sexta-feira, 25 de julho de 2008

movimento

O desespero eh f... mas ainda assim, um pouco de angustia para nos tirar do lugar que estamos e transformar apatia em acao ate que cai bem. Um tanto de dende e magia, axe e malicia, silencio e cautela, furia e ritmo podem colaborar. Ouvi esses dias: "quer moleza? bebe leite!" Uma vida confortavel demais eh perigosa. O que interessa agora eh buscar uma vida boa e nao ser um boa vida. O entendimento quem sabe, tem haver com aquilo que deixamos de fazer. As vezes nao-fazer eh o mais importante! Escutar melhor pode ser trabalhoso. Fazer direito eh complicado. Tem coisa que tem comeco, mas nao tem fim. Ainda assim...

“Um anarquista e expropriador de bancos, com muita honra”

“Um anarquista e expropriador de bancos, com muita honra”. Foi desta forma que Jaime Giménez Arbe, mais conhecido midiaticamente como “O Solitário”, se descreveu na Audiência Provincial de Navarra, Espanha, nesta terça-feira, 15, onde está sendo julgado. Arbe, foi detido pela PJ na Figueira da Foz, Portugal, em julho de 2007, era o homem mais procurado na Espanha na época.
Além da autoria de vários assaltos, estima-se que roubou 36 agências bancárias, Jaime é acusado do assassinato de dois Guardas Civis espanhóis, um crime que nega ter cometido. Já sobre os assaltos a bancos, “O Solitário” não recusa a autoria dos delitos, explicando ser um “anarquista, anti-sistema e anti-capitalista” adversário do que descreve como “capitalismo fascista que nos controla”.


Os juízes reclamam 52 anos e meio de prisão para Jaime. O caso continua em julgamento.


> Carta aberta de Jaime Giménez Arbe à opinião pública <


Zaragoza, 8 de março de 2008 Sou um rebelde contra o capitalismo, contra a injustiça que supõe a exploração das pessoas por uma casta de "intocáveis" com negócio seguro e apoio explícito e implícito de uma organização mafiosa por excelência, que é o Estado. Acredito justo que a posição montada por banqueiros, políticos, jornalistas, reis, presidentes e descerebrados em geral, deve explodir pelos ares, é necessária justiça com letras maiúsculas. Justiça social, educação, liberdade e princípios éticos. Os bancos são o sintoma, mas a doença é o sistema. Eu não gosto que me chamem "O Solitário", porque esse nome quem me colocou foi à polícia, meus amigos chamam-me Jaime. Gostaria de esclarecer que em meu caso foram difundidas por parte da polícia muitas mentiras. Por exemplo, quero deixar bem claro que, eu não tenho nada que ver nem com a morte dos guardas civis de Castejón nem com o fogo cruzado de Vall D´Uixo, é algo que a polícia quer julgar-me, sem provas de qualquer tipo, e que nego com integralidade. Tudo o que fiz foi feito com limpeza e educação, pois eu considero que a cortesia não elimina a coragem, e roubar o ladrão é uma obrigação, e expropriar o explorador uma necessidade. Tenho disparado em agentes da polícia, não nego, mas assassino, não, absolutamente nada, eu adoro a vida, a liberdade, a natureza, o amor, a amizade e essas coisas normais nas pessoas normais, mas o dinheiro... isso nunca me interessou. Com Afeto, Saúde e Anarquia!


Em 17 de janeiro, 2008 Jaime ingressou provisoriamente no Centro Penitenciário de Zuera (Zaragoza), extraditado temporariamente a Espanha desde a cadeia de Monsanto em Lisboa (Portugal).

agência de notícias anarquistas-ana

domingo, 20 de julho de 2008

Saindo da Matrix

Ca estamos entre um dia e outro. Como havia dito em tempos atras, nao irei me ater mais naquilo que me faz mal. Apesar da necessidade de desabafo e da vontade de direcionar comentarios bastante fervorosos sobre o que me faz mal, tento manter a linha e apontar para o que me da forcas.
Uso entao a lembranca de um filme de 1993 que assisti umas 3 vezes: O Feitico do Tempo. Direcao de Harold Ramis e estrelado por Bill Murray. Conta a historia de um jornalista que apresenta a previsao do tempo e eh obrigado a cada ano visitar uma pequena cidade que odeia para cobrir um festa local sobre a chegada do inverno. La, o tempo se repete, e o camarada ai fica preso no mesmo dia sem nenhuma possibilidade de variacao. Muitas pessoas conhecem esse filme e um bocado de gente ja falou dele. Pois bem, a vida no Japao nao eh mera coincidencia com isso. A realidade dos imigrantes as vezes parece estagnada e lutar contra isso eh estar diante de um importante desafio. Numa mistura de repeticao e tedio, a rotina eh desesperadora. Esta certo que nao importa o lugar onde se vive, podemos estar sujeitos a isso em qualquer lugar do mundo, assim nao quero responsabilizar a vida aqui por isso. Muito mais uma atitude mental que uma interferencia externa. Mas cuidado com isso, afinal o "sistema" (sim, Ele mesmo!) quer sempre responsabilizar o individual pelos problemas que enfrentamos...
Trabalhar no Japao eh mais que enfrentar a repeticao, eh oferecer as vezes sangue, suor e lagrimas. Ofertar a alma em troca de uma suposta seguranca material. Um engodo que te consome e se nao tomar cuidado, te aprisiona do modo mais sutil possivel: pelo espirito. Um lugar que te cansa, te forca a esquecer, a nao lembrar, a abandonar o que te parece ser tao precioso. Com o tempo voce vai deixando tudo "pra depois". Quando se da conta, ficaram distantes os pequenos prazeres, os sabores grandes, a inteligencia e alegria grande. Vai se dando conta que o melhor momento do dia eh a hora de sair do trampo - contraditoriamente o lugar onde se passa mais tempo do dia.
Bom, o que interessa nisso tudo, assim como no filme que falei, eh que apesar de tudo, sao atos de solidariedade que fazem diferenca. Historias que escapam da repticao da maquina. A generosidade desinteressada que te faz sorrir sem esperar por isso. Estou indo para 3 semanas de trabalho ininterruptas e pude ver isso. Veja o caso. Um transporte eh oferecido para ir ate o trabalho e normalmente leva 50 minutos de minha casa ate la. O ponto de entrada deve ser batido 10 minutos antes, e caso voce atrase um minuto eh descontada meia hora de sua primeira hora de trabalho. O motorista do carro que me leva tambem eh funcionario la. Um dia desses ele perdeu a hora e se atrasou e chegamos literalmente um minuto atrasados. Eramos umas 7 pessoas. Todos iriam perder parte dessa hora por conta disso. Eis que no dia seguinte, o colega e motorista aparece no refeitorio e oferece em dinheiro para cada um a meia hora perdida por conta do atraso no dia anterior! Desculpou-se com cada um e lamentou o atraso e disse que tentaria fazer com que isso nao se repetisse. Nenhum de nos aceitou esse dinheiro. Como poderiamos?
Outro dia foi diferente. Parte do trabalho eh feito numa maquina de solda com 18 marcadores, pontos que aquecem o metal e grudam uma parte na outra. Duas pessoas devem estar em cada ponta para colocar o material na maquina e ver se ela faz isso corretamente, nivelando as duas partes. As vezes uma parte ou outra passa direto e nao solda corretamente, tendo que ser repetido o processo. Como cada lote eh devidamente marcado, pode se identificar quem e quando o erro aconteceu. E quem errou deve consertar o lote em questao. Dias atras, um dos malucos la erro um lonte inteiro com umas 400 pecas, trabalho de ate 2 horas. Ele nivelou a maquina errada. Perderia a hora inteira do almoco e teria que fazer um "extra" sem ganhar nada. Isso na teoria, porque a pratica foi outra. O rapaz em questao ficou desconsolado com isso. Quase sem tempo pra familia, teria ainda que refazer aquilo tudo. Quase! Juntamos mais umas 4 pessoas e terminamos o trabalho em meia hora. Perdemos meia hora de nosso almoco, mas a felicidade com que ele ficou depois, por poder voltar pra casa e ter um tempo para comer algo valeu o esforco.
O recado eh simples. Apesar de nao ser um grande entendedor e nao corroborar muito com o tio Karl Marx, ele tinha toda razao sobre ideias de luta de classes e alienacao do trabalho. Cada vez que os trabalhadores brigam e se perdem em dispustas, fofocas e demais bobagens, quem administra o complexo de controle na sociedade hoje apenas se fortalece. Sei que as vezes me torno repetitivo com alguns assuntos e ideias, mas eh porque me parece necessario. Dignidade, saber o que eh importante abrir mao, paciencia, resistencia sao lugares fundamentais para buscar ter sempre em minha vida. Nao quero esquecer isso, porque ja cometi erros tristes exatamente por me afastar de algumas dessas coisas.
Entao eh isso. Para que possam ter uma ideia melhor dessa repeticao, dilemas e luta vivida por quase todos os brasileiros aqui no Japao, sugiro que vejam o curta Dekassegui de Roberto Maxwell. Imagens, sons e movimentos de uma vida que tenta ser melhor.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Ausencia

Amigos todos, me desculpem por desaparecer. Vai num folego soh... Muitas coisas mudaram e uma parte se deve ao fato de realmente nao haver tempo para o blog, e outro por nao ter um pc. Estive vivendo em Tokyo por um tempo, mas como as coisas nao aconteceram como esperava, mudei para uma provincia proxima. Comecei um trampo novo e isso esta realmente me consumindo muito. Trabalho pra casa numa vila na cidade de Kuki, Saitama, norte de Tokyo. Na verdade muito mais trabalho que casa... Desde que sai do Brasil fiz muitas coisas para poder viver. Quando caminhamos com tanta abertura de possibilidade encontramos coisas boas e outras nem tanto... mas deixa explica melhor. Ja fui nesses quase dois anos de ausencia da terrinha brasilis professor de capoeira, de ingles, espanhol e portugues. Fui jardineiro, garcon e pedreiro. Tambem fui barman, distribuidor de panfleto, psicologo. Fui musico, motorista de caminhao, condutor de guindaste e empilhadeira. Operario de fabrica, cozinheiro de marmitex vegetario, organizador de luta por direitos de imigrantes, palestrante e voluntario de pelo menos uns 4 grupos de defesa de direitos humanos que nao rolou grana, mas garantiram sustento por um bom tempo. Nem preciso dizer que algumas coisas foram feitas com prazer, e que outras melhor deixar pra la...E eis que agora me encontro numa nova empreitada: metalurgico. Estou trabalhando numa metalurgica que constroi material utilizado ne construcao civil. Basicamente vigas de ferro bruto para sustentacao de edificios e pecas de concreto. Sem duvida a coisa mais insana que fiz na vida! Primeiro pelo tipo de trabalho que eh pesado, sujo e perigoso. E eu que achava que o de operario tinha sido o pior... puts! Tudo feito no braco, nada de maquina automatica e tecoilogia de ponta que muitas vezes o pessoal pensa que rola por aqui. Tudo manual e que precisa de muita forca fisica e atencao. Porem o pior nao eh isso. O mais louco eh a quantidade de horas que preciso me submeter ao trampo. Pelos menos 12 horas de trabalho diarios. E nos ultimos 1o dias tem sido 16 horas! perto de maquinas de solda e fornos com temperaturas altissimas a maior parte do tempo. A producao aumentou e a fabrica nao pode parar. Claro, tambem nao preciso dizer que capitalista eh capitalistaem qualquer lugar do mundo e sem duvida que o que interessa eh a producao. Vamos ver onde isso vai parar... Caso eu nao seja demitido por tumultuar a coisa por la, esse assunto vai aparecer mais por aqui. A luta dos trabalhadores foi praticamente extinta no Japao e falar de algumas coisas por aqui eh na certa pedir para perder o emprego. Havia pensado em contar algumas coisas nesse sentido, afinal essa carga horario de trabalho eh algo normal entre os imigrantes no Japao. Ser imigrante aqui nao eh facil, principalmente se voce nao fala japones. Comecar a desmistificar esse lugar aqui. Acontece que o tempo, como vcs podem ver esta curto. Falo de outra coisa entao. Enquanto trabalhava os primeiros dias nesse lugar, pensei em muitas coisas da minha vida. No que tenho passado, nas pessoas que conheci e nos lugares que vi. Aprendi muito e se posso dizer algo depois de algumas cabecas por ai e alegrias acola, eh o fato de me dar conta do mundo nao me assustar mais tanto. Nao ha um lugar que nao posso ir, uma cidade que sinto nao poder conhecer. Apesar da pauleira que tenho vivido nos ultimos tempo, e de toda dificuldade que existe, nao vejo porque nao faze-lo. Uma vez mais lembro da minha avozinha querida que ta velhinha la em Ribeirao Preto. Vive cercada de netos e bisnetos e parece que um tataraneto, ela continua lucida como nunca. Essa mulher que nunca escreveu nem leu, criou os 4 filhos pequenos sozinha, depois que meu avo resolveu sair de casa. Nunca ouvi da boca da minha avo uma reclamacao frivola, um lamento banal, uma historia de ressentimento. Claro que ela deve ter la seus desgostos e amarguras, mas semprefoi do tipo que nao fugia da raia, sabe? Do tipo que ta ai pro que der e vier e vai fazer o que ter de ser feito. Quando estava em Londres, la por meado de novembro de 2007, trampando com os panfletos, encontrei um colega de Sao paulo por la. Ele tambem queria ficar ali mais tempo, mas estava quase sem dinheiro e reclamva o tempo inteiro. Eu disse que poderia tentar arrumar aquele trampor pra ele tambem, que nao era nada legal, o melhor a se fazer, mas que ele conseguiria o dinheiro que precisava pra ficar mais alguns dias e que logo mais apareceria outra coisa. Na epoca eu estava passando por isso e indo trabalhar com o pessoal do No Borders (grupo de defesa de direitos de imigrantes na Europa), no interior da Inglaterra, algo muito mais interessante que distribuir aqueles malditos panfletos... enfim, o fulano me disse entao que nao queria fazer aquilo, que havia um "que" de humilhacao. Afinal, como ele iria contar la no Brasil para os amigos, e princialmente para mae dele, que ele estava fazendo algo tao ruim? Apenas olhei pra ele e disse: "mas vc acabou de dizer que quasenao tem dinheiro pra comer! E isso eh apenas por alguns dias..." Ele disse que nao, que se preciso fosse voltaria para o Brasil e ficaria desempregado sustentado pela mae. Mas antes dele partir eu lembrei de algo que aprendi com um angolano que trabalhei nos Estados Unidos a primeira vez que estive la. Conversavamos exatamente sobre isso, de trabalho pra imigrantese as terriveis condicoes. Hoje eh ele um profissional liberal bem estabelecido na Philadelfia. Conheci ele ajudando-o com a mudanca da sua casa. Resumindo: vergonha mesmo eh sacanear os outros, vergonha mesmo seria falar com minha mae no Brasil e dizer pra ela que virei um ladrao, assassino e sei la mais o que. Contar pra meus pais, ou mentir, que na verdade vivo bem, mas prejudicando outros. Minha avo foi empregada domestica a vida inteira e nao posso acreditar que isso tenha sido algo feio. Hoje sou um metalurgico, mas sei que sou melhor professor, muito melhor psicologo, entretanto nao vejo onde uma coisa pode ser menos digna que outra. E com isso eu prefiro ficar. Com essa sensacao. Ficar com a dignidade daquele homem negro africano que lutou e salvou sua familia que estava para ser morta em tempos nao tao remotos na Angola. Fico com minha avo e meus pais dentro de mim que me mostraram esses valores. Eu agradeco a eles! Por isso eu nunca parei. Por coisas assim eu talvez pude ver o que vi. Hoje eu sei de onde venho e nunca mais fui dormir sem agradecer isso. Lembro sempre de meus muitos mestres, homems e mulheres que tive o privilegio de conhecer e ver isso. Hoje nao tem nada fora do lugar e ninguem, nunca mais podera me dizer o que fazer. Todos os negros e indios que me fazem sempre entenderam isso. Essa eh a heranca que ainda compartilho. Tudo tem sua hora e vejo por exemplo, que saber voltar eh importante tambem. Porem fica isso para falar depois. Concluindo, o blog vai aparecer de tempos em tempos com postagens novas, e provavelmente em dose dupla. Faz tempo que queria contar do livro da Cidinha da Silva e sera com isso que o blog comeca essa nova etapa. Um livro lindo que apareceu em um momento bem importante pra mim e foi como um prsente dos ceus.A todos desejo boa sorte e a gente se encontra logo mais.
Beijos e abracos
Ale

Mais que um livro

Finalmente meu livro! Bom, o livro é da Cidinha da Silva, mas agora tenho eu um edição para tocar, olhar, mexer, levá-lo alí e aqui. A Cidinha em seu blog antes da publicação do seu segundo livro, Você me deixe, viu? Eu vou bater meu tambor! (Mazza Edições, Belo Horizonte, 2008(, vinha nos agraciando com algumas das histórias que estão no livro. Bom, agora pude ver tudo.
Como dizer algo daquilo que parece ter sido feito para você, ou para alguém que conhece? Para mim, ha a sensação do livro contar coisas do povo da cidade, do lugar enorme, com muitas pessoas, de encontros e desencontros que nem imaginamos. Sempre vivo e pulsante. Assim como nos marca o ritmo da metrópole. As histórias são cheias de lírimos, sonhos, irônia, sexo, resignação, mais irônia, muito mais humor, buscas e aceitações. O livro é bonito e triste as vezes, mas na maioria dos momentos é instigante, forte e provocante. Como disse, ele me parece urbano. Seja alguém que precisa tomar o ônibus do centro de São Paula para qualquer parte de sua gigantesca periferia, ou da pessoa silenciosa no metrô lotado de Tokyo, ou quem sabe o pedestre do Brooklyn em Nova York, o fato é que na vida, esteja onde estiver, como no livro da Cidinha, não há ninguém que dispense boa compania, reconhecimento, carinho e atenção. Talvez, alguém no caminho da total liberação espiritual tente dispensar parte dessas coisas, numa forma de desapego, mas em um livro que há um Tambor soando em cada página, é outro tipo de iluminado que aparece. Temos lá a condição humana, a magia da vida sem grandes pretensões, mas não menos bonita e humorada, tentando se libertar do que incomoda.
O livro nao tem idade. Ele eh para todo mundo. Mas me venho uma impressao diferente. Agora não tenho mais trabalhado com meus alunos de ensino médio, mas vou esperar anciosamente por essa oportunidade novamente. Fico imaginando como será ler com aqueles jovens todos loucos por um bom emprego e um marido -ou uma esposa - algo como "Meu Marido"; pensar com aquelas meninas-mulheres o que "Lições" nos fala sobre o corpo e o prazer; em "O Outro Amor" a provocação, a inquietude e a verdadeira imoralidade; e o que dizer sobre "Amor na Pós-modernidade"? Um grito que vai longe e o inevitável espelho que aparece por obrigar a reconhecer que em algum momento isso aconteceu assim mesmo, contigo, comigo ou com alguém bem perto.
Entretanto, ele não se limita a isso. É poesia pura, do tipo que te faz gostar e querer mais, inclusive quando é dura, já que não veio passar a mão na cabecinha de ninguém. Seria uma falta nao dizer que eh justa tambem - e aí é só virar a página que tem mais logo alí! Muito mais! Durante minha leitura fiquei pensando sobre mim mesmo, e também com um desejo enorme de ligar para algumas pessoas e falar: “ei, escuta isso. É a sua cara! Tá vendo, fica tranquilo então, que nessa vida só a morte é que não se dá um jeito, o resto...” e como não dá pra ligar para todo mundo, vá conferir por si mesmo e me conte o que achou. Abraços.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Ainda sobre Moésio Rebouças

Algumas palavras...

Antes de mais nada, gostaria de expressar meus sinceros agradecimento à todo/as o/as amigo/as e companheiro/as que me enviaram mensagens de apoio, solidariedade e força, que fizeram a notícia correr mundo afora. Muito obrigado!

Agora, vou relatar brevemente um fato que ocorreu hoje à tarde, quinta-feira, 3 de julho, comigo e o motorista do secretário do meio ambiente. Parece que este indivíduo é um ex-policial militar, e trabalha na prefeitura como comissionado, tenho que confirmar.

Bem, estava eu indo tirar algumas xerox no centro da cidade, e, por acaso, cruzei com esta pessoa na frente de um logradouro público, então, sem mais nem menos, o sujeito começou a me xingar em voz alta, no meio da rua, de “vagabundo”, "vai arrumar o que fazer", “jornalista safado que só fica escrevendo contra quem trabalha pelo bem da cidade”, “se você é corajoso vai lá falar tudo na cara do coronel” e outros destemperos mais.

Aliás, este indivíduo é o mesmo que uma semana atrás falou para a minha mãe que era para eu ficar "esperto", que o coronel Bello estava de olho em mim.

Me senti acuado diante da situação, e vi que não dava para conversar com ele, assim saí andando, até mesmo porque percebi que ele estava acompanhado de outras pessoas. Minha mãe conhece este sujeito, o motorista do secretário, desde criancinha. Ela pretende brevemente ter uma conversa com ele e o coronel Bello cara-a-cara. Minha mãe é guerreira e não costuma baixar a cabeça para ninguém!

A minha estratégia neste episódio todo é não ficar em silêncio, apesar do risco real que corro, afinal estou lidando com gente com espírito militarista, rasteiro, com perfil da época da ditadura militar no Brasil, que não aceita nenhum tipo de crítica. E é ir divulgando tudo o que aconteça comigo, explicitar essas ameaças por todos os meios.

Amanhã ou segunda-feira vou no ministério público relatar todo o caso. Também na Promotoria do Meio Ambiente. Grupos de Direitos Humanos já estão sabendo do episódio. Minha família também já está vendo os trâmites legais, da justiça.

E quem quiser ir divulgando o fato entre seus amigo/as e redes, fiquem a vontade, quanto mais gente ficar sabendo das ameaças, que no fundo não é contra mim, mas à todo/as que se levantam contra a destruição da natureza e os vários autoritarismos vigentes neste país e no mundo.

Acredito que o autoritarismo, o fascismo, e o coronelismo do secretário se explicitou devido ao fato que dias atrás saiu um texto meu num jornal local que abordava a morte de um jacaré dentro de um parque ecológico municipal. Penso que essa foi a gota d'água para a reação dele. Apesar que já faz alguns anos que venho escrevendo e denunciando várias agressões à diversidade da vida na cidade, onde muitas vezes a Secretaria do Meio Ambiente é feitora, omissa e cúmplice. O que era comum no secretário era rebater as minhas cartas e textos, mas nunca tinha chegado a esse ponto da ameaça explícita.

Segundo me informou um “veterano” ambientalista aqui da cidade, o secretário do meio ambiente de Cubatão, Eduardo Silveira Bello, é aposentado da Polícia Militar, na patente de Coronel 3 Estrelas gemadas. Foi chefe da Casa Militar do Governador Franco Montouro e Comandante da Policia Florestal de São Paulo. Apesar de ele ser secretário do meio ambiente de Cubatão, ele não mora e nunca morou nesta cidade, e sim no Guarujá.

Por fim, alguns compas me pediram o e-mail do secretário, para que este Senhor e o Prefeito da cidade saibam que muita gente está ciente das ameaças, e que também pode ser uma forma de pressão, assim segue:

Secretário Municipal de Meio Ambiente: Eduardo Silveira Bello - e-mail: meioambiente@cubatao.sp.gov.br

Prefeito de Cubatão: Dr. Clermont Silveira Castor - e-mail: secretariagabinete@cubatao.sp.gov.br

Já era para ter escrito antes, mas a internet da Telefônica no Estado de São Paulo ficou fora do ar por mais de 24 horas, só retornando agora a noite. É isso, sigo informando...

Moésio Rebouças

para falar com Moesio -

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Meu amigo foi ameaçado...

e nao tem mais meio termo aqui nesse blog... puta que pariu! - apesar de todo respeito com as trabalhadoras do sexo - o que poderia justificar tal ameaca? Ainda precisamos caminhar um bocado... Conheco Moesio ha muitos anos e sei da sua integridade e de seu comprometimento nas lutas anarquistas e anticapitalistas. Uma pessoa responsavel com o que faz e com o que diz. Lamentavel que ainda vivemos em um mundo onde a integridade de alguem seja alvo de degradacao para interesses de uma minoria.
Assim sendo, nunca devemos desistir! Moesio nos prova isso.
Seguimos com as palavras do mesmo.

Fui ameaçado...

Não é legal escrever na primeira pessoa. Nem me coloco como vítima, perseguido, coitadinho ou coisa do tipo. Mas vejam só. Hoje, quarta-feira, dia 2 de julho, no meio da tarde, apareceu aqui em casa um "guarda-costa" a mando do secretário do meio ambiente de Cubatão, o Coronel da Reserva do Exército Eduardo Silveira Belo, com o seguinte recado, em resumo: "pára de denunciar e escrever contra a Secretaria Municipal do Meio Ambiente".

A pessoa que veio aqui em casa é meu conhecido, e falou que eles, os poderosos, tinham se reunido dias atrás e resolveram me "derrubar", só não fizeram isso porque essa pessoa disse que me conhecia, contemporizando que eu era um cara legal, e argumentando com seus parceiros que iria me procurar e conversar comigo, para que eu desse um tempo nas denúncias, deixasse passar as eleições, escrevesse sobre outras coisas que não enfocasse o meio ambiente e a Secretaria Municipal do Meio Ambiente.Essa pessoa ainda me ofereceu um trabalho “bem remunerado” para que eu ficasse quieto, “na minha”, e passasse para o lado deles, da atual administração municipal.

Semanas atrás uma pessoa próxima de secretário Eduardo Silveira Belo, já tinha passado um recado para a minha mãe, dizendo que era para eu ficar “esperto”, que o Coronel Belo estava de olho em mim.

Diante disso, muito poderia ser escrito, mas fica só um alerta, se por acaso acontecer algo a minha vida, com certeza o atual secretário de meio ambiente da cidade de Cubatão estará envolvido como mandante.

Enfim, sigo meu caminho, sem se curvar para o dinheiro nem para nenhuma autoridade, e na companhia e defesa da Liberdade e da Natureza.
Moésio Rebouças

terça-feira, 1 de julho de 2008

Lindos!

Apenas uma pequena homenagem para tod@s que adoram coisas bonitinhas, sensiveis e "meigas"... convide as criancas para virem assistir!