quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Quem disse que nada muda?


Feira militar é cancelada por receio de “selvageria anarquista”.

O próximo 11 de novembro (dia em que é celebrado o 'Dia da Memória' das pessoas mortas na primeira guerra mundial), em Adelaide, Austrália, iria se realizar o APDSE (Asia Pacific Defence & Security Exhibition), uma grande feira internacional de exposição e venda de material bélico de defesa e segurança para a Ásia e o Pacifico. Calculava-se que seriam comercializados nesse evento mais de 1,4 trilhões de dólares em armamentos.

Esta feira é, praticamente, para a compra e venda de armas, e países como EUA, Inglaterra, França, África do Sul e outros, já tinham reservado uma quantidade ampla de cadeiras para o evento.

No momento que o 'governador' da Austrália do Sul, Kevin Foley, anunciou que, em Adelaide, seria realizada a exposição, ativistas contra a guerra começaram a planejar um dia de ação direta e atividades durante os três dias do evento, e a organizar, desde então, ativistas de todo o continente australiano para convergir a ele. A idéia era fazer um festival de paz entre 9 e 11 de novembro, para bloquear completamente esse evento militarista.

Sábado retrasado, 6 de setembro, num comunicado público, Kevin Foley anunciou que ia cancelar a feira. A razão, explicou, é de segurança, já que havia 'ameaças de violência' por parte de manifestantes contra o evento.

Os organizadores da APDSE afirmaram que a exposição estava sendo objetivo de manifestantes violentos e organizados, com um histórico de haver causado o fechamento de outras exposições de defesa e segurança (em 1991, quando uma exposição como esta foi projetada, protestos prévios acabaram em distúrbios muito violentos e que causaram seu cancelamento), e de participação em eventos internacionais (como os protestos contra o G20).

No comunicado público, o governador se referiu aos manifestantes como, 'anarquistas de vida pequena', dizendo que são só anarquistas que gostam de perturbar a 'sociedade civil', “perversos e perigosos para a sociedade”, “que querem uma sociedade num estado de anarquia, para seus prazeres perversos”, e “um monte mais de coisas que mostram sua incultura”, de “seres sem pudor”, “sem um pingo de credibilidade”.

Diante desta situação, ativistas australianos e anarquistas, queremos mostrar a nossa mais profunda alegria, porque alcançamos o fechamento desta exposição dos comerciantes da morte.

AnarCol

agência de notícias anarquistas-ana

Nenhum comentário: