sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Lutemos!

Duas localidades, uma realidade. Ainda sentindo as reflexoes a respeito do dia 20 de novembro, dia da consciencia negra no Brasil, e tambem pensando aqui na Europa sobre o assassinato de Carlos, um jovem espanhol antifascista morto em Madri dia 11 de novembro, nao pude deixar de me dar conta que o muro esta crescendo e o divisor de aguas nos pressionando para saber de que lado estamos.
No Brasil ou na Europa o fascismo e o racismo tentam avancar. No Brasil a semana que envolveu as atividades sobre a comemoracao desse dia 20 nao deixou passar batido o fato de que cada vez mais pessoas vem assumindo posturas conservadoras, racistas e discriminatorias. O ultimo ano foi marcado principalmente pelo combate as politicas afirmativas - como a questao de cotas nas universidades publicas - e tambem pela relutancia e deslegitimacao da historica luta pela demarcacao de terras quilombolas. Isso sem esquecer dos constantes ataques as religioes afrobrasileiras, particularmente por grupos evangelicos.
Residencias de estudantes africanos incendiadas na UnB http://midiaindependente.org/pt/blue/2007/03/377197.shtml
Lancamento de livro racista na livraria Cultura. http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2007/11/403328.shtml
Racismo na Unicamp http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2007/11/401488.shtml As interminaveis vistorias de todas as policias contra a populacao negra, sao apenas alguns exemplos recentes. Os combates foram constantes e os novos-velhos racistas buscam por mais folego para manter seus privilegios.
Pela Europa, essa mesma semana foi marcada por protestos que lembraram a morte de Carlos. Um jovem de 16 anos morto por um policial fascista. A organizacao de extrema-direita chamada "democracia nacional" havia convocado uma manifestacao no dia 11 de novembro em um bairro madrileno contra os imigrantes. Centenas de pessoas se mobilizaram em uma contra-manifestacao em repudio ao partido fascista espanhol. Na volta para casa, Carlos com outros amigos foram atacados pelo policial que participava a paisana desse ato contra os imigrantes e acabou morto com uma punhalada no coracao.
Dias antes um congolês ficou tetraplégico depois de agredido por neonazis em Alcalá de Henares, para além de outras agressões a imigrantes em Pio XII e em Las Rozas e da agressão à imigrante equatoriana no metro de Barcelona. http://www.anarkismo.net/newswire.php?story_id=6887
Bom, os fatos estao ai, nao podem ser ignorados. Talvez a pergunta seja nao apenas em torno das razoes dessas posturas publicas reveladas por alguns grupos e sujeitos, mas como ainda a sociedade ocidental do sec XXI nega (e produz!) posturas tao reacionarias como essas. Infelizmente me parece que daqui para frente eh apenas ladeira abaixo. Isso por um tempo. Tento se otimista, ainda nao me entreguei. Entretanto, isso nao vai ser de modo gratuito. Mudancas significativas nunca sao assim.
Uma licao que todos podemos aprender, e que os antigos anarquistas espanhois ja nos ensinaram, eh de que o fascismo avanca apenas se voce nao o combate. Entao, maos a obra! E nao se esqueca: quem presencia um crime e nao faz nada para impedi-lo, eh conivente com ele.

Um comentário:

Jú Pacheco disse...
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