sexta-feira, 25 de julho de 2008

“Um anarquista e expropriador de bancos, com muita honra”

“Um anarquista e expropriador de bancos, com muita honra”. Foi desta forma que Jaime Giménez Arbe, mais conhecido midiaticamente como “O Solitário”, se descreveu na Audiência Provincial de Navarra, Espanha, nesta terça-feira, 15, onde está sendo julgado. Arbe, foi detido pela PJ na Figueira da Foz, Portugal, em julho de 2007, era o homem mais procurado na Espanha na época.
Além da autoria de vários assaltos, estima-se que roubou 36 agências bancárias, Jaime é acusado do assassinato de dois Guardas Civis espanhóis, um crime que nega ter cometido. Já sobre os assaltos a bancos, “O Solitário” não recusa a autoria dos delitos, explicando ser um “anarquista, anti-sistema e anti-capitalista” adversário do que descreve como “capitalismo fascista que nos controla”.


Os juízes reclamam 52 anos e meio de prisão para Jaime. O caso continua em julgamento.


> Carta aberta de Jaime Giménez Arbe à opinião pública <


Zaragoza, 8 de março de 2008 Sou um rebelde contra o capitalismo, contra a injustiça que supõe a exploração das pessoas por uma casta de "intocáveis" com negócio seguro e apoio explícito e implícito de uma organização mafiosa por excelência, que é o Estado. Acredito justo que a posição montada por banqueiros, políticos, jornalistas, reis, presidentes e descerebrados em geral, deve explodir pelos ares, é necessária justiça com letras maiúsculas. Justiça social, educação, liberdade e princípios éticos. Os bancos são o sintoma, mas a doença é o sistema. Eu não gosto que me chamem "O Solitário", porque esse nome quem me colocou foi à polícia, meus amigos chamam-me Jaime. Gostaria de esclarecer que em meu caso foram difundidas por parte da polícia muitas mentiras. Por exemplo, quero deixar bem claro que, eu não tenho nada que ver nem com a morte dos guardas civis de Castejón nem com o fogo cruzado de Vall D´Uixo, é algo que a polícia quer julgar-me, sem provas de qualquer tipo, e que nego com integralidade. Tudo o que fiz foi feito com limpeza e educação, pois eu considero que a cortesia não elimina a coragem, e roubar o ladrão é uma obrigação, e expropriar o explorador uma necessidade. Tenho disparado em agentes da polícia, não nego, mas assassino, não, absolutamente nada, eu adoro a vida, a liberdade, a natureza, o amor, a amizade e essas coisas normais nas pessoas normais, mas o dinheiro... isso nunca me interessou. Com Afeto, Saúde e Anarquia!


Em 17 de janeiro, 2008 Jaime ingressou provisoriamente no Centro Penitenciário de Zuera (Zaragoza), extraditado temporariamente a Espanha desde a cadeia de Monsanto em Lisboa (Portugal).

agência de notícias anarquistas-ana

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