Longe de casa eu choro e não quero nada. Que fora do chão ninguém quer e não pode nada. Sinto falta de São Paulo, de escutar, na madrugada, uns bordões de violões e uma flauta chorar prata... Dor de amor não me magoa. A saudade da garoa é que me mata. E eu saio pra rua, assobiando comprido um samba comovido que Silvio Caldas cantasse (e me iludo que a garoa vem molhar a minha face.... Mas é pranto. E eu choro tanto...) Quem me dera que hoje mesmo eu voltasse pro chão que eu adoro. Pois longe de casa eu choro e não quero nada.
"Longe de casa", de Paulo Vanzolini
foto de R. Motti
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