quarta-feira, 21 de julho de 2010

Do Papo de Homem

Voltando a outras conversas. A certo tempo venho falando algumas coisas sobre o masculino e numa dessas incursões sobre o tema, fui me deparar com o site Papo de Homem. Alguns anos atrás alguns amigos resolveram escrever e publicar suas idéias e opiniões sobre todos (?) os assuntos que poderiam ser do interesse dos homens. O resultado disso na minha opinião é uma mistura muito estranha que lembra o Bibelô (personagem clássico da genial Chiclete com banana do Angeli), homens médios valorizando coisas médias, a revista Men's Health e como ter uma barriga de concreto em 8 exercícios (sempre penso: quem realmente lê e faz isso?), assim como conversas das mais sinceras da mesa de bar. O fato meus caros leitores é que de tempos em tempos os caros e algumas mulheres que colaboram por lá, tem algumas sacadas bem felizes e apesar de alguns posicionamentos sexistas escrevem com enorme honestidade, inclusive para assumir isso. De tempos em tempos passo para me divertir com a coluna do Dr. Love. Uma espécie de coluna sentimental com perguntas dos leitores. Apesar de não concordar com quase nada, o tal Dr. Love é capaz de resumir e expressar bons conselhos e esclarecer como vem funcionando a cabeça de boa parte dos homens de nossa cultura. Uma verdadeira aula de sociologia. Separei ele respondendo duas perguntas (com as quais concordo bastante!) - as outras vocês podem conferir aqui. É ou não é pra rir e pensar onde estamos?

Pergunta 12: O amigo

“Caro Dr. Love, tenho um amigo de infância que de modo alguém consegue esquecer o encosto que é sua ex-namorada, sempre que encontra com ela fica mal, como me preocupo muito com o cara resolvi pedir sua ajuda para tirar-lo desse mar de tristeza.

Obrigado, Dr. Love.”

–PV

Homem que chora pelos cantos por conta de ex-namorada é a raça mais deprimente do universo. Arrastam-se numa eterna busca de algo que nunca foi deles. Nenhuma mulher é nossa propriedade. Assim como não somos delas.

Ex-namorados deprimidos nada mais são do que crianças que acharam ter um brinquedinho na mão e não sabem lidar com a mudança de situação, pois permitiram que seu próprio senso de identidade fosse sustentado pelo outro.

E quando o outro “vai embora”, a identidade deles voa pela janela junto.

Sequer conhecem o que é uma trepada homérica e não se cansam de gemer, diariamente, terem perdido o amor de suas vidas. Seu amigo mereceria uma tijolada na boca, um par de calcinhas rosadas de algodão e um dildo tamanho Motumbo. Vou parar de falar antes que vomite.

Ele precisa de terapia de choque, em suas mais variadas formas.

  • Escalar uma montanha.
  • Quebrar a cara numa briga.
  • Morar em outra cidade. Outro estado. Outro país.
  • Fazer qualquer porra que o deixe apavorado só de considerar a ideia.
  • Comer mulheres maravilhosas (pagando ou não) e gozar litros de porra enquanto tem visões do Nirvana.

Precisa se perder, se jogar no abismo, sair da modorrenta zona de conforto.

Precisa, em última instância, reencontrar o senso de identidade perdido.


Homem voltando à vida.

Não discuta os sentimentos dele sobre ela. Faça o que puder pra colocá-lo na estrada. Se ele choramingar, mande tomar no cu. Seja um bom amigo. Não tenha nenhuma piedade. Poucas pessoas são corajosas o suficiente para tanto.

Pergunta 8: Raridade

“O meu namorado é fanático em sexo, o que devo fazer para ele mudar?”
–Esther

Meu bem,

a pergunta é: o que você deve fazer para aguentar o tranco?

Não espere que seu homem reduza seu apetite sexual. A não ser que a relação dele com sexo seja prejudicial para o convívio em sociedade e o relacionamento que mantém com você, sua única medida deve ser agradecer aos céus por ter se encontrado com um poço de virilidade nesse mundo meia-bomba e boiolístico que impera nos dias atuais.

Se não tiver estômago – err – pra coisa, compartilhe. Suas amigas ficarão satisfeitas em ajudar, certeza.

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