sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Estamos quase lá.

Faltam menos de 2 dias para o segundo turno das eleições e o circo continua armado. Já falei o que penso a respeito de eleições e não pretendo me repetir, mas consideremos alguns poucos fatos. Primeiro que a suposta reeleição do Kassab em São Paulo deixa claro a merda de debate político que existe hoje na sociedade paulistana. Você também ficaram desesperados (não sempre, mas frequentemente) quando ouviam outras pessoas pelas ruas falando das eleições? Segundo, que depois do que vimos a mídia fazer, eu caso fosse jornalista da ou alguém envolvido nessa "grande" mídia, teria vergonha de comentar a respeito de meu trabalho ou minimamente dos colegas de ofício. Lamento profundamente pelos poucos bons jornalistas que se encontram entrincheirados nesse mar de cinismo e hipocresia. Por favor, aos bons, não desistam! Terceiro, definitivamente para aqueles que possuem uma postura um pouco mais crítica sobre votar ou não, e mesmo em quem, apenas a certeza do menos pior, nesse caso, falo de Marta. E por último, minha sensação de que com a vitória do Kassab, agora reconheçam todos que possuem um mínimo de vergonha na cara, que estamos ladeira abaixo e não que há freios. Como já falei em outras situações, a única coisa que importa a partir daqui é saber de que lado estamos.
Então para concluir, confira o que encontrei num blog pró-Marta, que apesar de não apoiá-la, vale os argumentos feitos pelo cidadão atendido por Mello.
Leia esta reportagem sobre Kassab, de março deste ano, publicada no G1, Portal de notícias das Organizações Globo: Datafolha: paulistanos dão nota 3,9 para Kassab. Segundo pesquisa, prefeito tem 42% de avaliação 'ruim' ou 'péssimo'.
Para 15%, gestão é boa ou ótima. Índice é semelhante ao de Celso Pitta.
A gestão do prefeito Gilberto Kassab (PFL) em São Paulo é considerada ruim ou péssima por 42% dos paulistanos, segundo pesquisa realizada pelo Datafolha nos dias 19 e 20 de março, com margem de erro de três pontos para mais ou para menos, e divulgada nesta segunda-feira (26). De acordo com o instituto, o índice de rejeição anterior era de 33% - na pesquisa, foram ouvidas 1.092 pessoas com mais de 16 anos.Com seus 42% de rejeição, Kassab, que completa 1 ano de mandato no sábado, tem o mesmo índice que o ex-prefeito Celso Pitta (1997-2000) após um ano de gestão. Pitta saiu com 81% de rejeição.
A pesquisa do Datafolha, que dava a Kassab a mesma péssima avaliação de Celso Pitta, completou sete meses há três dias.
O que mudou de lá pra cá? Kassab fez durante esse período o que não havia feito antes?
O que aconteceu foi a mais articulada estratégia de propaganda política dos últimos tempos, e que vou chamar aqui de agitprop da mídia corporativa, porque a agitação ocorreu apenas na mídia e teve como objetivo alienar, silenciar e desmobilizar as ruas.
O que definiu a provável eleição de Kassab (e é provável, porque a eleição é apenas no domingo, e é necessário conquistar votos para Marta até as cinco da tarde desse dia) foi o comportamento da mídia corporativa.
Num primeiro momento, congelaram Marta (que tinha sua candidatura ignorada, e, quando não ignorada, criticada), enquanto se dedicavam a desconstruir Alckmin. O candidato Chuchu, que nas eleições presidenciais há dois anos só tinha qualidades, era um exemplo de gestão etc., passou a ser um político medíocre, caipira, cheio de ambições pessoais, incapaz de ceder em nome de um objetivo maior – a estratégia de levar Serra ao Planalto em 2010.
Ultrapassado Alckmin, chegou a vez de Marta. A campanha contra Marta e a favor de Kassab (nunca esquecer que Kassab é Serra) foi e é tão intensa, que nem os gravíssimos fatos das últimas semanas (enfrentamento das polícias em frente ao Palácio Bandeirantes e a desastrada ação da polícia de Serra no seqüestro de Santo André) conseguiram tirar um pontinho do candidato demo-tucano, de acordo com as pesquisas.
Se for confirmada nas urnas a vitória de Kassab, os adversários de Serra temos que começar a trabalhar já, de olho em 2010, para enfrentar o agitprop da mídia corporativa. Ou o governo vai parar nas mãos deles.

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