sábado, 28 de fevereiro de 2009

IV Intercultural na Comuna Irmã Alberta


SP * IV Intercultural na Comuna Irmã Alberta
Acontece no próximo domingo, dia 1 de março de 2009, a quarta edição do Intercultural a partir das 12h. Será realizada no Assentamento Comuna Irmã Alberta do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), próximo à rodovia Anhanguera (a 40 minutos da estação Lapa de trem).
Com o objetivo de estabelecer relações entre diferentes grupos culturais, e estreitar os laços destes e outros grupos com o MST, o Intercultural terá uma série de atividades, dentre elas as bandas:
SERVIDORES DO RAP (Rap)
UNIDOS DA LONA PRETA (Samba)
COMUNIDADE CULTURAL QUILOMBAQUE (Maracatu)
REVOLTA POPULAR (Punk)
Além disso, haverá comidas, bebidas, bate-papo e exposições!
Se você tiver interesse em participar, pode entrar em contato conosco e irem um dos grupos que estamos organizando:
No próprio 1 de março, domingo, haverá dois grupos indo para o local do evento. O ponto de encontro é a saída do túnel da estação Lapa de trem(que dá para a rua 12 de outubro). È a estação Lapa da linha Luz -Francisco Morato.
- O 1º grupo sairá as 10h00
- O 2º grupo sairá as 13h00
***De qualquer forma, escreva ou ligue avisando que você vai paradeixarmos tudo combinado e não ter erro.
Tel: (5511) 7349-1141Se preferir, você pode verificar sozinho o endereço e aparecer por lá. No entanto, para não haver problemas de não achar o local, acreditamos ser melhor entrar em contato antes.
Você pode ver como chegar no link:
A atividade será na área social do local!
Há outras informações úteis em www.interculturalzl.blogspot.com

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

As três flores da esperança

“À sociedade civíl onde quer que se encontre. Desculpe, senhora sociedade civil, que a distraia de suas múltiplas ocupações e reiteradas angústias. Escrevo-lhe apenas para dizer que aqui estamos, que continuamos sendo nós mesmos, que a resistência é ainda nossa bandeira e que ainda acreditamos na senhora. Aconteça o que acontecer, continuaremos acreditando. Porque a esperança, senhora de rosto difuso e nome gigante, já é um vício entre nós.Vossa Excelência já sabe que o horizonte se cobre de um cinza que muda para o preto com a mesma celeridade com que andam vendendo nossa história. No entanto, fique sabendo que a liberdade continua estando à nossa frente, que continua sendo necessário lutar e que a história ainda está esperando quem complete suas páginas. Assim são as coisas, e receando que não nos vejamos de novo, aceite três definições muito apropriadas para dias tão nefastos como o que nos esperam:
Liberdade: Diz Durito que a liberdade é como o amanhecer. Alguns o esperam dormindo, mas outros acordam e caminha durante a noite para alcançá-lo. Eu digo que nós, zapatistas, somos viciados em insônia e deixamos a História desesperada.
Luta: O Velho Antônio dizia que a luta é como um círculo. Pode começar em qualquer ponto, mas nunca termina.
História: A História não passa de rabiscos escritos por homens e mulheres no solo do tempo. O poder traça o seu rabisco, elogia-o como escrita sublime e o adora como se fosse a única verdade. O medíocre limita-se a ler os rabiscos. O lutador passa o tempo todo preenchendo páginas. Os excluídos não sabem escrever… ainda.
Aceite, senhora, estas três flores. As outras quatro chegarão logo… se é que chegam. Tudo bem. Saúde e lembre-se que a sabedoria consiste na arte de descobrir, atrás da dor, a esperança.

Das montanhas do sudoeste mexicano,

Subcomandante insurgente Marcos.

México, 18 de Maio de 1996.

p.s. estava esquecendo de recomendar, senhora, que não se deixe enganar por funcionários, colunistas e etcéteras que fazem da mentira um eco infinito. Nada está resolvido, tudo está quebrado. E, no essencial, existem duas apostas: a deles, a da guerra, é de que a senhora continuará indiferente; a nossa, a da paz, aposta que a senhora vai dançar um sapateado que fará tudo tremer, assim como treme o amor quando é verdadeiro.”

Retratos Nigerianos

Direto de O Tranca Rua, de João Wainer.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

A arte de Eric Drooker

Eric Drooker é um poeta visual. Um artistas das imagens. Um típico novaiorquino que passou a maior parte de sua vida no lugar mais tumultuado da "grande maçã". Desde o início dos anos noventa ele vem publicando fanzines e cartazes, mas foi nos idos de 1998, no começo da efervescência do que seria chamado de Movimento de Resistência Global que seu trabalho percorreu o mundo. Um entusiasta da política de copyleft desse movimento não via problema algum no uso de suas imagens pelos ativistas anti-capitalistas dos quatro cantos do planeta. Sempre apresentou em seus traços um tipo de drama social, uma angústia basicamente urbana, uma luta política de confrontação direta. Os trabalhos de Drooker revelam uma insatisfação com o mundo dominado, com os exploradores, com a ideologia conservadora, mas muito além disso, sua crítica é com a passividade coletiva, com o silêncio, a alienação daqueles que não tem sonhos e não se movem. Porém faz justiça diante dos que se rebelam e apresenta suas heroínas e seus heróis anônimos, que podem estar em qualquer manifestação de qualquer cidade do mundo - ou em algum beco, depende - dispostos a lidarem com as mudanças que podem acontecer. Ele é autor de dezenas de quadros, centenas de posters, alguns livros, incluindo um clássico do underground estadunidense chamado Illuminated Poems, com o poeta Beat Allen Ginsberg. Saiba mais e veja outras imagens em www.drooker.com

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Carnaval IV

Acabou. Agora só ano que vem...

sábado, 21 de fevereiro de 2009

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

"Tô sentado na beira do rio esperando a sujeira passar".*

Foi mais ou menos assim na noite de anteontem. Caminhava numa avenida perto de casa em direção a residência de uma amiga, que estava com outros amigos que iriam apresentar um teatro. Nada de mais, era algo corriqueiro. Eis que vejo, no semáforo um carro enguiçado. Dois homens descem do carro e tentam inutilmente empurrar o veículo para um lado qualquer. Fui espontâneo! Arrumei as sacolas com algumas latinhas de cerveja que carregava em meu punho e me lancei ao lado desses homens na traseira do carro para ajudá-los. Ele se moveu muito pouco e desistimos todos. Olhei para um dos homens e disso sem nenhuma pretensão “vai uma mão aí?”, mas já com as duas mãos em pleno esforço. Foi aí que aconteceu o inusitado. A criatura me responde com um certo desdém e um seco “parece que sim, né?!”. Enquanto me recomponho do choque um dos homens vai falar com o motorista e o outro não me olha mais. Vou me afastando do carro, saindo do meio da rua e voltando para a calçada enquanto outros motoristas enlouquecidos buzinam e xingam. Ali naqueles poucos segundos observo a conversa entre os dois homens e o motorista. Eles simplesmente não me dizem nada, nem um aceno, foi como simplesmente se eu não tivesse tentado ajuda-los. Nesse momento observo melhor e percebo os “tipos”. Homens brancos, bem vestidos com suas roupas sociais, possivelmente voltando do trabalho que discutiam como ganhar mais alguns milhares naquele dia em seu carro que não custa menos de 80 mil reais. Sou tocado por um tremendo mal-estar e caminho como se tivesse levado um soco na cara! Não posso evitar o pensamento e a crítica de imaginar que´tipo de pessoa é essa que após receber ajuda de um completo estranho nem sequer lhe dirige um simples obrigado. Percebam que não se trata de ajudar alguém esperando receber o que quer que seja em troca, mas me parece o mínimo de reconhecimento necessário para a vida coletiva. Penso comigo que é assim mesmo, me justifico, sinto pena desses homens em suas roupas e carros caros, afinal que miséria espiritual acompanha sua existência que não lhes possibilita agradecer uma simples gentileza, e até mesmo ser rude por isso! Sou também tocado pela sensação de ter sido um pouco trouxa. Imagine outro cenário, como por exemplo um palestino ajudando a empurrar um veículo militar israelense na faixa de Gaza. Não dá! Alguém pode dizer que essa seja uma comparação um tanto forçada. Não acho. Sou um ciclista e aqueles homens atendem a um perfil clássico de alguém que não respeita o ciclista, o pedestre ou mesmo outros veículos. A rua é dele e foda-se todo mundo. Esteriótipo? Motoristas em carros populares também não respeitam muito bem ciclistas e pedestres. Adiante então. Não tenho capacidade de reconhecer numa olhada rápida um relógio que pode custar alguns milhares de reais de um adquirido no camelô , mas os três homens certamente não usavam a versão mais popular. E sinto muito, mas não posso acreditar também que tudo certo num lugar como São Paulo pessoas andarem com um rolex como se estivessem em Manhattan. É no mínimo indecente e caso alguém coloque uma arma na cara de uma criatura dessas eu certamente não irei sentir qualquer piedade por sua perda. Salve Ferréz! Penso que não preciso falar nada sobre luta de classes. Será? Santa ideologia Batman! E vamos em frente, porque eu não gostaria de perder o teatro desses ilustres visitantes. Alguns pensamentos ainda me ocorrem antes de meu destino. Fico lutando com a possibilidade de voltar a um antigo preconceito que tive durante alguns anos de minha vida. Graças a São Bakunin e São Kropotkin tomei conhecimento da importância de uma crítica social e política do mundo que me cerca. Fico sempre intrigado com a opulência de uns e a miséria de tantos. Confesso meus caros, que por um bom tempo tinha verdadeira ojeriza da ostentação e do luxo alheio. Não era capaz de uma conversa de mais de 5 minutos com alguém que em meu julgamento fizesse parte dos 10% mais ricos desse país. Não poderia esconder meu desconforto diante de alguém que indubitavelmente vivia de modo tão confortável enquanto tantos estavam com o sono comprometido por tantas desigualdades. Entretanto o tempo passa, e graças a muitas outras coisas, aprendemos que o preconceito seja ele qual for, é sempre limitador, uma amarra, um tipo de prisão. Vamos percebendo que se acreditamos que se não importa o tipo de roupa que uma pessoa veste, isso deve servir para os dois lados da moeda (mesmo? será que isso serve para casacos de pele?). Contradições, quantas contradições desse bicho estranho chamado hommo demens! O problema não é apenas o capitalismo, ou o dinheiro em si, mas as relações que são estalecidas nesse cenário. O capitalismo elaborou e acentuou as desigualdades, mas muitas delas já estavam lá. Entretanto não sejamos ingênuos. Como disse uma amiga querida numa conversa exatamente sobre isso - “Ale, não sei se é bem uma questão de preconceito, é de conceito mesmo!”. Tudo bem, estou quase chegando no meu tão desejado encontro e outras coisas começam a me ocupar a cabeça. Apenas me dou conta que apesar das diferenças todas nessa cidade que amo tanto, nem tudo se perdeu. O porteiro do prédio de minha amiga é de uma simpatia incrível e me recebe com um sorriso largo e tranqüilo. Entro no elevador e penso que meu encanto com o Profeta Gentileza permanece inabalado. Não acho que há possibilidade de voltar a ter aquele preconceito de outros tempos, mas sem dúvida alguma, na direção do que disse minha amiga querida, elaboro melhor meus conceitos.

*o título é um refrão de uma canção da banda Eddie.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Carnaval II


Carnaval: festa da igualdade, da loucura e do prazer
Por Celso Lungaretti

Uma genuína explosão de vida se tornou ritual de repetição. E o povo se conformou em não inventar mais seus festejos nem improvisar seus itinerários, recebendo como contrapartida lugares confortáveis nas arquibancadas dos sambódromos e o direito à licenciosidade em salões sufocantes.

A origem do carnaval perde-se na poeira dos tempos. Há quem tente remontá-la ao culto agrário praticado por povos que existiram 10 mil anos antes de Cristo: homens e mulheres mascarados, com corpos pintados e cobertos de peles ou plumas, saíam em bandos e invadiam as casas, fazendo terríveis algazarras.

Outros autores lembram as festas alegres do paganismo, como a de Ísis e a do Boi Ápis, entre os egípcios, e as bacanais, lupercais e saturnais dos romanos.

Suetônio, historiador da Roma antiga, refere-se às saturnais como ?desenfreada libertinagem, cínica palhaçada?. E diz que, durante esse período ?todos pareciam enlouquecer?. Armavam-se grandes mesas à frente das casas para senhores e escravos comerem à vontade, sem distinções. E os escravos tinham o direito de dizer verdades a seus donos, ridicularizá-los, fazer o que quisessem.

A componente libidinosa do carnaval é inegável em todos os textos antigos. Sabe-se, p. ex., que o termo carnaval deriva do latim carrum novalis, deignação de um tipo de carro alegórico da Grécia e Roma antigas. Dezenas de pessoas mascaradas caminhavam a seu lado e ele trazia no bojo ?mulheres nuas e homens que cantavam canções impudicas?.

A Idade Média, com a rígida tutela religiosa sobre a vida social, não poderia trazer acréscimos significativos ao carnaval. Mas, pelo menos, não conseguiu extinguir esses festejos, que continuaram existindo como um contraponto à monótona existência dos feudos.

Contam alguns textos, inclusive, que os padres, depois de pregarem em vão contra o carnaval, acabavam convidando os fiéis a concentrarem as comemorações na praça da igreja, para que tal logradouro não ficasse desvalorizado...

A Renascença viria libertar os europeus da sensação de culpa que a religião procurava insistentemente associar ao prazer e à alegria. Os distantes e etéreos paraísos prometidos nos púlpitos, bem como as dantescas descrições do inferno que esperava os pecadores, tornaram-se insuficientes para afastar o povo da folia. A grande festa pagã renascia em todo o seu esplendor.

O medonho entrudo português ? Para nós interessa, sobretudo, o carnaval português, conhecido como entrudo. Até fins do século 19, o nosso carnaval teria as mesmas características do ?medonho entrudo português, porco e brutal?, a que se refere uma historiadora, assim descrevendo-o: ?pelas ruas de Lisboa, generalizava-se uma verdadeira luta em que as armas eram os ovos de gema, ou suas cascas contendo farinha ou gesso, cartuchos de pó de goma, cabaças de cera com águas de cheiro, tremoços, tubos de vidro ou de cartão para soprar com violência, milho e feijão que se despejam aos alqueires sobre as cabeças dos transeuntes...?

A pesquisadora Eneida, em sua História do Carnaval Carioca, relaciona diversos casos para comprovar que, a exemplo do que ocorria na Roma de Suetônio, o carnaval aqui também se constituía no único período em que os escravos desfrutavam de uma certa liberdade. E conclui: ?Parece que uma das características do carnaval é dar aos escravos de qualquer época o direito de criticar e zombar de seus senhores?.

Os limites da democracia, entretanto, sempre foram muito exíguos no Brasil, então houve também medidas caracteristicamente discricionárias. Em 1857, o chefe de polícia do Rio de Janeiro lançou um edital proibindo ?o jogo do entrudo dentro do município. Qualquer pessoa que o jogar incorrerá na pena de 4$ a 12$ e não tendo com que satisfazer, sofrerá oito dias de cadeia, caso o seu senhor não o mande castigar no calabouço com cem açoites?. Ou seja, multa para os brancos proprietários, xilindró e chicotadas para os escravos. A relatividade vem de longe...

A agressividade igualmente se evidencia em todos os textos da época. Sabe-se, p. ex., que o único objeto de divertimento do carnaval brasileiro era o limão de cheiro, uma imitação de laranja, com invólucro de cera e água fétida por dentro.

O pintor e engenheiro Jean-Baptiste Debret, que aqui veio com a Missão Artística Francesa em 1818, ficou estarrecido com a selvageria explícita: ?Vi jovens negociantes ingleses passearem, com orgulho e arrogância, acompanhados por um negro vendedor de limões cujo tabuleiro esvaziavam pouco a pouco, jogando os limões às ventas de pessoas que nem sequer conheciam?.

Episódios deste tipo o marcaram tanto que um de seus desenhos mais famosos, Cena de Carnaval, mostra uma negra atacada na rua por um crioulo de cartola, que lhe esfrega no rosto um bocado de goma, enquanto o outro negro ensopa o primeiro com água de uma longa seringa.

Apenas no final daquele século a agressividade foi se atenuando e as bisnagas passaram a conter, ao invés de água suja, líquidos menos repugnantes, como vinagre, groselha e vinho; idem os limões de cheiro, cujas águas fétidas e até urina foram trocadas por inofensivos perfumes.

Zé Pereira! Bum, bum, bum! ? O personagem mais característico do carnaval brasileiro surgiu em meados do século 19 e logo se tornou uma instituição popular. Trata-se do Zé Pereira, calcado na figura do sapateiro José Nogueira de Azevedo Pereira.

Português de nascimento, ele um dia entretinha-se com outros patrícios, recordando as romarias, estúrdias e estrondos da pátria distante. A saudade era tanta que eles resolveram sair à rua, ao som de zabumbas e tambores alugados às pressas, para fazer uma passeata pela cidade.

Foi um enorme sucesso, logo copiado por dezenas de grupos semelhantes, fazendo com que o Zé Pereira se transformasse num personagem mística, identificado com o próprio carnaval (?E viva o Zé Pereira/ Pois que a ninguém faz mal/ E viva a bebedeira/ Nos dias de carnaval?).

Para a historiadora Eneida, o Zé Pereira ?foi essencialmente o carnaval do pobre. Tão fácil, no meio da miséria reinante, sair à rua com bumbos e tambores, uma camisa qualquer, uma calça de qualquer espécie e fazer barulho, alegrar com um ritmo efusivo as ruas e os bairros!?.

Seu desaparecimento, no começo do século passado, é indício de que o carnaval perdia espontaneidade, tornando-se festa opulenta e regulamentada, sem espaço para os improvisos populares.

Mas, a alma do Zé Pereira sobrevive nos blocos dos sujos, que insistem em se formar sem ensaios e mensalidades, para existir num momento e viver intensamente esse momento, na melhor tradição do carnaval.

Samba e umbigada ? Até o início do século passado samba e carnaval tiveram trajetórias distintas, que foram convergindo no sentido de uma perfeita complementação.

O samba remonta à chegada no Brasil de escravos negros, que logo foram introduzindo seus ritmos, danças, cantigas, costumes e crenças. Assim, após o trabalho exaustivo (ou nos raros dias de folga), eles dançavam e batucavam com seus instrumentos rudes, nos terrenos das fazendas, engenhos e canaviais. Alegria sofrida, ritmo de quem esforçava-se por esquecer a tristeza, as privações e os maus tratos.

O batuque tipicamente africano foi caindo em desuso com o desaparecimento dos nativos daquele continente. Uma variação abrasileirada espalhou-se por todo o País, já com a denominação de samba. E, na zona rural, o encontro de culturas deu origem a uma derivação pitoresca, os chamados sambas sertanejos, em que homens e mulheres participavam da roda cantando em coro, ao som de instrumentos de percussão e da viola de arame.

Segundo um cronista da época, ?os dançadores formam roda e, ao compasso de uma viola, move-se o dançador do centro, avança e bate com a barriga de outro da roda, uma pessoa de outro sexo. Não se pode imaginar uma dança mais lasciva do que esta, razão por que tem muitos inimigos, principalmente entre os padres?.

Lenço no pescoço ? A fase heróica do samba foi a da pernada carioca, diversão a que se entregavam os remanescentes dos inúmeros grupos de capoeiristas existentes no Rio de Janeiro em fins do século 19.

Tratava-se de uma batucada braba, na base da pernada e cabeçada, regada com doses cavalares de cachaça (?Samba de negro/ Não se pode frequentá/ Só tem cachaça/ Pra gente se embriagá?).

Os conflitos eram corriqueiros e a presença da polícia, também, dando origem a verdadeiras batalhas campais, em que instrumentos musicais serviam como armas e algumas cabeças acabavam sempre rachadas (?Tava num samba/ Lá no Sarguero/ Veio a polícia/ Me jogou no tintureiro?).

O samba era tido como coisa de pretos, malandros e marginais. A posse de um violão ou qualquer outro instrumento de samba bastava como prova de que o indivíduo era vadio e merecia ser preso. E a brutalidade da polícia tinha resposta à altura por parte dos bambas. Mortes ocorriam de lado a lado.

Foi a época do tipo celebrizado por Wilson Batista, com seu andar gingado, chapéu tombado, olhar dormente, fala cheia de gírias, lenço de seda no pescoço (para proteger-se das navalhadas), camisa listrada, calças largas (boca-de-sino) ou balão (bombacha) caídas sobre os sapatos de bico fino com salto carrapeta (mais tarde, tamancos) e, evidentemente, a inseparável navalha.

Os versos do sambista da Lapa o descreve admiravelmente: ?Meu chapéu de lado/ Tamanco arrastando/ Lenço no pescoço/ Navalha no bolso/ Eu passo gingando/ Provoco desafio/ Eu tenho orgulho de ser vadio?.

Trata-se de uma figura que, como o verdadeiro carnaval, sairia de cena entre as décadas de 1930 e 1940.

O Pinto e os índios ? O carnaval era uma pedra no sapato dos autoritários de todos os matizes. Os chefes de polícia, desde meados do século 19, lançaram uma interminável série de editais, ora proibindo, ora regulamentando os festejos.

No carnaval carioca de 1888, entre as muitas determinações draconianas, figurava a de que, ?sem a autorização do Chefe de Polícia, não podem aparecer críticas, principalmente ao Governo?.

Episódios anedóticos ocorreram aos montes. Um delegado carioca chamado Alfredo Pinto, p. ex., notabilizou-se pela perseguição aos foliões. Em 1909, tentou proibir as passeatas e o Zé Pereira, sendo obrigado a voltar atrás por causa dos protestos da população e da imprensa.

Furioso, voltou à carga proibindo as fantasias de índio, sob a alegação de que os tacapes poderiam ser utilizados como armas. Os blocos contra-atacaram com refrões provocativos que difundiram por toda a cidade, tipo ?Eu vou beber/ Eu vou me embriagar/ Eu vou sair de índio/ Pra polícia me pegar?. Em outros, houve até alusões picarescas ao sobrenome do delegado...

Domesticação e turistização ? Nem a polícia do terrível Filinto Müller, durante a ditadura getulista, conseguiu pôr fim aos festejos de Momo. De repente, entretanto, o povo perdeu seu carnaval, que virou um próspero negócio para as escolas de samba e foi alçado a item prioritário da promoção do turismo.

Comemorações rigorosamente planejadas substituíram as iniciativas espontâneas do povão. Os foliões se tornaram passivos espectadores dos suntuosos e multicoloridos desfiles. Sambistas passaram a competir encarniçadamente por classificações espúrias.

Enfim, a festa do congraçamento cedeu lugar à disputa calculista. O que a polícia não conseguiu com seus cassetetes, conseguiram os negociantes com seus talões de cheque.

Como explicar essa transição negativa? Dizer que, com a industrialização, fecharam-se os espaços para a desordem remanescente da sociedade rural? Que o carnaval morreu ao se institucionalizar? Que nosso povo já não tem humor nem revolta? Explicações podem ser alinhavadas às dezenas. Mas, nenhuma servirá como consolo.

O certo é que uma genuína explosão de vida se tornou ritual de repetição. E o povo se conformou em não inventar mais seus festejos nem improvisar seus itinerários, recebendo como contrapartida lugares confortáveis nas arquibancadas dos sambódromos e o direito à licenciosidade em salões sufocantes.

Enfim, foi expulso das ruas e não se dispõe mais a lutar mais por elas.

Email:: naufrago-da-utopia@uol.com.br
URL:: http://naufrago-da-utopia.blogspot.com/

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

nevoeiro



levanta-te nevoeiro -

hoje fui o primeiro

a acordar

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Carnaval


Pessoal, apenas um aviso em tempos de folia. Como é carnaval sugiro a visita do blog de Luiz Antonio Simas, Histórias do Brasil. Fatos e causos do passado e presente desse tempo único do ano. O blog sempre é voltado para histórias pouco conhecidas do nosso Brasil e faz algumas semanas que está totalmente direcionado para a maior festa popular do país. Confira!

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Wendo


AUTODEFESA FEMINISTA::

OFICINA EXTRAORDINÁRIA NO CARNAVAL::

ATENÇÃO, ATENÇÃO

É isso mesmo! Já começaremos o ano com uma oficina de iniciação.

Fomos convidadas para fazer uma oficina de Wendo no evento AttackGirls 5 no espaço ¡Ay Carmela! (http://ay-carmela/. birosca.org/).

Quando: dia 23 de fevereiro, segunda-feira de carnaval das 13hs às 16hs

Faça a sua inscrição antecipada! Assim você nos ajuda a organizar a infraestrutura adequada para o número de participantes e garante a sua vaga, pois o espaço é limitado.
contato para inscrição: wendo_sp@yahoo. com.br ou pelo telefone: (11) 9107-6560.

OFICINAS DE INICIAÇÃO

A oficina é voltada para as mulheres que nunca tiveram contato com o wendo. Nesse momento você conhecerá os princípios do wendo,conversaremos um pouco sobre as causas da violência de gênero, sobreformas de reconhecimento e prevenção e também aprenderá algumas coisaspara se defender nessas situações de agressão. As atividades regulares do Coletivo Wendo-SP acontecem na sede daUnião de Mulheres de São Paulo, organização feminista com a qual temosuma parceria que caminha para quatro anos. Quando convidadas, organizamos atividades com outros coletivos, na sede de outrosmovimentos, em outras cidades, sempre estimulando a solidariedadefeminista!

::TREINOS::

Os treinos são direcionado as meninas e mulheres que já tenham feitopelo menos uma vez a oficina de iniciação. São atividades mais curtase regulares permitindo desenvolver as práticas já conhecidas econhecer novas.Esses encontros são sempre aos domingos. Solicite a programação de 2009.

É cobrado?

Sugerimos as participantes uma contribuição voluntária de R$ 2,00 para a ajuda na manutenção do espaço (água, luz, limpeza, etc).

* indicamos que usem roupas confortáveis e leves e que tragam umabandana (do tipo atadura de algodão que você encontra em farmácia)para utilização nos exercícios.*Os treinos e oficinas de Wendo são abertos apenas para meninas e mulheres, independente da orientação sexual, raça, etnia, idade,situação econômica e ideologia.
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Wendo é uma prática de auto-defesa que surgiu no Canadá entre asdécadas de 60 e 70, por meio de mulheres de uma família que praticavamvários tipos de artes marciais. Ao ficarem sabendo que sua vizinhahavia sido espancada e estuprada dentro de sua casa, vindo a morrerpor conseqüência das agressões, elas decidiram organizar um programaque reunisse técnicas fáceis para que as mulheres pudessem usar deforma efetiva e sem necessidade de força ou condicionamento físico.Assim como o movimento feminista, o Wendo foi se transformando aolongo do tempo e mantém-se em contínua construção. Não se tratasomente de um conjunto de técnicas para que as mulheres possam sedefender de uma possível agressão. O Wendo é uma prática que permiteque as mulheres reflitam sobre a violência de gênero e, assim,aprendam a se prevenir e a se defender. É um espaço de fortalecimentoe empoderamento das mulheres.O Wendo é uma prática que se tornou referência para o movimentofeminista do Canadá e da Europa e vem sendo amplamente difundida emoutras partes do mundo. Na América Latina já existem grupos dereferência na Argentina e no Brasil, promovendo oficinas e discussõessobre a questão da violência contra a mulher.
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O Coletivo Wendo-SP é um grupo autônomo, sem fins lucrativos e que nãorecebe subsídios financeiros de instituições públicas e/ou privadaspara suas atividades. Todos os gastos são custeados pelo coletivo, coma venda de camisetas do grupo* e a contribuição voluntária dasparticipantes.

* Informações sobre custo, tamanho e cores podem ser obtidas por e-mail ou telefone.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Dos trampos e outros conflitos

Ia eu tentar escrever algo parecido. Sobre trabalho, desemprego e a correria de buscar o seu da melhor maneira possível. Encontrei o texto no blog da Cidinha. Talvez a diferença um pouco mais significativa entre o Michel - que não conheço - e eu é o fato dele ter o ensino médio (ou em vias de terminar, ou ainda nada disso, tudo especulação minha...) e eu estar iniciando um doutorado. E fique claro que não se trata de capacidade, mas de tempo, afinal sou mais velho do que ele, estive onde ele está e passei por alguns lugares por onde ele ainda vai passar, isso se desejar. Fica claro pelo talento do rapaz que vai onde quiser. Mas nem só de talento as coisas acontecem e a humanidade caminha, sendo assim, faço das palavras dele as minhas. Antes conto que assisti na tv esses dias um especialista, desses com títulos importantes e reconhecimento internacional. Dizia o tal economista que o problema do Brasil é a falta de qualificação profissional. Que o trampo está aí pra quem quiser e um monte de blá, blá, blá. Ele não está de todo errado, mas não sei, fico sempre com uma sensação estranha quando escuto coisas que minha própria experiência contraria. Tenho também alguns amigos doutores. E alguns deles infelizmente começam a não revelar suas qualificações porque no fim das contas o possível empregador não quer, já que na opinião dele, vai ficar uma coisa cara. Ou mesmo o caso de outros que depois de anos na pós-graduação vão parar na linha de produção da Uni-não-sei-o-que e acabam recebendo apenas como especialistas. Acontece, para quem não sabe, que as universidades sempre pagam salários distintos dependendo da titulação do profissional. Até aí normal, o problema é depois de uns 8 anos na pós, você receber equivalente a algo como se esse tempo nunca tivesse existido na sua vida. Vai vendo! Tá bom, eu sei que dá para pensarmos um monte sobre luta de classes, a merda do capitalismo, as desiqualdades, os privilégios, as relações de poder e mais um monte de outras coisas fundamentais, mas agora chega. Fica pra próxima. Abraços!


(Por: Michel da Silva) "Segundona. Sete e meia da manhã. Praça Ramos de Azevedo e um envelope com cinco currículos de baixo do braço. Tudo pra tentar sair da fila do desemprego. A fila de um prédio em frente da Galeria 24 de maio me pareceu convidativa. As vitrines me instigaram: “Quando ganhar meu primeiro pagamento vou comprar um tênis”. Mas primeiro um trampo. Então deixa pra lá o pensamento alheio. Achei um jornal. Dei uma folheada pra não pesar na consciência e li o seguinte anúncio: “CURSO PROFISSIONALIZANTE PARA OFFICE-BOY”. Amassei e joguei no lixo. Me lembrei do tempo que eu trampava de office-boy, detalhe: sem fazer curso nenhum. Trombava outros manos nos bancos e fliperamas da vida. Era muita idéia, tiração de sarro, uns rolês. Nosso lema era: “A gente ganha pouco, mas se diverte!” Naquela época eu concordava. No prédio o que mais tinha era agência, e o que menos tinha era emprego. Primeira sala: Mais uma filinha básica. Chegou a minha vez, a moça do balcão me olhou e disse: - "Aqui não pega currículo! Só faz cadastro"! - "Tá bom! Posso fazer"? - "É um real pra fazer o cadastro... Você vai ser visto por diversas empre"... Antes dela terminar, dei às costas. Segunda sala, no andar de cima: Sem fila. Resolvi entrar. Tirei um currículo do envelope e esperei. Um cara, quando me viu chegar, entrou numa sala fechada. A moça, que estava sentada, fingiu que não me viu. Chamei a atenção dela: - "Por favor"... Recebi na lata. - "Pra deixar currículo é cinqüenta centavos, moço"! Balancei a cabeça e fui embora. Caramba! Eu já vi situação em que você paga pra trabalhar, mas pra procurar? Fui embora. Na descida, vi dois manos comentando: - "Que sacanagem! Pagar pra arrumar emprego"! O outro foi além: - "Já ouvi falar que mesmo as agências que não cobram, só pegam currículo pra juntar uma cota boa e vender o papel, vai vendo"! Não agüentei, dei risada da conspiração. Firmeza! Fui a outro prédio na Barão de Itapetininga. Segui a indicação da placa, sobre o corpo de um senhor na rua. O outdoor humano anunciava 50 vagas para operador de telemarketing, inicio imediato. Me olho brilhou e corri pro endereço. Terceira sala: Mais fila. Na hora que fui atendido a menina do balcão olhou meu currículo e perguntou: - "Você tem experiência em carteira"? - "Não, mas trabalhei pra uma cooperativa. Era de operador também". - "Olha moço, pras vagas correspondentes, só estamos aceitando currículo de quem tem experiência". – Eu olhava pra ela e seu rosto parecia se derreter no mesmo ritmo da voz. Tentei manguear na rua de novo . Parei na banca de jornal para olhar as manchetes. Futebol meu time perdeu. Mega Sena acumulou. Greve do metrô. Corrupção na política. Caos nos aeroportos! Sem novidade. Queria mais que tudo explodisse! Pique Bin Landen! Mirei uma agência na Sete de abril. Quarta sala: Até que enfim a chama reascendeu. A moça do balcão mó atenciosa, leu meu currículo, disse que eu tinha perfil pra vaga. Nem precisei esperar muito. Já fui pra entrevista. “Agora vai virar” – pensei. Na salinha fui atendido por um outro cara. - "Bom dia, Paulo"! – falou olhando pra minha ficha - "Bom dia" - "Então, nos aprovamos seu currículo! Você foi selecionado pra fazer um treinamento de trinta dias e após o treinamento você inicia na empresa. Ok"? - "Tudo bem"!? Ele continuou com um sorriso largo: - "No final desses trinta dias você vai receber um certificado de conclusão do curso. O único custo é o material didático, 150 reais. Mas a vantagem é que você já está com a sua vaga garantida e mesmo que você não fique na nossa empresa, você vai ter um diploma de operador de telemarketing. O curso inicia amanhã, posso confirmar seu nome"?

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

sobre o amor, o desamor e outras bobagens

PS. Que fala do amor, do desamor e de outras bobagens.
Tonita veio se exibir com sua nova xícara de chá. Sem anestesia, vai logo soltando que...
- O amor é como uma xícara de chá que cada dia cai no chão e quebra em pedaços; de madrugada juntamos os pedaços e, com um pouco de umidade e calor, colamos, e a xícara passa a existir de novo. Quem está apaixonado passa a vida receando a chegada do dia terrível em que a xícara ficará tão quebrada que não será mais possível uni-la.
Vai embora assim como veio, reiterando sua recusa a um beijo que, agora mais do que antes, “arranha muito”.
- O amor não é mais que uma balança complicada – Diz Durito – De um lado ficam as coisas boas e, do outro, as ruins. O amor será tão longo quanto o tempo em que uma balança boa supere a balança ruim. Quem ama passa a vida acumulando pesos e cuidados na balança boa. Presta tanta atenção nesse peso que se esquece da balança ruim.Nunca entenderá como um peso, que apenas seria uma pluma de suspiro, pôde desequilibrar a balança de forma contundente, definitiva, irremediável...
Fiquei pensando e fumando. A lua era uma unha nacarada, uma vela inchada de luz no barco da noite. Assomou o seu gume na cúspide da montanha e depois se lançou com tal força que seu passo maltratou não poucas estrelas.

Tudo bem de novo. Feliz ano, oxalá que agora sim seja novo.


Subcomandante insurgente Marcos
23 de dezembro de 1995

domingo, 8 de fevereiro de 2009

chegando...

Voltei e enquanto isso um presentinho para todos nós: música do Afeganistão. Não conhece? Vem aqui e aproveita!
Inté!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Povo!
Com toda tranquilidade me retiro do mundo virtual para outra tempo de meditação. Fico alguns dias sem atualizar o blog. Vou para Dhamma Santi, centro de meditação vipassana no interior do Rio de Janeiro. Volto quando puder. Que todos os seres tenham paz, saúde e felicidade! Inté!
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Vipassana, que significa ver as coisas como realmente são, é uma das mais antigas técnicas de meditação da Índia. Era ensinada na Índia há mais de 2500 anos como um remédio universal para males universais, ou seja, uma Arte de Viver. Para aqueles que não estão familiarizados com a Meditação Vipassana, uma Introdução à Vipassana pelo Sr. Goenka (em inglês ou em hindi) e Perguntas e Respostas sobre Vipassana.

A técnica de Meditação Vipassana é ensinada em cursos internos no local (retiros) pelo período de dez dias, durante os quais os participantes aprendem as bases do método, e praticam o suficiente para experimentar resultados benéficos.

Os cursos não são cobrados - nem mesmo para cobrir os custos de acomodação e alimentação. Todas as despesas são pagas com doações de pessoas que, tendo feito o curso e experimentado os benefícios de Vipassana, desejam dar também a outros a oportunidade de usufruir desses benefícios.

Os cursos são ministrados em diversos Centros de Meditação e em locais fora dos centros em sítios alugados. Cada local tem o seu próprio calendário de cursos. Na maioria dos casos, a inscrição em cada um desses cursos pode ser realizada com um clique na data de um curso da lista de cursos que aparece no calendário.
Há diversos Centros na Índia* e em outros lugares na Ásia*; dez Centros na América do Norte*; três Centros na América Latina*; sete Centros na Europa*; sete Centros na Austrália/Nova Zelândia*; um Centro no Oriente Médio* e um Centro na África*.

FESTA!

JUNK FOOD VEGANO NO ESPAÇO IMPROPRIO

ENTRADA GRÁTIS!!
DIA 07/02 (SABADO) AS 18 HORAS!

PALESTRA: QUE MUNDO VEGANO QUEREMOS??
por Dennis Zagha Bluwol

Show ao vivo!

segue o cardápio!!!
HAM-BURGER SIMPLES(pão de hamburger, hamburger de soja, maionese de tofu temperado, presuntovegan, fatia de tofu seco)

X-SALADA(pão de hamburger, hamburger de soja, maionese de tofu temperado, alface,tomate e cebola, fatia de tofu seco)

X-CALABREZA(pão francês, linguiça vegan, maionese de tofu temperado, fatia de tofuseco)

VEGGIE-FISH(pão de hamburger, hamburger de tofu com temperos, maionese de tofu, alface etomate)

VEGGIE-BACON(pão de hamburger, hamburger de tofu com temperos, maionese de tofu, alface efatias de bacon vegan)

FALAFEL(pão árabe, bolinho de grão de bico, salada)

BATATA FRITA
SALGADOS
PASTEL
CERVEJAS
REFRIGERANTES

COMBOS:
V - HAM-BURGER + BATATA + REFRESCO OU REFRIGERANTE
E - X-SALADA + BATATA + REFRESCO OU REFRIGERANTE
G - X-CALABREZA + BATATA + REFRESCO OU REFRIGERANTE
A - VEGGIE FISH + BATATA + REFRESCO OU REFRIGERANTE
N - VEGGIE BACON + BATATA + REFRESCO

COMPAREÇAM!!! =)
Rua Dona Antonia de Queiros, 40 - Consolação(travessa Rua Augusta - próx. shopping Frei Caneca)São Paulo - SPtel: 3255-5274

Bienal Afro-brasileira do livro em Salvador


domingo, 1 de fevereiro de 2009

quando o cotidiano faz a diferença

Olha só essa história e me diz se não é para gostar dessa gente. Talvez para alguns nada demais, para outros muito pouco, porém para os sonhadores, um outro mundo de fato!

o/as anarquistas grego/as continuam surpreendendo... vejam essa... dias atrás um grupo de libertário/as de tessalônica se reuniram e organizaram uma “vaquinha” para ajudar uma anciã de 74 anos a reconstruir sua pequena vendinha, após ela ter sido incendiada durante um distúrbio numa manifestação que rolou na cidade, em novembro de 2008, envolvendo jovens e a polícia. o/as anarquistas abriram uma conta bancária de apoio e arrecadaram 13.000 euros (cerca de 40 mil reais), quantia que foi imediatamente repassada a senhora.

"como anarquistas, sentimos que devemos apoiar as pessoas vitimizadas pela violência cega". “temos dado o que pudemos, além de nossas possibilidades, porque sabemos que seria difícil para ela começar de novo com a sua idade". "foi um ato de solidariedade com uma mulher que poderia ser nossa mãe", dizia um manifesto assinado por uma organização chamada "iniciativa anarquista". "só recebi promessas vazias (do estado)... me sinto muito afortunada de que estes meninos tenham vindo me ajudar", disse a idosa.

fonte Agência de Notícias Anarquistas