terça-feira, 4 de agosto de 2009

Cara de pau!

Grandes companhias farmacêuticas faturam bilhões com gripe suína

*mas antes uma recomendação: para entender melhor a lógica da canalha assista aos filmes O jardineiro fiel e O mundo segundo a Monsanto. O primeiro encontra fácil em qualquer locadora, o segundo você pode assistir aqui na íntegra.

Algumas das maiores companhias farmacêuticas do mundo estão auferindo bilhões de dólares em receita adicional, em meio à preocupação global sobre a expansão cada vez maior da gripe suína.

A reportagem é do jornal *Financial Times* e publicada pelo jornal *Valor*, 22-07-2009.

Analistas estimam alta significativa nas vendas da *GlaxoSmithKline*, da Roche* e da* Sanofi-Aventis*, quando elas divulgarem nos próximos dias resultados do primeiro semestre engordados por encomendas governamentais de vacinas contra a gripe e medicamentos antivirais. As novas vendas -ao mesmo tempo em que a suíça *Novartis* e a americana *Baxter*, que também produzem vacinas, já divulgaram resultados expressivos surgem no momento em que o mais recente computo aponta para um total de mais de 700 vítimas fatais do vírus da gripe A (*H1N1*) e para milhões de pessoas infectadas em todo o mundo. A britânica *GlaxoSmithKline* (*GSK*) confirmou que até o momento já vendeu 150 milhões de doses de uma vacina pandêmica contra a gripe (o equivalente ao total anual de vendas de vacinas sazonais contra a doença), a países como o Reino Unido, os EUA, a França e a Bélgica, e anunciou que estava se preparando para expandir a produção. A *GSK* também produz o *Relenza*, um medicamento antivírus que reduz a duração e atenua a severidade da infecção, e está se preparando para ampliar a produção, rumo a uma meta de 60 milhões de doses anuais. O governo do Reino Unido encomendou 10 milhões de doses do medicamento neste ano.

Um dos principais beneficiários do temor crescente de uma pandemia foi a suíça *Roche*, que vende o *Tamiflu*, o principal medicamento antiviral usado no combate à gripe, e registra alta considerável nos pedidos de governos e empresas privadas. Uma pesquisa do banco de investimento americano *JPMorgan Chase* estimou, na semana passada, que governos de todo o mundo já teriam encomendado quase 600 milhões de doses de vacinas contra a pandemia e adjuvantes (produtos químicos que aumentam sua eficácia). Isso representa US$ 4,3 bilhões em vendas, e existe o potencial de vender mais 342 milhões de doses de vacina, ou US$ 2,6 bilhões, no futuro próximo. O *JPMorgan Chase* previu que novos pedidos de antivirais podem elevar as vendas da *Roche* e da *GlaxoSmithKline* em mais US$ 1,8 bilhão nos países desenvolvidos e, em potencialmente, mais US$ 1,2 bilhão nas nações em desenvolvimento.

Mas também existem incertezas para os fabricantes de produtos farmacêuticos. Com a probabilidade de demanda superior à oferta e os lotes iniciais de produção sugerindo que o rendimento da vacina contra a pandemia é relativamente baixo, as companhias podem ter de enfrentar escolhas difíceis na alocação de produtos aos diferentes países que estão apresentando
encomendas.

As companhias também estão sob pressão para fornecer mais medicamentos e vacinas gratuitamente, ou a preços extremamente baixos, para os países em desenvolvimento.


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