Por um lado (apesar da dor) é bom que as coisas fiquem insuportáveis. Assim vamos ver claramente quem está do lado de quem, quem compactua com o quê. Talvez faça sentido que a ordem venha do caos, e de algum modo sejamos obrigados a pensar e reconhecer a urgência de algo mais organizado. Não pense que as coisas estão duras apenas na sua cidade, no seu país. O mundo está em chamas e só não vê quem não quer. Temos mais um ano de eleições e uma avalanche de promessas. O que fazer? Particularmente nunca escondi que política partidária não me parece uma solução, é apenas um paleativo com uma oportunidade para se pensar no menos pior. Digo no modo de agir, na maneira de operar, porque não sou da opinião que todo político num partido é corrupto e vendido (apesar que tendo a desconfiar de lugares como o psdb, pfl, etc). Trabalho e acredito nas relações do dia a dia, na ação direta, nos movimentos sociais, na autonomia, na política além do voto. Estou convencido desse caminho, desse modo de fazer as coisas, mas nunca deixei de respeitar e considerar os amigos e os muitos lutadores que pensam diferente e que escolhem uma prática tradicional (reformista?), talvez menos revolucionária, ou como queira chamar. Diante do inimigo comum, tudo isso é válido e como disse no início, vamos ver quem esta do lado de quem. O que me aborrece é o oportunismo. Ser sectário me parece algo contra o pensamento e a conduta libertária para uma vida mais sincera e livre. Esse é o desafio: parafraseando os zapatistas, um mundo com muitos outros mundos. O que não posso aceitar é que queiram me governar. O que não posso aceitar é que me digam o que fazer. Acredito na autoridade que venha da verdade, não o contrário. O que não irei aceitar mesmo é o privilégio e a exploração. Como disse Pierre-Joseph Proudhon: "Aquele que tenta pôr as mãos em mim é um usurpador e um tirano. Eu o declaro meu inimigo".
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