O pedal na Bahia teve início na cidade de Eunápolis. Interior tranquilo. Parto em direção a Arraial d´Ajuda. Alí, diante do mar azul e do céu limpo começo o processo de cura. Sabia que cada pedalada era uma nova chance para deixar o que tinha que ficar pra trás e um outro modo de encontrar o que estava por vir. Percorri, com exceção do trecho Barra Velha-Veleiro, todo caminho pela areia. O segredo é esperar a maré baixar e secar, depois pedalar e ir parando quando sentir vontade. Fora desse horário, que acontecia duas vezes por dia, era praticamente impossível pedalar por conta da areia que ficava fofa. No primeiro dia fui de Arraial a Trancoso. Praias lindas que por muito pouco não me deixaram ir de tão boas! Definitivamente o mais encantador é o que está entre um lugar e outro. O que acontece é que há praias praticamente desertas por que o acesso é muito dificil pelas estradas de terra ou somente pela areia. É necessário andar vários kilometros para se chegar a algumas delas. Acampava exatamente nesses trechos onde não havia ninguém. Apenas você, o céu, o mar e um pequeno barco de pescador lá longe. Houveram trechos onde o acesso é proibido para "pessoas não autorizadas", algumas reservas, terras griladas e zonas de proteção ambiental geralmente com cercas e cartazes de "proibida entrada". Como não respeito a maior parte desse tipo de demarcação (muros, cercas, fronteiras, serão mesmo necessárias?), e eu me autorizo a ir onde me interessa, seguia adiante, pulando porteiras e cercas, procurando regiões para passar o restante do dia sem ser incomodado, e preferencialmente sozinho. Outra vez faço uma pausa para falar da importância da atitude que chegamos em um lugar. Em nenhum momento fui impedido de seguir adiante em minha viagem. Sempre conversando e tratando de respeitar (isso sim me interessa!) o modo de ser e viver das pessoas locais. Os melhores lugares para acampar e me banhar foram dicas dos moradores. No terceiro dia passei por Coruípe e vi uma das praias mais lindas do mundo, a praia do espelho. Pena ser um lugar nada receptivo devido aos condominios de luxo e os candidatos a capa de "caras" espalhados pela areia. Estava com fome e pensei em comer algo por alí, mas desisti quando descobri que apenas para sentar num dos bares/restaurante tinha que desembolsar no mínino 50 reais. Fui até Caraíva, um lugar encantador, mas nessa época totalmente ocupada pelos seres bizarros saídos do "universo paralelo", coisa que me intriga e sempre me dá vontade de dizer para eles ficarem lá já que gostam tanto e não voltarem para o universo do lado de cá... ops, autoritário eu? imagina! e chega de reclamar! Segui adiante até Barra Velha com a intenção de conhecer a aldeia dos índios Pataxós, povo originário dessa região da Bahia. Alí encontrei pessoas lindas e muito receptivas, balsamo para minha alma! Finalmente pessoas que me interessavam e que me despertavam alguma vontade para compartilhar. Cheguei no dia 5, exatamente quando começava a festa de Santo Reis, e o que era para ser apenas uma rápida passagem, durou 4 dias. Continua...
Vista da cidade de Arraial.Passando pela Lagoa Azul... onde estão aquelas duas crianças? Pedala!
o sol nascendo na frente da minha barraca.Rio dos FradesPraia do Espelho IPraia do Espelho II Praia do Espelho III
Passagem para Caraíva... a praia acaba e é necessário pegar uma trilha. Trilha sem mar.Rio Caraíva.A vila de Caraíva.Santo Forte. A viagem ainda não está nem na metade e meu coração ainda quer mais...
o sol nascendo na frente da minha barraca.Rio dos FradesPraia do Espelho IPraia do Espelho II Praia do Espelho III
Passagem para Caraíva... a praia acaba e é necessário pegar uma trilha. Trilha sem mar.Rio Caraíva.A vila de Caraíva.Santo Forte. A viagem ainda não está nem na metade e meu coração ainda quer mais...
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