sábado, 15 de setembro de 2007

Nem tudo eh saudade...


Apesar de todo desejo de mudanca, algumas coisas permancem as mesmas. Sei que muita gente ja viu esse video, mas nunca eh demais para mostrar quem eh que dirije esse Brasil.
Ainda acreditando que o governo pode ser bom? Ainda sonhando que as coisas podem ser melhores sem levantar a bunda da cadeira?
Acorda! Acao direta!
Video da elite carioca jogando ovo no povao. Veja e chore...

http://www.youtube.com/watch?v=amxe6N14TPw

O que me diz?

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

A cura do banzo

Essa letra esta aqui porque a busca pela cura do banzo eh aliviada por coisas assim. Modos de ser e estar dados pelas raizes, pela dignidade e pela vontade de ser um pouco mais verdadeiro. Dedicado a tod@s que caminham pelo mundo longe de sua terra original.

Paulinho da Viola interpreta. Sem comentarios!
http://www.youtube.com/watch?v=zlNMLwUeoeU

Wilson Batista - Meu Mundo É Hoje

Eu sou assim
Quem quiser gostar de mim eu sou assim
Eu sou assim
Quem quiser gostar de mim eu sou assim

Meu mundo é hoje
Não existe amanhã pra mim
E sou assim
Assim morrerei um dia
Não levarei arrependimentos
Nem o peso da hipocrisia

Eu sou assim...

Meu mundo é hoje...

Tenho pena daqueles
Que se agacham até o chão
Enganando a si mesmos
Com dinheiro, posição
Eu nunca timei parte
Desse enorme batalhão
Pois sei que além de flores
Nada mais vai no caixão

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Bons encontros.

Nao tenho duvida: todos deveria pelo menos uma vez na vida sair de onde vivem e andar por terras estranhas e desconhecidas. Ir o mais longe possivel e nao olhar o relogio para saber a hora de voltar. Encontrar gente que nao fala e nao percebe o mundo como voce eh um incrivel modo de ampliar a consciencia. Saborear a multiculturalidade nao tem dinheiro que pague!
Existem terras que nao apenas vivem seus habitantes locais, como ha pessoas de tantos outros lugares que apenas faz crescer o colorido da paisagem. Conheci nas ruas de Londres essas pessoas incriveis vindas da Colombia. Rui, Marcela e Camilo. Latinos espalhados pela Europa em busca de melhores dias, oferecendo sua forca, esperanca e alegria. Boa sorte meus amigos!

domingo, 9 de setembro de 2007

"V" de Viagem


O ABECEDÁRIO DE GILLES DELEUZE

CP: Vamos à letra V. V de Viagem. É a demonstração de que um conceito é um paradoxo, porque você inventou um conceito que é o nomadismo, mas você odeia viajar. A esta altura da nossa entrevista, podemos dizer que você odeia as viagens. Por que as odeia?
GD: Não odeio as viagens, odeio as condições em que um pobre intelectual viaja. Talvez se eu viajasse de outra maneira, eu adorasse viagens. Mas entre os intelectuais, o que quer dizer viajar? É fazer uma conferência do outro lado do mundo com tudo o que implica antes e depois: falar antes com pessoas que o recebem, falar depois com pessoas que o ouviram. Falar, falar... A viagem de um intelectual é o contrário da viagem. Ir para o outro lado do mundo para falar o que poderia falar em casa e para ver gente antes e depois de falar. É uma viagem monstruosa. Assim, é verdade que não tenho simpatia por viagens. Isso não é um princípio. Não pretendo ter razão, mas eu fico pensando: "O que existe na viagem?". Há sempre um lado de falsa ruptura. Este é o primeiro aspecto. O que torna a viagem antipática para mim? Primeiro é o fato de ser uma ruptura barata. Eu sinto exatamente o que dizia Fitzgerald: "Não basta uma viagem para haver uma ruptura". Se querem ruptura, faça outra coisa que não seja viajar. As pessoas que viajam muito têm orgulho disso e dizem que vão em busca de um pai. Há grandes repórteres que fazem livros sobre isso. Foram ao Vietnã, Afeganistão, etc. e dizem friamente que sempre estiveram em busca de um pai. A viagem me parece muito edipiana neste sentido. Não, assim não dá. A segunda razão é... Há uma frase maravilhosa que me toca muito, de Beckett, que faz um de seus personagens dizer o seguinte: "Somos idiotas, mas não ao ponto de viajar por prazer". Esta frase me parece totalmente satisfatória. Sou idiota, mas não ao ponto de viajar por prazer. Isso não. E o terceiro aspecto da viagem... Você falou em nômade. Sim, os nômades sempre me fascinaram, exatamente porque são pessoas que não viajam. Quem viaja são os imigrantes. Há pessoas obrigadas a viajar: os exilados, os imigrantes. Mas estas são viagens das quais não se deve rir, pois são viagens sagradas, são forçadas. Mas os nômades viajam pouco. Ao pé da letra, os nômades ficam imóveis. Todos os especialistas concordam: eles não querem sair, eles se apegam à terra. Mas a terra deles vira deserto e eles se apegam a ele, só podem "nomadizar" em suas terras. É de tanto querer ficar em suas terras que eles "nomadizam". Portanto, podemos dizer que nada é mais imóvel e viaja menos do que um nômade. Eles são nômades porque não querem partir. É por isso que são tão perseguidos. E, finalmente, o último aspecto da viagem... Há uma bela frase de Proust que pergunta o que fazemos quando viajamos. Sempre verificamos algo. Verificamos se aquela cor com que sonhamos está ali. Mas ele acrescenta algo muito importante: "Um mau sonhador é aquele que não vai ver se a cor com a qual sonhou está lá. Mas um bom sonhador vai verificar, ver se a cor está lá". Esta é uma boa concepção da viagem. Do contrário...
CP: Acha que é uma regressão fantástica?
GD: Não, há viagens que são verdadeiras rupturas. Por exemplo, a vida de Le Clézio me parece uma coisa onde se opera uma ruptura.
CP: Lawrence?
GD: Sim, Lawrence. Há muitos grandes escritores pelos quais tenho grande admiração e que têm um sentido da viagem. Stevenson. As viagens de Stevenson são enormes. Eu digo por minha conta que quem não gosta de viagens é por estes quatro motivos.
CP: Seu ódio por viagens está ligado à sua lentidão natural?
GD: Não, porque pode haver viagens lentas. Não preciso sair. Todas as intensidades que tenho são imóveis. As intensidades se distribuem no espaço ou em outros sistemas que não precisam ser espaços externos. Garanto que, quando leio um livro que acho bonito, ou quando ouço uma música que acho bonita, tenho a sensação de passar por emoções que nenhuma viagem me permitiu conhecer. Por que iria buscar estas emoções em um sistema que não me convém quando posso obtê-las em um sistema imóvel, como a música ou a filosofia? Há uma geo-música, uma geo-filosofia. São países profundos. São os meus países.
CP: Terras estrangeiras?
GD: Minhas terras estrangeiras que não encontro em viagens.
CP: Você é a perfeita ilustração de que o movimento não é locomoção, mas já esteve no Líbano, para conferências, no Canadá, nos Estados Unidos...
GD: Sim, estive lá, mas eu sempre fui levado. Hoje, não faço mais isso. Não deveria ter feito isso. Já fiz demais. Eu gostava de andar naquela época. Hoje, ando menos bem. Então, nem entra em questão. Gostava de andar. Eu fazia caminhadas da manhã à noite, sem saber para onde ia. Andava por uma cidade a pé, mas isso acabou.


sábado, 8 de setembro de 2007

Para um mundo sem fronteiras.

Um convite para o Acampamento Sem Fronteiras - Gatwick, 2007

De 19 a 24 de setembro de 2007 nos estaremos reunidos no Aeroporto de Gatwick para o primeira Acampamento Sem Fronteiras realizado no Reino Unido. Esse acampamento sera uma oportunidade para trabalhar coletivamente a fim de impedir a construcao de um novo centro de detencao para imgrantes, e para junatar ideas e forcas na construcao da luta contra o sistema de controle de migracao.

Aeroporto de Gatwick - Posto de Fronteira

Gatwick e uma fronteira no coracao da Inglaterra. Daqui, todos os dias ha pessoas que sao deportadas por meio de forca fisica. E um lugar onde pessoas sao detidas por tempo indeterminado sem julgamento, onde pessoas sao forcadas a se esconder e entrar num submundo, onde pessoas sao tratadas como criminosas por cometerem o 'crime' de cruzar a fronteira.

O governo britanico anunciou recentemente sua intencao de construir um segundo centro de detencao para imigrantes junto ao aeroporto de Gatwick, ao lado do primeiro (Tinsley House). Essa sera apenas a mais nova em uma serie de terriveis prisoes mundo afora, onde aqueles que saem de seus paises em busca de uma vida melhor sao aprisionados.

A nao ser que nos evitemos que ela seja construida.

Ao redor de Gatwick ha varios outros postos de fronteira: o centro de registro de migrantes em Croydon, as companhias aereas que alugam avioes para o governo deportar pessoas, e o centro de entrevistas para concessao de documentos em Crawley. Alguns kilometros ao sul, os postos de fronteira de Dover e Folkestone, onde o medo de serem apanhadas pela policia de fronteira faz com que pessoas arrisquem a vida tentando entrar no pais debaixo de caminhoes ou em containers sem ar.

Ao mesmo tempo que as fronteiras sao fortificadas, o governo aperta o controle interno: bases de dados internacionais, cameras de videos em toda parte, carteiras de identidade bimetrica (com registro de DNA), monitoramento eletronico de pessoas buscando asilo. Recentemente, o governo britanico anunciou a introducao do Sistema Sirene, que dara acesso ao SIS (Sistema de Informacao Schengen), uma base de dados da Uniao Europeia para refugiados e imigrantes.

Um Laboratorio de Taticas

Como a vida cotidiana, da necessidade de trabalhar ate o sistema de seguridade social, reforca essas fronteiras? Como podemos lutar contra a aceitacao dessas fronteiras e dos mecanismos de controle que as mantem? Como podemos exigir liberdade de movimento como um direito fundamental? Como afirmamos nossa liberdade de decidir onde viver, de acordo com nossas necessidades e desejos? Como podemos escapar esses mecanismos de controle e formar um movimento forte o suficiente para lutar contra as divisoes que sao impostas entre as pessoas?

Precisamos trocar informacoes com aqueles que conseguiram burlar essas fronteiras, que escapam do controle, que sobrevivem sem dinheiro e sem trabalho, que lutam contra o sistema de detencao, que questionam identidades, que aprenderam a organizar-se sem divisoes e sem hierarquias.

Uma Campanha Contra as Fronteiras

Esse acampamento segue a historia dos Acampamentos Sem Fronteiras que tem acontecido em todo o mundo desde a decada de 90, como os que acontecerao este ano na Ucrania em agosto na fronteira entre Mexico e Estados Unidos em novembro. Sera um espaco para trocar informacoes, gerar conhecimento e experiencia. Um espaco para planejar acoes contra o sistema de fronteiras que nos separa.

Sabemos que a luta 'contra as fronteiras' vai muito alem da luta por 'fronteiras abertas'. Sem fronteiras os paises deixam de existir, sem paises as economias nacionais viram historia. Em um mundo sem fronteiras, ninguem pedira mais os seus documentos.

Esse acampamento sera tambem um laboratorio de auto-organizacao pratica e politica. O acampamento sera aquilo que os participantes fizerem dele. Conhecemos as fronteiras que nos separam uns dos outros, sejam elas de sexo, classe, raca, nacionalidade etc. Os acampamentos sem fronteiras sao experimentos de como romper com essas identidades artificias e divisoras.

No Borders

No Borders e uma rede de grupos que lutam por liberdade de movimento para tod@s e pelo fim dos controles de migracao. Queremos construir um movimento de base contra os mecanismos de controle que nos dividem entre cidadaos e nao-cidadaos.

Exigimos o fim do regime de controle de fronteiras para tod@s, inclusive nos mesmos, para que possamos viver de outra forma, sem medos, racismos, nacionalismos.

Nos movemos, nos encontramos. Falamos, lutamos.

Venha acampar com a gente.

http://noborders.org.uk/

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Um presente lindo!

Na busca de palavras perfeitas
que aqueçam seu coração
no renascer de mais um ano

afogo essa pretenção
imaginando o percurso
desse dia

como foi a meia noite?
o que sentiu? o que pensou?
o que desejou?

e como andas?
ainda é dia 2
celebração o tempo todo!!!

deve estar caminhando
explorando Londres
conversando com tipos todos

gesticulando quando não endendido
brindando uma brejinha
meditando seus próximos passos

dançando alguma banda de rua
yes, yes I'm vegetarain
free your mind!!!

"To fazendo 30!
Vem festejar comigo!"
cativando o mundo...

Senhor dos Tempos
ta aí junto
to aí também, em pensamento, de coração.



Axé enorme!
Abraço forte!
Beijo doce!
Da sua eterna amiga,

Mari.

domingo, 2 de setembro de 2007

O cha das 5

Depois de uns dias desaparecido, voltei! Acontece que tudo ficou um pouco tumultuado desde minha partida do Japao. E tambem ja vou avisando que os proximos escritos estaram sem acentuacao porque aqui onde estou nao da pra fazer isso sem um grande trabalho. Entao prefiro tentar escrever e ir contando o que anda acontecendo e voces vao adivinhando o que vai aonde...
Resolvi tomar o cha das 5 com a rainha inglesa. Essa distinta senhora ficou muito emocionada com minha saga pelas terras do oriente e resolveu me acolher em seu peito enquanto vou pensando no que ira acontecer nos proximos meses. Existindo aqui no Reino Unido fieis suditos dessa nobreza, estou me juntando temporariamente a pessoas muito interessantes que residem na cidade de Londres. Estou aqui faz uma semana e um dia.
Primeiro conto de meus anfitrioes. Monika e Prema.
Criaturas que adoro e que conheco a muitos anos, desde remotos shows de punk rock na capital paulista. Ela uma polonesa interessada em medicina chinesa, antropologia e candomble. Ele um vegan junk food barbudo hare krishna judeu. Gente de bem e da mais alta linhagem. Resumindo: estou bem acompanhado e assistido.
Como podem ver o tour pela cidade velha ja comecou. Contei certa vez como era andar pelas ruas japonesas e encontrar templos com mais de 600 anos. Saibam que ver os muros de onde Londres nasceu tambem eh uma sensacao muito interessante. Uma cidade que desde 1200 vem ganhando contornos inusitados sempre ira causar algum tipo de fascinio.
Gente do mundo inteiro anda por ai. Dizem que algo em torno de 30% das pessoas que vivem aqui nasceram em outro lugar. Aqui se fala muito bengali, turco, chines, arabe, espanhol... E um pouco de portugues. Nossos velhos amigos lusitanos andam muito por essas terras, e claro que tambem, brasileiros. Principalmente os brasileiros viados. Sim, os gays. Na verdade talvez Londres seja a cidade mais gay do mundo! Por toda a parte o povo se "pega" e parece estar tudo certo. Principalmente pelos lados de Soho... Eles adoram Londres e sempre voce escuta alguem falando alguma coisa em seu idioma nativo. Mas esse papo fica para depois.
Ando aprendendo bastante tambem sobre judeus ortodoxos. Acontece que o Prema como falei, anda trampando de rabino. Isso mesmo. E ele trabalha em uma escola para pessoas com problemas de aprendizagem e precisa as vezes fazer uma especie de acompanhamento terapeutico com um pessoal de la. No meu primeiro dia pelas ruas londrinas, saimos ele, Yoran e eu. Andamos pelo centro da cidade e visitamos o museu. Foi muito legal!
Outra coisa que tambem nao posso deixar de comentar eh sobre a comida. Definitivamente o segundo paraiso vegetariano (o primeiro sem duvida eh Nova York). Depois do sufoco que foi comer no Japao, Deus resolveu me recompensar. Tem muita coisa boa pela cidade. Eu sou vizinho de um cafe vegan fenomenal! Tem ate milk shake com chantilly! Um cafe ativista que logo mais pretendo ir fazer umas coisas la tambem. Da uma olhada nele: www.pogocafe.co.uk
Com certeza escrevo mais sobre esse lugar depois. E tambem sobre o ativismo no Reino unido. Como falei, a rainha possui fieis suditos que sempre estao pelo seu palacio com muita vontade de participar de suas atividades. Quando isso nao eh possivel eles mandam lembrancas bem tipicas, principalmente atraves dos cavaleiros do Black Block ingles.
Entao vamos tentando aproveitar o fim do verao da melhor manieira possivel. Os parques estao sempre cheios e muitas pessoas aproveitam para pegar uma corzinha. Adorei o verao em Londres! Como voces podem ver as pessoas jogam muito cricket...
Continundo a semana, vamos explorando mais algumas ruas, conhecendo lugares, pessoas, sabores e cores. Alguma coisa me diz que serao bons tempos para serem contados depois...