Finalmente meu livro! Bom, o livro é da Cidinha da Silva, mas agora tenho eu um edição para tocar, olhar, mexer, levá-lo alí e aqui. A Cidinha em seu blog antes da publicação do seu segundo livro, Você me deixe, viu? Eu vou bater meu tambor! (Mazza Edições, Belo Horizonte, 2008(, vinha nos agraciando com algumas das histórias que estão no livro. Bom, agora pude ver tudo.
Como dizer algo daquilo que parece ter sido feito para você, ou para alguém que conhece? Para mim, ha a sensação do livro contar coisas do povo da cidade, do lugar enorme, com muitas pessoas, de encontros e desencontros que nem imaginamos. Sempre vivo e pulsante. Assim como nos marca o ritmo da metrópole. As histórias são cheias de lírimos, sonhos, irônia, sexo, resignação, mais irônia, muito mais humor, buscas e aceitações. O livro é bonito e triste as vezes, mas na maioria dos momentos é instigante, forte e provocante. Como disse, ele me parece urbano. Seja alguém que precisa tomar o ônibus do centro de São Paula para qualquer parte de sua gigantesca periferia, ou da pessoa silenciosa no metrô lotado de Tokyo, ou quem sabe o pedestre do Brooklyn em Nova York, o fato é que na vida, esteja onde estiver, como no livro da Cidinha, não há ninguém que dispense boa compania, reconhecimento, carinho e atenção. Talvez, alguém no caminho da total liberação espiritual tente dispensar parte dessas coisas, numa forma de desapego, mas em um livro que há um Tambor soando em cada página, é outro tipo de iluminado que aparece. Temos lá a condição humana, a magia da vida sem grandes pretensões, mas não menos bonita e humorada, tentando se libertar do que incomoda.
O livro nao tem idade. Ele eh para todo mundo. Mas me venho uma impressao diferente. Agora não tenho mais trabalhado com meus alunos de ensino médio, mas vou esperar anciosamente por essa oportunidade novamente. Fico imaginando como será ler com aqueles jovens todos loucos por um bom emprego e um marido -ou uma esposa - algo como "Meu Marido"; pensar com aquelas meninas-mulheres o que "Lições" nos fala sobre o corpo e o prazer; em "O Outro Amor" a provocação, a inquietude e a verdadeira imoralidade; e o que dizer sobre "Amor na Pós-modernidade"? Um grito que vai longe e o inevitável espelho que aparece por obrigar a reconhecer que em algum momento isso aconteceu assim mesmo, contigo, comigo ou com alguém bem perto.
Entretanto, ele não se limita a isso. É poesia pura, do tipo que te faz gostar e querer mais, inclusive quando é dura, já que não veio passar a mão na cabecinha de ninguém. Seria uma falta nao dizer que eh justa tambem - e aí é só virar a página que tem mais logo alí! Muito mais! Durante minha leitura fiquei pensando sobre mim mesmo, e também com um desejo enorme de ligar para algumas pessoas e falar: “ei, escuta isso. É a sua cara! Tá vendo, fica tranquilo então, que nessa vida só a morte é que não se dá um jeito, o resto...” e como não dá pra ligar para todo mundo, vá conferir por si mesmo e me conte o que achou. Abraços.
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