Falo-te das casas que são pedra e terra E sangue; falo-te das casas que são bocas Amantes dos azuis luzentes, do sumo Das laranjas astrais, dos voos apolíneos E musicais; falo-te das casas, cujo hálito São ervas verdes olorosas, corolas De vermelhos líquidos e quentes; falo-te Das casas que são carícias de areias E de brisas de pinhos marítimos; falo-te Das casas que são conchas com bichos Dentro e cantatas de águas e espumas Brancas, se balanceando, como folhas de álamos.
Falo-te, em suma, das casas-casas. Falo-te das casas, onde não me coube, Onde nunca me coube o ser-me Respiração dentro.
Violeta Teixeira, in RESINAS DE ABULIA, Magno Edições, 2003
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Falo-te das casas que são pedra e terra
E sangue; falo-te das casas que são bocas
Amantes dos azuis luzentes, do sumo
Das laranjas astrais, dos voos apolíneos
E musicais; falo-te das casas, cujo hálito
São ervas verdes olorosas, corolas
De vermelhos líquidos e quentes; falo-te
Das casas que são carícias de areias
E de brisas de pinhos marítimos; falo-te
Das casas que são conchas com bichos
Dentro e cantatas de águas e espumas
Brancas, se balanceando, como folhas de álamos.
Falo-te, em suma, das casas-casas.
Falo-te das casas, onde não me coube,
Onde nunca me coube o ser-me
Respiração dentro.
Violeta Teixeira, in RESINAS DE ABULIA, Magno Edições, 2003
Poética II - Vinícius de Moraes
Com as lágrimas do tempo
E a cal do meu dia
Eu fiz o cimento
Da minha poesia.
E na perspectiva
Da vida futura
Ergui em carne viva
Sua arquitetura.
Não sei bem se é casa
Se é torre ou se é templo:
(Um templo sem Deus.)
Mas é grande e clara
Pertence ao seu tempo
– Entrai, irmãos meus!
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