sábado, 31 de outubro de 2009


Fora de mim

imagino na paisagem

a imagem do que fui.

Alice Ruiz

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Mais do mesmo. Até quando?

Semana passada havia publicado aqui no Paladar uma nota e um pedido de solidariedade de ativistas estadunidenses que foram acusados de conspiração e tiveram sua casa invadida pelo FBI, e esses por sua vez causaram mais que danos físicos ao roubarem equipamentos e materiais de trabalho de seus moradores. Acabo de tomar conhecimento de que a sede da Federação Anarquista Gaúcha foi invadida ontem (29) pela Policia Militar do Rio Grande do Sul. Fica a pergunta: quem protege quem? Estamos seguros? Mais que a sociedade disciplinar anunciada por Michel Foucault continuamos em estado de sítio e vigília numa falsa democracia. Manipulados, controlados, enganados, agredidos sem trégua pela canalha. Você não se sente violentadx? Concretamente estamos sendo atacados! O Estado dá continuidade em sua função de cão de guarda de alguns privilegiados e fica claro, como já disse inúmeras vezes, quem está do lado de quem.

A sede da Federação Anarquista Gaúcha (FAG) foi invadida por dezenas de policiais ontem (29), por volta das 16 horas. A ação policial, sob um mandado de busca e captura, visava recolher material de propaganda contra a governadora do Rio Grande do Sul Yeda Crusius, que decidiu mover uma ação por injúria, calúnia e difamação contra ativistas da organização anarquista. No local da FAG, na rua Lopo Gonçalves, Cidade Baixa, os policiais apreenderam vários materiais de propaganda, documentos e um computador. Integrantes da FAG prestaram depoimentos na 17ª Delegacia Policial e foram liberados. A governadora do Rio Grande do Sul é acusada de estar envolvida em uma série de escândalos de corrupção que atingiu o seu governo e resultou no afastamento de quatro secretários estaduais. Contudo, no dia 20 de outubro, a Assembléia Legislativa gaúcha aprovou relatório de comissão especial que propôs arquivar processo de impeachment contra a governadora. A seguir três comunicados públicos da FAG.]

1º Comunicado

Neste exato momento – quinta-feira, 29 de outubro de 2009, a partir das 16 horas - a Polícia Civil do RS sob o comando da governadora Yeda Crusius promove diligência na sede da Federação Anarquista Gaúcha (FAG). O mandado de segurança do governo busca apreender material de propaganda política contra o governo acusado de corrupção. Os cartazes abordam o empréstimo junto ao Banco Mundial e o assassinato do sem-terra Eltom Brum. Este ato é pura provocação do Executivo gaúcho, atravessado por atos de corrupção e situações até hoje sem explicação, como a morte de Marcelo Cavalcante em fevereiro desse ano. Convocamos as forças vivas da esquerda gaúcha para reagirmos de forma unificada contra mais esse desmando.

Solidariamente,

Federação Anarquista Gaúcha (FAG)

2º Comunicado

Material de propaganda e CPU da FAG apreendidos

Nesse momento, quinta-feira, 29 de outubro, 2009, às 17h31, temos compas respondendo na 17ª DP, localizada na rua Voluntários da Pátria, 1500, perto da Rodoviária de Porto Alegre. A Polícia Civil apreendeu material impresso, chapas de cartazes e inclusive a CPU do computador da sede. Isso se trata de uma conspiração oficial para atacar uma das forças da esquerda não parlamentar e com base social real no RS!

Era de se esperar uma reação como essa, em função da FAG sempre haver atuado com modéstia mas tenacidade, sendo das mais aguerridas em todas as circunstâncias na defesa dos interesses e objetivos estratégicos do povo gaúcho. Vamos fazer uma denúncia pública e provar para as classes oprimidas do RS a natureza desse ataque vil sob ordem de um governo acusado dos mais graves crimes.

Não tá morto quem peleia!

Federação Anarquista Gaúcha (FAG)

3º Comunicado

Toda a solidariedade para com a FAG! Antes a repressão foi contra o sem terra Eltom, hoje é na sede da FAG, amanhã quem será?

A repressão do governo Yeda foi além do esperado. Dois compas foram processados e responderam a processo de parte de um governo acusado de dezenas de crimes, e alvo de investigações federais em seqüência. Até a repressão do Estado liberal-burguês vê a esta gestão como alegando investigar uma propaganda contra a sua gestão, a polícia civil do RS apreendeu documentos internos da Federação Anarquista Gaúcha, intimou
aqueles que mesmo prestando apenas a sua solidariedade constavam de registros da página de internet da organização. Não bastasse a apreensão da CPU e do backup do computador, levaram documentos internos (como ata de reuniões), material de propaganda público e até os resíduos que estavam na lixeira da sede.

Imediatamente a solidariedade de classe se fez notar, repercutindo no Rio Grande do Sul, por todo o Brasil, na América Latina e, a partir da Espanha, por organizações anarquistas e movimentos populares de todo o mundo.

Pedimos a solidariedade de companheiras e companheiros para difundirem e
traduzirem esta três notas em seqüência.

Solidariamente,

Federação Anarquista Gaúcha (FAG)

secretariafag@vermelhoenegro.org

www.vermelhoenegro.org/fag



VÍDEO GANHADOR DO PRÊMIO EDUCAÇÃO SEXUAL DA OMS


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segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Imperdível!

Por Cidinha da Silva
Como vocês sabem, tenho muito alegria em participar de todas as etapas de feitura de um livro meu e, depois de pronto, dar os primeiros passos junto com ele. E quando ele passa a caminhar com as próprias pernas, gosto de saber por onde anda, em companhia de quem e perceber algumas das emoções que provoca. Livro para mim não é filho. Livro é livro, é obra de arte. Há pessoas, muitas até, que fazem analogias entre filhos e livros, dirão até que o que escrevi sobre o Pentes poderia ter escrito sobre um filho, mas não me convenço, livro é livro, e tem um lugar que filho não ocupa, e o contrário também é verdadeiro. Um livro eu faço como quero, defino a cara, a capa, a voz, o número de páginas, o ritmo da trama. Eu formato, eu defino, eu construo, e, se não gostar, ao final, tenho a opção de destruir, deixar guardado ou posso também refazer. O livro é algo que, como autora, eu manipulo. Filho eu amo como é. Um filho, se por desventura, perco, eu não reconstituo, não refaço, não recrio. Um livro, sim. Por isso acho que livro e filho são essencialmente diferentes e não faço analogias para achar que são a mesma coisa. O Pentes sai da gráfica daqui a uns quinze dias e, junto com amigos e amigas queridos, parceiros de sempre, estou organizando os lançamentos. Adianto os eventos já definidos: 30/10 em Porto Alegre, na Palavraria, espaço sempre acolhedor, desta feita em evento organizado pelo poeta e amigo Ronald Augusto. Dia 31/10 também em Porto Alegre, na Feira do Livro. Lançamento organizado por duas organizações de Mulheres: Maria Mulher e Mulheres Rebeldes. Dia 14/11 em Belo Horizonte, na sede da Companhia de Teatro "A Farsa", em bate-papo organizado pelo Espaço Griô, Companhia "A Farsa" e pelo amigo Anderson Feliciano. Teremos mais três eventos em BH, um para crianças, adolescentes e professores/as, organizado pela Mazza Edições, no próprio dia 14/11; algo organizado pelos amigos da Coletivoz no dia 13/11 e um happy our com amigos a amigas do movimento LGBT no domingo, 15/11. Mas ainda estamos em tratativas, assim que as coisas estiverem definidas, informo aqui. Dia 21/11 em São Paulo, dentro da programação de primeiro aniversário da Odun - Formação e Produção. Dia 26/11 no Rio de Janeiro, no Grupo Arco-Íris, promoção do Núcleo de Mulheres da Instituição. É isso. Espero por você que acompanha este blogue em algum desses momentos. Até lá.

sábado, 24 de outubro de 2009

Quando eles chutam a tua porta da frente, como você vai ficar?


No dia 1º de outubro, às 6 da manhã, o Joint Terrorism Task Force (um sindicato de departamentos policias locais e o FBI), chutou as portas de nossa casa – uma casa coletiva anarquista no Queens, Nova Iorque, afetuosamente conhecida como Tortuga. Os primeiros desastres da batida foram rapidamente seguidos por mais brutalidade, na medida em que a polícia sujeitava três pessoas que estavam dormindo, destruindo as portas do quartos que estavam destrancados.

Outras três pessoas (que acordaram com desagradáveis barulhos de passos, madeiras quebrando, e vozes gritantes) aguardaram no porão – mas as armas apontadas e as luzes ofuscantes chegaram rápido.

Nós colocamos nossas mãos aonde eles pudessem vê-las. Eles mandaram a gente sair da cama. Eles não deixaram a gente se vestir, mas colocaram roupas ao acaso em algumas pessoas. Nós fomos algemados, e embora no início os grupos do andar de cima e do andar debaixo terem sido propositalmente separados, logo estávamos todos juntos, sentados na sala de estar, posicionados como bonecas sobre os sofás e as cadeiras. Ficamos algemados por muitas horas, e estávamos desamparados como nosso pequeno pássaro, um fringilidae que resgatamos e estávamos reabilitando, e que voou pela porta aberta para uma morte certa, após sua gaiola ter sido golpeada pelos policiais no seu zelo em abrir as portas do quartos do andar de cima pela força. Nós gritamos para eles, mas eles continuaram com a brutalidade.

Eles nos mantiveram e nos vigiaram por horas e horas e horas. 16 horas para ser preciso, 16 horas com o NYPD e o FBI perambulando pela nossa casa, confiscando nossas vidas em uma “expedição de pescaria” relacionada aos protestos do G20 de 24 e 25 de setembro, em Pittsburgh. O mandato de busca, que finalmente permitiram que a gente pudesse lê-lo, mencionou a violação de leis de tumulto e foi vaga o suficiente para permitir que a casa inteira fosse vasculhada. Eles continuamente repetiam que nós não estávamos sob prisão, que éramos livres para ir. Mas ser livre significa ser vigiado pelo FBI, monitorado enquanto usa o banheiro, não ter permissão para fazer telefonema por horas ou observá-los saqueando nossos quartos. Ser livre significa levar dois de nós embora sob estúpidas intimidações, e mesmo embora esta fosse a nossa casa, onde vivíamos, se a deixarmos, não poderemos entrar nela novamente.

Três de nós ficou até o final. Três de nós permaneceu para assistir a equipe de substâncias perigosas entrar na casa para investigar um jogo de química de criança, vê-la vasculhar a garagem sob uma autorização adicional, assinalar todas as coisas que confiscavam como “evidência” – curiosos brinquedos de pelúcia do George, trabalhos artísticos, correspondência com o prisioneiro político Daniel McGowan, certificados de nascimento, passaportes, o arquivo de vídeo inteiro de um coletivo de mídia local, registros de taxas, livros, computadores, aparelhos de armazenamento, telefones celulares, DVDs da Buffy a Caça Vampiros, bandeiras, faixas, cartazes, fotografias e mais coisas do que foram relatadas aqui.

O ímpeto aparente desta batida apareceu cerca de uma semana atrás, quando dois membros de nosso lar foram presos, uma vez mais sob a mira de uma arma, nos subúrbios de Pittsburgh. Eles são acusados de serem os cabeças que, “dirigindo” as alegres manifestações contra o G-20, usaram tecnologias tais como o Twitter para “impedir a apreensão” do/as manifestantes. Os dois foram presos sob fiança, um tendo que pagar uma soma absurda de 30.000 dólares, e soltos 36 horas depois, após a fiança ter sido paga. A partir daí, nenhuma acusação adicional foi imposta contra os dois, nem contra qualquer outro morador após a batida.

Como anarquistas, não temos nenhuma ilusão do que o Estado é capaz de fazer. Nós não somos os primeiros anarquistas a ter a casa atacada, e infelizmente enquanto o Estado existir, nós não seremos os últimos. Nós somos, juntamente a outros indivíduos tarjados como David Japenga, as saídas para a raiva impotente que as autoridades sentem quando perdem o controle, assim como eles fizeram durante o G-20 em Pittsburgh. Nós, aquele maravilhoso nós, que inclui o Tortuga House e todos que mantêm afinidades conosco, recusamos as formas rígidas que as autoridades aprisionam um mundo explodindo com possibilidades infinitas – ele não é um líder, ela não agiu sozinha, eles não estão sendo dirigidos. A repressão é uma estratégia que o Estado usa para nos colocar na defensiva, para desviar nossas energias de ser uma força pro-ativa e ao invés disso lidar com as coisas que isto provocou. Nós não iremos mentir e dizer que isso não nos deixou enrolados, mas na medida em que nosso tempo e vertigem passam, tomamos conhecimento que amigos nos cercam. Nossa determinação é fortalecida por esta solidariedade, e nós não iremos ser detidos por esta agressão do Estado.

Desejamos agradecer todos o/as nosso/as amigo/as e companheiro/as que nos apoiaram nestes dias difíceis. Na manhã seguinte (2 de outubro) nosso advogado arquivou uma injunção sobre a batida que foi inesperadamente concedida – ela proíbe as autoridades de pesquisar nossos pertences até a gente voltar ao Tribunal no dia 16. Nas semanas e meses a vir nós faremos o melhor para compartilhar os desenvolvimentos processuais na medida em que eles forem ocorrendo. Se você quer manter contato ou descobrir uma maneira para nos ajudar, por favor, envie um e-mail para: tortugadefense@gmail.com

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Dos Joseenses

Cá estamos! E cá permaneceremos um tanto mais.
Entre uma pausa e outra, a gente come. E tenta comer bem, em lugares que nos fazem bem quando não conseguimos preparar nosso próprio alimento. Vai um epsódio de um desses acontecimentos. Pois então, sobre os joseenses, esses habitantes de São José dos Campos, cidade do Vale do Paraiba, hoje local de um de meus trabalhos. Segundo o oráculo, São José é a sétima maior cidade do estado de São Paulo, 30ª maior do Brasil e a terceira maior cidade do interior do Brasil com 615.871 habitantes. Em minhas investidas para conhecer essa simpática cidade, descobri alguns restaurantes vegetarianos que acabaram se tornando meus locais prediletos para comer. Um deles é o Lotus, restaurante chinês-brasileiro que oferece boa diversidade de quitutes típicos dessas culinárias. Estou por lá numa média de 2 vezes por semana e quando me dei conta que o frequentava com certa assiduidade perguntei por um desconto, afinal cliente cativo que venho sendo, nada mais justo. O interessante é que praticamente todos do local são chineses mesmo, originais. Mais da metade deles não falam nada em português além de "bom dia, boa tarde e muito obrigado". Já a outra metade além dessas palavra fala "tudo bem?; gostaria de mais alguma coisa?; volte sempre!" Conheço essa coisa de não comunicar muito bem em outro idioma (o Japão que o diga!) e sei bem também que no final das contas o que importa mesmo é a simpatia, a educação e a gentileza, e esses amigos chineses têm tudo isso de sobra. Não importa onde você vá, trate de dizer "desculpe, por favor e obrigado"! Já saquei que eles são budistas também e talvez esse sorriso presente em todos venha daí, sei lá. O fato é que as vezes converso um pouco com um ou outro que fica mais desinibido e se arrisca no português. E foi com ele que fui pedir o desconto, ou quem sabe alguma promoção, do tipo " a cada 10, ganhe 1". Eis que ele me pergunta:
- Você estar sempre por aqui? Trabalho?
- Sim, logo ali na frente, uns 5 minutos.
-Certo, certo.

Ele então pega um caderno com alguns nomes e me diz:
- Você coloca nome aqui e quando paga ganha desconto.
- Como é? Não entendi.
- Você coloca nome, depois valor da comida, assina (na verdade faz o gesto) e depois paga em dinheiro e ganha desconto.

Penso comigo que talvez deva estar entendendo errado. Ele esta dizendo pra um cara que come lá de vez em quando no ultimo mêes e meio para entrar na caderneta do fiado e depois ganhar 10% de desconto? Será? Desconfio e pergunto se é isso mesmo para confirmação do meu espanto. O desconto é para os clientes que pagam em dinheiro, num montão, depois de um mês, fiado. Beleza, entendi. Lembrei de minha querida amiga Cidinha, lá no Rio, que vai as vezes almoçar num restaurante que o caixa não tem funcionário, você é quem faz seu troco. Sim, lá no Rio de Janeiro.
E lá está meu nome no caderno do fiado, com um telefone que ninguém confirmou, nem pediu rg, cpf ou outro documento. Confesso que ando mais feliz comendo no restaurante dos amigos chineses, que estou prestes a entender o nome deles todos, que nem tudo esta perdido e que nossas fronteiras culturais e linguísticas são muito pequenas diante dessas gentilezas e desses sorrisos.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Volta do mundo

Povo, sei que ando um tanto relapso com o blog, escrevendo muito pouco, postando um bocado de evento sem comentá-los, mas diante dos fatos e das circunstâncias, estou por um fio para fechar o Paladar por tempo indeterminado. O feriado está aí e daqui a pouco vou encontrar o povo de angola para três dias de muita vadiação, então na volta a gente diz a que conclusão chegamos. Até lá aproveitem bem o friozinho que acabou de chegar e divirtam-se!

Saúde Mental

Em comemoração ao Dia Mundial da Saúde Mental (10 de Outubro), diversas entidades e movimentos da sociedade civil, vão realizar atividades na Camâra Municipal de Vereadores de São Paulo, no dia 16 de outubro. Trazendo para o legislativo municipal uma reflexão sobre a Política, a Rede e as necessidades da Saúde Mental em São Paulo.

A Rede de Saúde Mental e Economia Solidária esta participando dessa importante atividade. Nesse dia, a Rede vai apresentar propostas sobre a necessidade de reconhecimento e apoio do poder público municipal, aos projetos/ empreendimentos de trabalho e produção cultural, desenvolvidos e impulsionados pelos equipamentos da rede pública de Saúde Mental. Buscando fortalecer um dos eixos fundamentais para o processo de inserção comunitária dos usuários de saúde mental, que é o acesso ao trabalho.

Participe e traga suas contribuições. Venha Fortalecer o SUS e a Reforma Psiquiátrica brasileira.

Dia 16 de outubro de 2009
Local: Câmara Municipal de São Paulo, Viaduto Jacareí, 100. Metrô Anhangabaú
1o andar.
Horário: 14 horas
Entrada Gratuita

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Poesia em dose dupla

SARAU DA COOPERIFA COMPLETA 8 ANOS DE ATIVIDADES POÉTICAS NA PERIFERIA DE SÃO PAULO

O Sarau da Cooperifa completa 8 anos de atividades poéticas na periferia de São Paulo, e para comemorar vai realizar a sua II Mostra Cultural com uma semana inteira de eventos culturais totalmente gratuitos (ver programação).
A Cooperifa é um movimento de incentivo à leitura e à criação poética, e ao longo desses anos já fez vários eventos ligados a literatura. Como o "Poesia no ar" quando os poemas são soltos em balões (bixigas), o "Ajoelhaço" quando os poetas e convidados ajoelham-se e pedem perdão para as mulheres, a "Chuva de livros" quando presenteia a comunidade com livros (neste ano foram 600), o "sarau da Cooperifa nas escolas" da região, o "Prêmio Cooperifa" para pessoas e instituições que direta, ou indiretamente ajuda a periferia a se transformar num lugar melhor para viver, o "Cinema na laje", "Saraus em praças, favelas, presídios, fundação casa, lançamentos de livros e disco de poesia e de poetas."
Nesta mostra estão programados eventos de dança, literatura, cinema, teatro, artes-plásticas e música. E a Cia. Bambalina, diretamente da Espanha.
Além dos eventos também haverá debates sobre literatura (Marcelino Freire, Xico Sá, Ferréz, Sacolinha, Heloisa Buarque de Hollanda, Écio Salles, Chacal, Sérgio Vaz, Alessandro Buzo, Nelson Maca, entre vários), cinema, ativismo cultural e periferia,com a presença dos escritores da região -e de outras comunidades-, com personalidades de São Paulo e outros estados.
Uma feira de livros de escritores e um grande encontro dos saraus que estão sendo realizados nas quebradas e que dão voz a esta literatura periférica que não para de crescer.
Participe. Divulgue.




II MOSTRA CULTURAL DA COOPERIFA
(19 a 25 outubro)



PROGRAMAÇÃO:

Dia 19/10 (segunda-feira)
Abertura

16h | Debate
O que a reforma da Lei Rouanet tem a ver com os movimentos culturais das periferias?
Expositor: Juca Ferreira – Ministro da Cultura (a confirmar)
Professor Carlos Giannazi – Deputado Estadual/SP
Ana Tomé – diretora do Centro Cultural da Espanha em São Paulo
Coordenação: Eleilson Leite – coordenador do Programa de Cultura da ONG Ação Educativa
19h | Cerimônia de Abertura
Poetas da Cooperifa
20h | Show
Izzy Gordon
A cantora de MPB, soul e do bom e velho funk desfila seu vozeirão num show especial para a Cooperifa

Local: CEU Campo Limpo
Avenida Carlos Lacerda, 678 – Campo Limpo


Dia 20/10 (terça-feira)
Dança

15h | Apresentação teatral
Kraft – Companhia Bambalina
Companhia espanhola com prestígio internacional por valorizar o uso dos fantoches e mesclar a linguagem teatral com outras dramaturgias. O espetáculo “Kraft” é voltado para o público infantil e recorre aos elementos lúdicos para abordar o amor pelas pessoas e coisas.

Local: CEU Casa Blanca
Rua Damasceno, 85 – Vila das Belezas


17h | Debate
Um olhar para a cena periférica no Brasil
Nelson Maca (BA) – professor de literatura da UCSAL e ativista do coletivo Blackitude
Guti Fraga (RJ) – jornalista, ator, diretor artístico e fundador da ONG Nós do Morro
Alessandro Buzo (SP) – escritor e ativista cultural, organizador do Favela Toma Conta
Adriana Barbosa (SP) – empreendedora social e idealizadora da Feira Preta
Coordenação: Érica Peçanha – antropóloga e pesquisadora da produção cultural periférica
20h | Apresentações artísticas
Balé Capão Cidadão
Apresentação dos alunos das oficinas de balé da ONG Capão Cidadão.
Solano em rascunhos – Cia Sansacroma
O grupo pesquisa e desenvolve trabalhos nas áreas de dança, teatro e cultura afrobrasileira.

Local: CEU Campo Limpo
Avenida Carlos Lacerda, 678 – Campo Limpo


Dia 21/10 (quarta-feira)
Literatura

15h | Debate
Engajamento e revolta na ponta da caneta
Rodrigo Ciríaco – professor e escritor
Michel da Silva – arte-educador e escritor, fundador do Sarau Elo da Corrente
Márcio Batista – professor e poeta da Cooperifa
Elizandra Souza – escritora e redatora da Agenda Cultural da Periferia
Coordenação: Ecio Salles (RJ) – colaborador de coletivos atuantes em favelas e periferias, pesquisador e autor do livro “Poesia revoltada”
17h | Debate
Literatura marginal através dos tempos
Chcacal (RJ) – protagonista da literatura marginal dos anos 1970, poeta e produtor cultural
Sérgio Vaz – poeta, ativista cultural e idealizador da Cooperifa
Ferréz – escritor e ativista, editor das revistas Caros Amigos/Literatura marginal e do Selo Povo
Coordenação: Heloisa Buarque de Hollanda – coordenadora do PACC/UFRJ, ensaísta e pesquisadora da cultura brasileira

Local: CEU Casa Blanca
Rua Damasceno, 85 – Vila das Belezas

21h | Sarau da Cooperifa
Edição especial do sarau da Cooperifa que completa 8 anos de atividades poéticas na periferia de SP.

Local: Bar do Zé Batidão
Rua Bartolomeu dos Santos, 797 – Chácara Santana


Dia 22/10 (quinta-feira)
Cinema

14h | Mostra Cinema na Laje
Exibição de curtas e longas nacionais
Povo lindo, povo inteligente (50 min), de Sérgio Gagliard e Maurício Falcão. Documentário sobre o sarau da Cooperifa a partir do cotidiano e dos relatos de sete poetas assíduos.
Amanhã, talvez (7 min), de Rogério Pixote. Manoel e seu dia a dia. Bebida, TV, bebida, talvez amanhã. Baseado em um conto de Sérgio Vaz.
Literatura e resistência (54 min), 1daSul Filmes e Literatura Marginal Editora. Documentário sobre a trajetória literária e de militância cultural do escritor Ferréz.
Graffiti (10 min), de Lílian Santiago. A história por trás de um graffiti. Um rolê com um jovem pela cidade de São Paulo, logo após a série de ataques do crime organizado.
Profissão MC (52 min), de Alessandro Buzo e Toni Nogueira. O filme aborda os dilemas enfrentados por um rapper da periferia em um momento delicado de sua vida.
Pode me chamar de Nadí (18 min), Déo Cardoso (CE). Dos deboches dos colegas ao contato com uma bela modelo negra, os conflitos enfrentados pela menina Nadí por conta dos seus cabelos crespos.
18h | Debate
A periferia se vê no cinema de periferia?
Ricardo Elias – cineasta e diretor dos filmes De passagem e Os 12 trabalhos
Rogério Pixote – cineasta e articulador do coletivo Cine Becos e Vielas
Toni Nogueira – produtor executivo da DGT Filmes e cinegrafista
Coordenação: Luiz Barata – coordenador do núcleo de audiovisual da ONG Ação Educativa

20h | Exibição de filme
Os 12 Trabalhos (90 min), de Ricardo Elias
Numa leitura contemporânea do mito de Hércules, um ex-interno da Febem tem que cumprir doze tarefas para conseguir o emprego de motoboy na cidade de São Paulo.

Local: CEU Casa Blanca
Rua Damasceno, 85 – Vila das Belezas

Dia 23/10 (sexta-feira)
Teatro

16h | Debate
É possível viver sem escrever?
Xico Sá – escritor e jornalista
Sacolinha – escritor, ativista e coordenador de um centro cultural em Suzano/SP
Marcelino Freire – escritor, blogueiro e agitador literário
Coordenação: Roseli Loturco – jornalista e professora da ONG Papel Jornal

20h | Apresentações teatrais
Os Tronconenses – Núcleo Teatral Filhos da Dita (Instituto Pombas Urbanas)
Formado por jovens atores da periferia da Zona Leste, o núcleo apresenta a história de “Tronconé”, uma cidadezinha imaginária que se parece com muitas cidades brasileiras. No espetáculo, crianças encenam a vida adulta, o imaginário e o real se misturam, loucura e lucidez muitas vezes se confundem.
Solano Trindade e suas negras poesias – Capulanas Cia de Arte Negra
A companhia Capulanas é formada por jovens negros atuantes em movimentos artísticos da periferia de São Paulo. Nesta apresentação, a força da mulher negra e das manifestações populares ecoa no trabalho cênico e na dramatização das poesias de Solano Trindade, Elizandra Souza e dos próprios atores.

Local: CEU Campo Limpo
Avenida Carlos Lacerda, 678 – Campo Limpo

Dia 24/10 (sábado)
Caldeirão Cultural

11h | Feira de livros e exposições
- Venda de livros e a presença dos coletivos literários e escritores periféricos
- Exposição de pinturas, de Jair Guilherme
- Mostra Arte Dulixo, de Tubarão
- Metalmorfose (arte com sucatas de carro), de Casulo

16h | Debate
Arte de rua na periferia
Jair Guilherme – artista plástico e professor de artes, dirige um ateliê na periferia
Michel Onguer – artista plástico das ruas (grafiteiro) e arte-educador
Cripta Djan – pixador e documentarista
Coordenação: João Wainer – fotógrafo e produtor de vídeos
19h | Apresentação musical
Brau Mendonça
Show intimista de música brasileira com o cantor dos saraus cooperiféricos
20h | Encontro dos saraus
Grande encontro de valorização da poética e política dos coletivos literários de São Paulo.
Com: Cooperifa, Elo da Corrente, Rascunhos Poéticos, Sarau da Ademar, Sarau da Brasa, Sarau do Binho, Sarau do Povo e Sarau Rap.

Local: CEU Campo Limpo
Avenida Carlos Lacerda, 678 – Campo Limpo


Dia 25/10 (domingo)
Música

Apresentações musicais
16h30 | Kolombolo Diá Piratininga
Grupo que se dedica à pesquisa e difusão do samba paulista

17h30 | Wesley Nóog & 1Banda
Funk, samba, soul e suingue brasileiro

18h30 | Periafricania
Participação de Crônica Mendes, do grupo “A Família”
Rap de protesto com um grupo formado nos saraus da Cooperifa

19h30 | Versão Popular
Participação especial de B. Valente
Música e poesia com o grupo de rap nascido na Zona Sul paulistana
20h30 | Grande show de encerramento
GOG
O melhor do hip hop nacional com o poeta do rap

Local: Casa Popular de Cultura do M’ Boi Mirim Rua Inácio Dias da Silva, s/n - Piraporinha


REALIZAÇÃO: COOPERIFA

PARCERIA: AÇÃO EDUCATIVA, CENTRO CULTURAL DA ESPANHA, ITAU CULTURAL, GLOBAL EDITORA E SESC SANTO AMARO
Curadoria: Sérgio Vaz
Agradecimentos: Casa Popular de Cultura do M’Boi Mirim, CEU Campo Limpo, CEU Casa Blanca e Bar do Zé Batidão

TODAS AS ATIVIDADES SÃO GRATUITAS

ENTREGA DE CERTIFICADO NOS DEBATES

INFORMAÇÕES
Cooperifa: (11) 9342-8687/8358-5965/9391-3503
www.colecionadordepedras1.blogspot.com
cooperifa@gmail.com
Ação Educativa: (11) 3151-2333, ramais 153 e 166
www.acaoeducativa.org

Cinema e direitos humanos


Ainda dá tempo!

http://www.cinedireitoshumanos.org.br/