sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Na batida do samba

Gostaria de oferecer algo bom para os palestinos. Mais que dispensar um tempo com emails, mensagens e reuniões - extremamente necessário - um pouco de um bom sentimento, de algo imaterial, do abstrato que nos toca, da subjetividade tão inerente a natureza humana. Não me recordo agora quem disse isso, mas é sobre a vida nem sempre ser suficiente, e que para esses instantes, fazemos arte. Ela existe porque muitas vezes o mundo e a realidade não dão conta daquilo que a gente precisa. Esse é um samba muito bonito. Chama Lamento Negro, interpretado pelo Núcleo de Samba Cupinzeiro, de Campinas. Na verdade é um samba triste, e é fiel a tradição dos sambas tristes que são lindos. E como brasileiros sabemos bem sobre dores e tristezas. Exatamente por compreender isso do modo que fazemos, transformamos e criamos coisas tão bonitas e profundas. Um samba com a alma aberta! As cicatrizes são expostas, mas nossa dignidade sempre nos levou adiante. Então palestinos, saibam que nós entendemos esse momento. Não estão sozinhos em suas lágrimas. Cada passo, cada grito, cada gesto, tudo é compartilhado. Todas as esperanças também. Você sobreviveram à tantas outras agressões e se ergueram. Certamente sobreviverão a mais essa.

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