quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Aos que não desistem.


Nunca é tarde! Definitivamente algumas coisas tardam, mas graças a alguns poucos, não falham. As duas notícias abaixo são referentes ao mesmo tema: torturadores que respondem sobre seus atos décadas depois. Está claro que não se pode aceitar a justificativa de que estavam em guerra e apenas cumpriam ordens. Em ambos os casos, de um brasileiro e de um argentino, eles eram os comandantes. Assunto delicado, mas que nossa memória não se esqueça que ainda há entre nós não apenas alguns desses assassinos, mas sua própria ideologia. O que é hoje o comando da polícia militar do Estado de São Paulo e do Rio de Janeiro? As milícias cariocas? A candidatura de alguns políticos de norte a sul do Brasil? Herdeiros de um coronelismos tacanho, ainda pensam que não devem nenhum respeito as pessoas e ao mundo em que vivem. Obrigado a todos que tornaram esses fatos possíveis!
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Justiça declara coronel Ustra responsável por torturas

Vagner Magalhães
Direto de São Paulo

O coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra foi declarado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo responsável pela tortura de três pessoas da mesma família durante o regime militar, na década de 1970.

Ustra comandou o DOI-Codi em São Paulo entre 1970 e 1974, período de maior repressão política no País. A decisão é inédita no País e foi tomada em 1ª instância. À defesa, cabe recurso.

Na sentença do Tribunal de Justiça de São Paulo, foi julgado procedente o pedido de declaração de responsabilidade de Ustra pela tortura do casal de ex-presos políticos Maria Amélia de Almeida Teles e César Augusto Teles. Também foi reconhecida a tortura a Criméia Schmidt de Almeida, irmã de Maria.

O julgamento é apenas moral e político, já que Ustra foi beneficiado pela Lei de Anistia, em 1979. A tortura é considerada crime contra humanidade e penalidades podem ser discutidas na Justiça.

"Eu me sinto vitoriosa. Gostaria que a Justiça tivesse reconhecido também a tortura a mim e ao meu irmão, que éramos crianças na época. Mas o juiz disse que não há elementos para isso. A decisão faz com que a gente pense mais. De uma maneira mais séria dos crimes do passado. Ela traz à família satisfação e alívio", diz Janaína Teles, que na época tinha cinco anos de idade. O irmão, Cesar Teles, é um ano mais novo.


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Ex-ditador argentino é levado para dependência militar

Um juiz argentino ordenou que o ex- ditador Jorge Rafael Videla seja transferido para uma dependência militar, após haver gozado do benefício da prisão domiciliar durante os últimos dez anos, informaram hoje fontes judiciais. Videla foi notificado da decisão judicial nos tribunais federais de Buenos Aires e dali foi levado para o Campo de Mayo custodiado pelo Serviço Penitenciário Federal.

O magistrado Norberto Oyarbide anulou o benefício da prisão domiciliar, em sintonia com a exigência das Avós de Praça de Maio e outros organismos de direitos humanos que pedem há anos a mudança de Videla para uma prisão comum. As fontes disseram que o juiz considerou que a prisão instalada na guarnição militar "conta com o equipamento, a infra-estrutura e o pessoal necessário" para atender qualquer emergência médica que Videla pudesse sofrer.

O ex-ditador, de 83 anos, foi processado pelo seqüestro de menores durante a última ditadura militar argentina (1976-1983), e está à espera do julgamento oral e público. Em julho, O Tribunal Criminal Federal confirmou a ampliação do processo do ex-ditador, beneficiado com a prisão domiciliar que na Argentina pode ser outorgada aos maiores de 70 anos.

Videla, que tinha sido processado como "autor mediato" de cinco seqüestros, detenções e ocultação de filhos cujos pais estiveram em centros clandestinos de detenção, somou outros 21 casos dentro do denominado "plano sistemático"para o seqüestro de bebês. Além do seqüestro de bebês, Videla é processado por outras causas, entre elas o desaparecimento de dois empresários e o Plano Condor, como foi denominada a coordenação repressiva dos regimes militares do Cone Sul nas décadas de 1970 e 1980.

Segundo números oficiais, 18.000 pessoas desapareceram na Argentina durante o último regime, embora organismos de direitos humanos tenham afirmado que as vítimas foram 30.000.

EFE

Um comentário:

Jú Pacheco disse...

Ai, ai (suspiro)

Acho o amor da minha vida tãooooo inteligente e politizado!!
Mas tãooooo!!

Rsrsrssrs