades, ou que os lideres religiosos são todos pedófilos.
Quais são as verdades dos fatos por trás das notícias caluniosas e difamatórias contras os povos indígenas.
Não seriam razões escusas de jogar a população brasileira contra os povos indígenas para buscar aprovação pelo Congresso Nacional brasileiro de leis nefastas aos povos indígenas? Ao dizer que os indígenas não têm condições de cuidar de seus filhos automaticamente estará retirando dos indígenas a autonomia em criar seus filhos, facilitando assim a intervenção do Estado para retirar crianças do convívio familiar indígena entregando-as a adoção principalmente por famílias estrangeiras. Na reportagem, o padrão de sociedade ideal é o povo americano, pois demonstrou que a criança retirada da comunidade agora vive nos Estados Unidos da América e até já fala inglês. Sociedade justa, moderna bem-feitora. Seria mesmo a “América” o modelo padrão de sociedade justa apresentado na reportagem? Vale esclarecer que a ONG religiosa ATINI e sua produtora de Hollywood têm sua sede nos Estados Unidos.
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Anta que Virou Elefante num Domingo Espetacular
Texto de autoria do professor José Ribamar Bessa Freire, coordenador do Programa de Estudos dos Povos Indígenas (UERJ) e editor do site-blog Taqui Pra Ti, publicado na coluna de publicação aberta do CMI.
A segunda-feira da índia Rosi Waikhon na periferia de Manaus foi um dia de cão. Escapou, por pouco, de ser apedrejada. Ao sair de casa, várias pessoas lhe atiraram na cara frases do tipo: "Ei, índia, você não é gente, índio mata o próprio filho, vocês deviam morrer". Minha amiga há muito tempo, ela me confidenciou: "Meu dia virou um terror, em todos esses anos, nunca tinha ouvido palavras tão pesadas e racistas".
Quem humilhou Rosi estava indignado, porque no dia anterior havia presenciado o 'assassinato' de crianças indígenas, cometido pelos próprios pais, que praticam o 'infanticídio', tudo isso exibido no programa Domingo Espetacular da TV Record. Felizmente, como nos filmes americanos, chega a cavalaria para salvar vidas ameaçadas por índios bárbaros. A missionária evangélica Márcia Suzuki, cavalgando a emissora do Edir Macedo - tololoc, tololoc - leva os bebês arrancados das garras dos 'criminosos' para a chácara da igreja neopentecostal. Enfim, salvos.
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Você precisa ouvir o que eles têm a dizer

Por Plantando Consciência
Dezembro 2010 – primeira exibição do filme Cortina de Fumaça! (em Sampa)
“O modelo atual de política de repressão às drogas está firmemente arraigado em preconceitos, temores e visões ideológicas. O tema se transformou em um tabu que inibe o debate público por sua identificação com o crime, bloqueia a informação e confina os consumidores de drogas em círculos fechados, onde se tornam ainda mais vulneráveis à ação do crime organizado”. Relatório da Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Democracia (2009).
Cortina de Fumaça é um projeto independente movido pela vontade de colaborar na construção de uma sociedade mais equilibrada e alinhada com os princípios de liberdade, diversidade e tolerância.
O filme é um documentário ousado sobre um tema polêmico que interessa a todos e que precisa ser debatido de forma honesta. A política de drogas no Brasil e no mundo, baseada na proibição, precisa ser repensada porque muitas de suas consequências diretas, como a violência e a corrupção, atingiram níveis inaceitáveis.
O documentário, de 94 minutos, traz informação fundamentada para o grande público através de depoimentos nacionais e internacionais. Além do Brasil, o diretor Rodrigo Mac Niven (confira a entrevista que ele concedeu ao DAR) gravou na Inglaterra, Espanha, Holanda, Suíça, Argentina e Estados Unidos; visitou feiras e congressos internacionais, hospitais, prisões e instituições para conversar com médicos, neurocientistas, psiquiatras, policiais, advogados, juízes de direito, pesquisadores e representantes de movimentos civis. Dentre os 34 entrevistados, o ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso; o Ministro da Suprema Corte da Argentina, Raúl Zaffaroni; o ensaista e filósofo espanhol autor do tratado “Historia General de Las Drogas”, Antonio Escohotado, o ex-Chefe do Estado Geral Maior do Rio de Janeiro, Jorge da Silva e o criminalista Nilo Batista.
O filme fala sobre a relação entre o homem e as drogas psicoativas; revela a discordância entre a atual classificação das drogas e o conhecimento científico sobre essas substâncias; discute a situação particular da Cannabis (maconha), seu uso industrial e medicinal; levanta fatos relacionados ao surgimento dos projetos proibicionista e aponta para o colapso social que algumas cidades, como o Rio de Janeiro, vivem por causa da violência e da corrupção.
Veja o trailer:
SERVIÇO
Cortina de Fumaça (Brasil, 2010) – 94’. Site oficial
Português e Inglês com legendas em português
Dir: Rodrigo Mac Niven;
dia 14 (ter) – 19h
dia 15 (qua) – 17h e 21h
dia 16 (qui) – 17h e 21h
dias 17 (sex) – 20h Debate com o diretor após a sessão
dia 18 (sáb) – 19h e 21h
dia 19 de dezembro (dom) – 17h e 19h
Matilha Cultural
Rua Rego Freitas, 542 (Consolação).
Tel.: (11) 3256-2636
ENTRADA GRATUITA
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Apanhadores de flor e a natureza do Espinhaço
Desde 1500, quando se começou a inventar o Brasil, os povos que tem apego à terra são expropriados dela, tratados como gente menor. Os primeiros foram os índios que tinham este espaço como seu habitat. Felizmente para a humanidade, alguns resistiram e conseguiram conquistar, recentemente, algum direito a viver em seu território. Mas, a expropriação, o genocídio e o espistemicídio (destruição dos conhecimentos) foi de grande monta.
Mas, existe um ator social invisível no Brasil, meio parente dos indígenas pela herança do apego à terra. Seu nome sociológico e antropológico é campesinato. Já foi e é chamado de pequeno produtor/agricultor, trabalhador rural e mais recentemente vem sendo chamado de agricultor familiar. Em alguns casos, seus grupos recebem hoje o nome de comunidades tradicionais e, nesse caso, se referem a identidades específicas: quilombolas, seringueiros, caiçaras, pantaneiros, geraizeiros, caatingueiros, vazanteiros, beiradeiros, quebradeiras de coco, … Seu destino para a sociedade moderna parece estar traçado: não existir, ser invisível, não ter direitos, habitar “espaços vazios”, dar lugar ao desenvolvimento e seus mega-projetos gulosos de territórios e recursos naturais (barragens, monoculturas, complexos industriais, minerações)…
Assim como a natureza, essas comunidades são erradicadas para deixar o progresso seguir sua rota cega. Não é à toa, sua vida é conectada com a Mãe-natureza, é seu habitat e sua base de sobrevivência. Não são pouca gente, alguns estudiosos estimam essas comunidades tradicionais em 25 milhões de pessoas!!
Recentemente, conheci as comunidades “apanhadoras de flor”. Estão aqui, perto do centro de Minas Gerais (região de Diamantina, alto-Jequitinhonha), onde a história minerária fortemente se deu. São milhares de famílias que vivem na Serra do Espinhaço coletando sempre-vivas e uma infinidade de espécies de flor das campinas e carrascos, fazendo pequenas roças de subsistência, criando algum gado solto da serra e nos cerrados do sertão que a rodeiam, garimpando artesanalmente (a chamada faiscagem). Tem múltiplas habilidades e praticam a economia diversificada. Conhecem tudo da vida da Serra: bichos, caças, plantas, lapas, minérios, clima, solos … São os mestres da natureza do lugar. Algumas comunidades tem 300 anos de história de vida na Serra. Entretanto, contraditoriamente, sua vida está sendo impedida por uma política que tem (ou diz ter) o objetivo de preservar a natureza!!!
Descaminhos da modernidade e de um ambientalismo que reproduz o artificialismo da separação homem/natureza ou, se quisermos, sociedade/natureza. Essa separação, instituída pela modernidade ocidental, se reproduz na concepção dos “parques sem gente”. Querem instituir as chamadas Unidades de Conservação Ambiental de proteção integral em áreas onde ainda existe a biodiversidade característica dos diversos biomas e ecossistemas. Esquecem, ignoram ou não querem ver que essa biodiversidade remanesce ali porque há um modo de vida (sociodiversidade) que se adaptou, convive, maneja e até ritualiza esses ambientes que os preservacionistas da cidade querem proteger.
Essas comunidades e seus ecossistemas formam um só quadro, uma só paisagem: humana e natural. Os biólogos preservacionistas ao sobrevoarem essas regiões e vê-las na distância das imagens de satélite, crêem que são paisagens meramente “naturais”, não descem à escala da vida humana, ignoram-na. Não percebem que o que remanesce ali é uma sociobiodiversidade oriunda da co-evolução social e natural. Não há nesses lugares a dicotomia entre natureza e cultura – a natureza é culturalmente apropriada e transformada/conservada; a cultura é produto do processo de adaptação e convivência com a mãe-natureza. A vida se articula aos fluxos e ciclos ecológicos.
A implantação dessas Unidades de Conservação de proteção integral (na região, a maior é o Parque Nacional das Sempre Vivas, mas existem ainda três parques estaduais: do Rio Preto do Pico do Itambé e Beriberi) a partir desses sobrevôos (sem um estudo local aprofundado) se tornam uma tragédia humana, um atentado sócio-cultural, uma afronta aos direitos humanos, um tiro exterminador no que resta de interação sustentável entre sociedade e natureza. O conflito se instala, as comunidades têm que resistir, afinal esse é o seu lugar, seu território, sua vida. Contraditoriamente, o objetivo da conservação da natureza fica ameaçado, pois aqueles que são os mais aptos e dispostos a defendê-la no seu dia a dia, se transformam em vítimas e inimigos das Unidades de Conservação que as oprimem e expropriam. Não podem mais coletar flores, não podem mais criar gado, não podem mais usar o fogo como elemento de manejo em hipótese nenhuma, não podem coletar um fruto da Serra para se alimentar (tem que deixar para os outros animais que as UCs querem preservar), não podem circular nos caminhos que sempre circularam. Não podem nem mais morar onde moraram por mais de século, pois seu lugar virou parque – um invasor que virou suas vidas de cabeça para baixo. Para onde vão? Já sabemos o enredo, as periferias e favelas urbanas estão aí para nos esclarecer sobre esse repetitivo processo histórico: uma outra paisagem é claro, não mais fruto da co-evolução entre comunidade e natureza, mas da perversidade moderna de sua separação, da eterna expropriação camponesa, os perdedores de sempre. Depois, os governos e seus órgãos organizam seminários sobre o desenvolvimento sustentável, …
Carlos Eduardo Mazzetto Silva é Eng. Agrônomo, doutor em Geografia (Ordenamento Territorial e Ambiental/UFF), professor adjunto da Faculdade de Educação da UFMG, autor de “O Cerrado em Disputa: apropriação global e resistências locais” (Ed. CONFEA, 2009), entre outros trabalhos.
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Bar Saci contrata urgente!

Atenciosamente,
Equipe Bar Saci
terça-feira, 26 de outubro de 2010
SEMANA ACADÊMICA DA PUC 2010
SIMPÓSIO
Pesquisas sobre Identidade-Metamorfose: entre práticas científicas transformadas e projetos de emancipação humana
Resumo: Esquadrinhar identidades como metamorfoses em busca de emancipação é uma proposta de pesquisa que representa, a priori, uma práxis em Psicologia Social Crítica. Adotar a perspectiva científica que está implicada neste tipo de pesquisa significa posicionar-se, tanto com relação a desconstrução de pressupostos positivistas e essencialistas, que há tanto incidem sobre o fazer científico nas Ciências Humanas, quanto à realização de um conhecimento situado e uma práxis politicamente posicionada. Daí, pesquisas iluminadas por esse aporte teórico sempre firmam e tendem a declarar seus compromissos com o futuro. Um futuro que, esteado por reflexões críticas no presente sobre seu passado referente, não pode ser antecipado, mas compreendido como projeto e perspectiva. Dada pertinência, buscamos reunir, nesse espaço de diálogo acadêmico, pesquisas, propostas e possibilidades científicas que viabilizem a publicização de novas experiências e formas de ser transformadoras, vislumbrando protagonismos sociais, utopias alforristas e fragmentos de emancipação – tanto do ponto de vista das práticas científicas quanto das relações humanas. São pesquisas realizadas no NEPIM – Núcleo de Esudos e Pesquisas sobre Identidade-Metamorfose, do Programa de Estudos Pós Graduados em Psicologia Social, da PUCSP.
Coordenador: Prof. Dr. Antonio da Costa CiampaVice-coordenador: Prof. Dr. Juracy Armando Mariano de Almeida
Quarta-feira, 27 de outubro de 2010
PUC-SP – Rua Ministro Godói, 969 - Perdizes
Sala 205 (2 andar do prédio novo) – 15h.
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
Amor em tempos de cólera
Por Denise Deschamps
Refletir sobre os laços amorosos na contemporaneidade é algo pra lá de complexo. Sabemos o quanto às relações sociais vêm sofrendo em termos de mudança até mesmo de paradigmas. As inovações trazidas para os laços entre o masculino e feminino marcam, de certa maneira, o sentimento de solidão do qual muitos sujeitos se queixam.
Entendemos que os vínculos afetivos se constituem na "liga" que permeia todo fazer humano. Esses laços são, como diria o próprio Freud, nosso paraíso e ao mesmo tempo fonte do mais cruel dos sofrimentos. Chega a afirmar que: "O sofrimento oriundo dessa fonte é talvez o mais duro para nós do que qualquer outro"(Mal Estar na Cultura). A dor da perda do objeto de amor, daquele que em um entrelace entre realidade e projeção se torna o depositário do que J. -D Nasio irá nomear como o organizador das pulsões. "De fato, a ruptura de um laço amoroso provoca um estado de choque semelhante àquele desencadeado por uma violenta agressão física: a homeostase do sistema psíquico é rompida, e o princípio de prazer abolido".( J. -D Nasio – "A Dor de Amar)
Frente a uma modernidade (ou pós-modernidade) onde a dor ganhou contornos de pecado, o amor tanto é a esperança como uma grande ameaça, algo que pode jogar o sujeito no mais temido pela organização social – o sofrimento. Permeiam então, e atravessam as relações, algo que apontará para o novo, como um descompromisso e uma relação sempre na superficialidade dos afetos ou remeterá ainda, à fuga pela aceitação de velhos paradigmas, e na manutenção de relações onde o vínculo afetivo se rompe e restam compromissos estéreis, ligados a uma velha ordem social em franco processo de mutação. Ante uma ou outra possibilidade, restará a esse sujeito a vivência de uma grande angústia e um esvaziamento afetivo e pulsional em relação a sua realidade e mundo externo. A dor, essa grande ameaça que acaba por montar um muro de indiferença que marcam as relações contemporâneas aponta como primeira premissa a ser evitada.
" 'Nunca estamos tão mal protegidos contra o sofrimento como quando amamos, nunca estamos tão irremediavelmente infelizes como quando perdemos a pessoa amada ou seu amor'(Freud). Acho essas frases notáveis porque elas dizem claramente o paradoxo incontornável do amor: mesmo sendo uma condição constitutiva da natureza humana, o amor é sempre a premissa insuperável dos nossos sofrimentos. Quanto mais se ama, mais se sofre"(Nasio)
Constroem-se mil hipóteses para a solidão do homem moderno que, contraditoriamente a isso, constrói em tecnologia aparatos que falam todo tempo em relações em rede, conectividade, quebra do paradigma do individualismo para alguns pesquisadores. Fica parecendo um algo incompreensível e inapreensível. Esse homem é indiferente ou sofre? Está em relação mais do que nunca ou se isola cada vez mais? Avança no sentido de sofrer menos exigências morais da cultura ou se enclausura cada vez mais nelas? Questões e mais questões são levantadas quando pensamos nesse sujeito e suas relações de vínculo. A psicanálise do ser social ou aquela que dirige seu foco para as relações objetais, mais do que nunca é chamada a "falar", a expor o latente em uma representação aceitável para os níveis de recalque operados pela cultura.
Se a tecnologia avança cada mais em seu poder de destrutividade, avançará também em suas possibilidades de união fraterna? Perguntas irrespondíveis, pelo menos por hora. Podemos supor que o embrião dessa união fraterna nasce ali do vínculo que une dois parceiros em busca desse amor, apoiados em suas matrizes que os remeterão ao seu primeiro objeto de amor, igual para ambos, suas mães ou quem exerceu essa função. Dizem que os novos tempos trazem atrelados modelos de união perversa, isso dito naquilo que ela tem de mais cruel, a perversidade como traço. Será mesmo que isso é o que se dá? Ou poderíamos pensar em toda uma proteção perversa em relação a dor que as relações fast-food podem provocar em nossa instável organização pulsional? Fusão e desfusão, Eros e Thanatus, na balança que movimenta o ato da vida. Por outro lado essa instabilidade aponta e remete para a possibilidade de relações criadas e mantidas apenas por fortes laços afetivos, onde normas sociais não serão mais a grande mortalha do amor. Esperança, tema que a psicanálise em alguns de seus setores tem voltado o seu olhar.
Talvez possamos pensar nos discursos erguidos contra as novas formas de amar como uma resistência à mudança que se opera irremediavelmente em nossos contornos sociais. Ergue-se então toda uma falácia religiosa em torno do tema, alguns setores atacam as novas constituições familiares em um claro movimento de retrocesso e resistência.
Mais uma vez o velho Freud nos ajuda a refletir em sua obra "O Futuro de Uma Ilusão":
"É duvidoso que os homens tenham sido em geral mais felizes na época em que as doutrinas religiosas dispunham de uma influência irrestrita; mais morais certamente não foram".
Isso talvez esteja atravessando e alimentando todo medo que hoje se ergue em torno desse amor de parceria, desse encontro amoroso entre dois seres. O luto que a sociedade insiste em ver como algo a ser evitado, algo que queima tanto a visão quanto queima olhar para nossa condição incontornável de sermos seres com uma finitude determinada desde o nascimento.
"O luto não é nada mais que uma lentíssima redistribuição da energia psíquica"(Nasio). Só poderemos nos entregar ao amor se pudermos lidar com a existência da perda, não como algo onde morremos, mas o próprio caminho que permeia a vida. O que existe em cada passo que damos.
Há um trecho interessante nessa obra de J.-D.Nasio citada, onde ele expõe a fala de um analisando frente a perda de sua mãe, talvez ela exemplifique muito bem o que abordamos aqui, diz:
"Uma parte dela está desesperadamente viva em mim, e uma parte de mim está sempre morta com ela".
A possibilidade dessa cronificação da dor afasta qualquer possibilidade de investimento amoroso construtivo e prazeroso. O chão do amor e dos vínculos nos remete à própria construção freudiana, a toda a complexidade fusional, onde união e desintegração caminham sempre fusionados. Resiste o conceito de amor que quer banir a possibilidade de perda, a sociedade cultua frases como aquela terrível da obra que atravessou gerações "O Pequeno Príncipe", onde se lê: "Tu te tornas eternamente responsável por tudo aquilo que cativas". Que terrível presságio!
Resta então a solidão da modernidade, o afastamento dos vínculos enquanto o caminho do amor e da construção fraterna. Seres solitários ou acompanhados padecem da capa da indiferença e do cinismo afetivo.
Volto a Freud em "O Futuro de Uma Ilusão", para lançar uma luz de esperança para a modernidade das relações, sem o sentimentalismo deliróide do "amai ao próximo", seja ele quem for; nessa passagem linda onde nos faz refletir:
"Meu amor, para mim, é algo valioso, que eu não devo jogar fora sem reflexão. A máxima* me impõe deveres para cujo cumprimento devo estar preparado e disposto a efetuar sacrifícios. Se amo uma pessoa, ela tem de merecer meu amor de alguma maneira. (Não estou levando em consideração o uso que dela posso fazer, nem sua possível significação para mim como objeto sexual...). Ela merecerá meu amor se for de tal modo semelhante a mim, em aspectos importantes, que eu me possa amar nela; merece-lo-á também, se for de tal modo mais perfeita do que eu, que nela possa amar meu ideal de meu próprio eu(self)".
*diz respeito à máxima: "Amarás a teu próximo como a ti mesmo"
Que o amor de Eros seja valioso em sua capacidade de unir pelo laços afetivos de investimento, longo caminho que percorremos em busca da tal felicidade, seja ela aquela que fala de nossos egos individualizados, seja ela aquela que compõe o vasto tecido das relações sociais e da civilização.
Entre a solidão, o desamparo e os vínculos, que possamos construir relações amorosas e de resgate do conceito de Ideal do Ego, onde encontros e afinidades permeiem o que não é sublimável, naquilo que o encontro amoroso tem de sexual propriamente dito e que a partir desse encontro, possamos construir ideais que lancem o mundo na tal fraternidade que Freud aponta em seu texto "Psicologia das Massas e Análise do Ego".
"Solidão que nada..."
Olhar para o modernidade das relações em seus aspectos de progresso e em seus aspectos de resistência à mudança. Que nosso olhar não envelheça e que a psicanálise permaneça transgressora como o velho Freud sempre a sonhou. Que a solidão da qual falam muitos teóricos seja o caminho para construções afetivas mais saudáveis, um rito de passagem. Nascemos sós, e ao mesmo tempo, toda psicologia é em última instância, objetal e fala de relações de vínculos.
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Seja um amigo do Saci!
Tendo como referencia algumas iniciativas que na ocasião estavam inativas ou mesmo extintas, a saber: a Livraria da ONG S.O.S. Saúde Mental, projeto Diversidade e projeto Luzcidade, dentre outras, seguimos nosso ideal com bastante criatividade e certas doses de improviso, organizando festas, coquetéis, feiras e outras atividades, que nos deram segurança e conhecimento para que em 2007 pudéssemos concentrar nossos esforços em um espaço físico, concreto, chamado CCPC (centro cultural popular da consolação) que reunia, além de nós, outros grupos e propostas variadas, de teatro a dança e por ai adiante. Surgiu daí um nome que concentrava nosso ímpeto festeiro, o Bar Saci.
Da Consolação, seguindo Tom Zé, fomos parar em Perdizes, na Casa do Saci, agora sede da Associação, onde juntamos toda nossa boa e velha loucura em fomento a três projetos: uma livraria, uma loja e o bar-café. A livraria hoje é chamada de Louca Sabedoria, a loja tem o nome de todos os produtos vindos dos serviços e com eles toda uma série de discussões e iniciativas que alimentam a REDE DE SAÚDE MENTAL E ECONOMIA SOLIDÁRIA, e o bar é o Bar Saci, que tem até cachaça com seu nome.
Para tanto e, no entanto, nosso ideal para além dos serviços e de se fazer dizer: somos auto-sustentáveis, ainda não é dado. Para toda essa estrutura, sua continuidade e ampliação, se faz necessário, um pedido de ajuda para concretização destes projetos. Diante disto, uma proposta: os Amigos do Saci!. Basicamente seria uma colaboração mensal por parte dos amigos que puderem apoiar estes projetos da Associação, até chegarmos num futuro próximo a esse fazer-dizer. A sugestão para essa contribuição mensal é no valor de R$ 20,00 (vinte reais). Cabe informar que além desta iniciativa, nossos projetos concorrem em editais de financiamento nacionais e internacionais para empreendimentos sociais.
Até mais importante que sua contribuição financeira para conosco, nos carece, e muito, novas idéias, sugestões, criticas, enfim, outras propostas, tanto para os projetos existentes, como para os que podem vir a ser.
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Homem feminista
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Homens contra o machismo
Não pelas mulheres!
Não. Não é pelas mulheres que lutamos contra o machismo. Não é pelos muitos males que o machismo historicamente ocasionou e ainda hoje ocasiona às mulheres. Nisso não há muita novidade, visto que faz um século que já é dito das muitas formas que há para se divulgar informação: passeatas com cartazes, sutiãs queimados em praça pública, peças de teatro, filmes, palestras, teses de mestrado, novelas, artigos de revista, jornal, livros e principalmente nos discursos cotidianos dentro dos lares. Todos já sabem disso e mesmo assim o machismo ainda existe em nossas civilizações. Está sem dúvida diferente daquele do início do século passado, mas sobrevive, insiste e se perpetua para as próximas gerações em nossas modernas sociedades neoliberais.
Sim. É pelos homens que lutamos contra o machismo! É aí que está a novidade. Quem sabe com isso a gente desatola o movimento de revolução social contra o machismo que, depois de tantas lutas e conquistas de direitos para mulher, está estagnado.
O que pouco se disse sobre o assunto é que O MACHISMO PREJUDICA OS HOMENS!
Acorda homem! Faz um século que as mulheres lutam contra o machismo e nós estamos somente na defensiva! O que nos prende é a ilusão de que o machismo nos beneficia.
continua...
sexta-feira, 30 de julho de 2010
O Rio de Janeiro em 4 atos.
Cena 2 - Power to the people! Particularmente para as mulheres. Esse congresso contou com um pouco mais de 75% de trabalhos apresentado por mulheres. Que isso fique registrado.
Cena 3 - O trem parte da Central para Belford Roxo. A estação de destino é Mercadão de Madureira e leva aproximadamente 40 minutos de um ponto a outro. Na terceira parada entram no vagão dois policiais. As conversas diminuem e a tensão aumenta. No olhar deles uma mistura de indiferença e ameaça. Caminham de uma porta a outra e descem após duas estações. Na volta a cena se repete, mas com o detalhe da humilhação. Começam a revistar as pessoas dentro do trem. A "geral" é contra homens jovens e negros. Todos olham constrangidos, mas não podem dizer nada, apenas medo e tristeza. O capitão do mato continua aí...
Cena 4 - Agora o metrô. Vai de norte a sul e dependendo do sentido que estamos indo vemos um curioso fenômeno: em direção a zona sul as pessoas vão ficando mais brancas. Aqui não há policiais revistando pessoas. Geografias do branqueamento. O que acontece? Alguns dizem que "essa coisa de raça" é uma bobagem, que isso não existe e não devemos pensar sobre. Esqueceram apenas de avisar aos executores da lei, afinal eles conhecem bem o que isso significa.
Mais cenas do Rio em breve.
sábado, 24 de julho de 2010
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Diz o dito popular...
A fofoca não serve para consertar nada –
pois nunca acerta a pessoa certa na hora certa.
J. Gaiarsa
Estava com minha irmã dia desses bebendo uma cerveja num samba. Riamos e celebravamos os encantos da batucada e dos sorrisos ao nosso redor. Eis que surge um sujeito, a cumprimenta rapidamente e passa batido. Nada de mais, até que ele se atraca em um grande e demorado beijo com uma mocinha em um dos cantos. Minha irmã solta uma grande exclamação: “Mais que filho da puta! O canalha alí que acabou de falar comigo é o namorido de minha colega de consultório. Caralho! A menina tá em casa e o sacana aqui se agarrando com as outras. Vou ter que falar pra ela semana que vem que vi isso”. Sem entender muito bem o que passava perguntei sobre o cara e sobre a tal amiga e se ela sabia como era a relação que eles tinham. Então perguntei por que ela iria falar isso. Com qual finalidade ela ia dizer para a tal colega que viu o cara dando uns beijos na outra?! Ela então me respondeu que se não fizesse isso, e depois a tal colega soubesse que ela tinha visto a cena e não comentado, provavelmente ela é quem ficaria mal com a menina. Seguimos a conversa e na minha cabeça apenas a idéia de que aquilo não era problema dela, que falar ou não falar não caberia a ela, afinal, qual a necessidade disso, o que ela sabia daquela relação, o que sabia sobre os acordos do casal, sobre seus desencontros? Sim povo, eu não contaria. Fico pensando nos modos de entender o lugar do DEVER e do DIREITO sobre certos temas e situações que nos pegam sem avisar. Minha irmã encarou o fato como dever, uma obrigação com a tal fulana por saber de algo que provavelmente ela não estava sabendo, mas lhe dizia respeito. Ficou impactada por um certo dever moral de dizer o que tinha visto, pois alguém estava sendo sacaneado (?). Parece compreensível, certo? O lugar do suposto dever... Então, parece, mas não sei mesmo, tipo efeito denorex. Eu não contaria porque além de não ter respostas para as questões que fiz a minha irmãzinha, existe a possibilidade de não ser o que estou pensando, logo, se decido contar o que vejo tomo por verdadeiro o que meus olhos viram. E não estou bem certo se aquilo que vejo é o que é. O cara beijando outra é o que é, e ponto. O que não estou bem certo em fazer e pensar é ser meu direito criar valores para o que provavelmente não conheço plenamente, como por exempo a relação que eles tem. E estou convencido que só existe uma relação que conhecemos de fato: a nossa. E olhe lá, pois as vezes nem essa! Apenas o que vivemos nos cabe avaliar com algum discernimento. Tomar partido é mais do que delicado, é uma parcialidade perigosa. Ninguém conta uma história como de fato foi. Não precisamos inventar nada, apenas omitir ou exagerar um dos aspectos já cria certo descompasso. Agora há um paradoxo. Quando minha irmã pensa no dever de contar isso a sua colega, começa a se sentir no direito de fazê-lo porque imaginar ser afetada por isso. Esse é o problema. Elas nunca falaram sobre o assunto, mas de algum modo seu pacto social feminino lhe dá o direito de falar sobre a ação do outro. Ela simplesmente não cogitou, por exemplo, a possibilidade de sua colega não querer saber isso! Ela partiu do principio de que se a situação fosse contrária não esperaria nada diferente da moça. Mulheres do mundo, uni-vos! Alimentasse a idéia de que “somos nós contra eles”. Pois vejamos o caso de outro lugar. Não importa se é um homem ou uma mulher sacaneando o outro, certo? Para minha irmã é isso mesmo, ela supostamente está lutando contra a sacanagem da traição. Tenho dúvida. Quando vamos imaginando os desdobramentos possíveis dos muitos modos de ficar com alguém fora do contrato da relação, nos deparamos com o seguinte fato: por que homens não se caguetam assim? Eu já ouvi muitas respostas, mas geralmente o concenso é de que o pacto social masculino simplesmente acoberta o mesmo gênero por que um dia pode ser ele pulando a cerca e nossa cumplicidade canalha vai falar mais alta. Porra! Fico com a nítida impressão que assim não escapa ninguém. Será que simplesmente não podemos pensar que aquilo não é da nossa conta? O que fazer com a merda da fofoca, da inveja e do cinismo? Claro que homens são também fofoqueiros, invejosos e cínicos, porém, para o bem e para o mal, há essa condição social que possibilita um trânsito mais folgado para o masculino do que para o feminino. Realmente me impressiona a quantidade de vezes que vejo a mulher sendo a porta-voz das infidelidades alheias e das fofocas de quem saiu com quem, etc. Mas não cometamos o erro sobre isso ser um problema desse ou daquele gênero, apesar de haver sim algumas diferenças. O que dizer de ex-namorad@s e ex-marid@s?! Já presenciei muitas vezes a pessoa falando em alto e bom tom que não lhe interessa saber o que o fulano fez por aí, ou mais aburdo ainda, se o “ex” está fazendo isso ou aquilo. A criatura segue adiante com seu discurso sobre a sinceridade e a “preocupação” mesmo quando lhe foi pedido para parar! Fofoca sobre o “ex” não há moralidade que resista. E não posso mesmo imaginar alguém falando do “ex” de alguém sem isso ser uma fofoca. A fofoca é mesmo uma merda! Serve apenas para classificar o inclassificável. Para dar nomes e opiniões que não se conhece passando a ser pura arrogância. Para simplificar respostas e afastar incertezas revelando que os interessados pela fofoca são aqueles que levam uma vida tediosa e mediocre. A fofoca é a mais lídima expressão da burrice social, disse Gaiarsa. Concordo. Quando as pessoas estavam juntas, ou no final do relacionamento, seus tempos e ritmos foram extremamente delicados, e o que dizer agora que não convivem mais? Deveria haver um decreto proibindo falarem de qualquer “ex”! Em minhas últimas relações falei claramente que se fosse “traído” não me interessava saber. Isso é problema de quem faz! Fez porque precisava, teve vontade, acreditava, sei lá, mas não me interessa! Vá pra terapia discutir isso. Telefone pros amigos e encha a cara no boteco. Vai visitar a mãe, mas não me conta. Tá culpada? Pula da ponte! Claro que isso trouxe vários problemas, mas o fato é que parto do princípio de que não sei o que pensa a pessoa e nem como de verdade é essa relação que minha irmã acha saber conhecer. Simples assim. E quando a pessoa pergunta, você pode dizer, para quem a “traiu” e essa não lhe diz a verdade? O que é mentir? Por que meia-verdade? Então a conversa é outra e vai ficar para depois. E teve naquela noite um clássico que o Geraldo Filme cantou que diz : Vá cuidar da sua vida Diz o dito popular Quem cuida da vida alheia Da sua não pode cuidar... E como terminou a história com minha irmã e sua colega? Ela contou sim e ouviu o seguinte: “ah, eu imaginava, mas não se preocupa com isso não. É problema meu!”. Então o que fazer para não ficar nessa saia justa? A de se combater! Minha irmã não fez isso por simples maldade. Pensar assim seria cair no reducionismo de que há pessoas boas e más. Ela como todos nós estamos permeados de valores contraditórios, de sentimentos não muito nobres, de vontades menores e de uma educação sufocante e castradora. Temos que enfrentar sem medo essa condição. Barrar com palavras e ações que a fofoca se espalhe, apagar o incêndio que ela provoca. Desonesto é falar e criticar alguém que não está presente. Observar mais, reagir menos e se não vai ajudar e contribuir, silenciar. É como ter que responder uma pergunta que não se faz. Quando alguém perguntar algo que você não quer responder, não se sinta mal ou constrangido por não lhe dar satisfação. Olhe bem em seus olhos e devolva a questão: "Porque você quer saber isso?" Provavelmente ela irá perceber o incoveniente e dirá que "não é por nada". Então você pode dizer a ela que 'se não é por nada', não há necessidade de responder. Mude o assunto. Vai perceber com o tempo que melhor do que falar da vida alheia é falar de assuntos. Fale do tempo! Porém temos que enfrentar essas coisas dentro de nós. Um treino constante, mas urgente.
p.s. Sugiro leitura de José Gaiarsa, o Tratado geral sobre a fofoca. Leia aqui uma parte do livro.
Aqui vai o Osvadinho da Cuíca cantando Vá cuidar da sua vida. Maravilhoso!
quinta-feira, 3 de junho de 2010
Moimorias
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A Roda no Centro de Capoeira Angola Angoleiro Sim Sinhô

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terça-feira, 27 de abril de 2010
O perigo da história única
quinta-feira, 11 de março de 2010
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