segunda-feira, 29 de março de 2010

curtas

Bar SACI! TRIO DAS MENINAS música brasileira de qualidade Entrada: R$ 10 Quando: Todas as Quartas -Feiras de Março (17 – 24 e 31) Horário: 18h – 23h Cerveja de Garrafa Skol e Brahma - R$ 3,49 Casa do Saci: R. Vanderlei, 702 – Perdizes – (na frente do Instituto Sedes Sapientiae) Como Chegar

Greve dos Professores de São Paulo - Assembleia de 26 de março de 2010 Assista Aqui


Terminado o julgamento do casal Nardoni e passada a gritaria e rojões dos desocupados que ficaram em frente ao Fórum ou que, em suas casas, não faziam mais nada senão se alimentar do noticiário bestializado do caso, veio o inexorável silêncio. Mais uma vez a vida dessas pessoas que gritaram e comemoraram voltou a encher-se de nada. Todas elas caminharam para a mediocridade de onde saíram. Cada vida ali, cheia de nada, talvez tenha menos a fazer no mundo do que os Nardoni, que irão envelhecer na cadeia. Cada uma daquelas pessoas, até chegar ao ouvido delas a morte de mais uma Isabela qualquer, estará tão morta quanto a própria Isabella. Nada dentro de casa, nada no horizonte. Uma vida cheia de nada. Leia o texto do filosofo Paulo Ghiraldelli Jr. Aqui

Uma investigação da Confederação Nacional da Agricultura (CNA - entidade dos latifundiários cuja presidente é a própria Kátia Abreu) realizada em 1.020 fazendas constatando que nem 1% delas cumpre as leis trabalhistas no campo! Isso mesmo: menos de 1%! O Tribunal de Contas da União (TCU) detectou irregularidades em convênios firmados entre o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e a Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp). Entre 2000 e 2006, cerca de R$ 884 milhões saíram dos cofres públicos para o Senar. O TCU comprovou que esse dinheiro foi destinado, entre outros alvos, ao custeio da máquina de duas entidades patronais. Leia mais em
http://acortica.blogspot.com/2010/03/questao-agraria-e-o-que-nao-sai-na.html

E ja que estamos dando nome aos bois, Brasil deve mais 350 anos de sua economia ao trabalho escravo. Para entender melhor veja entrevista com o Ministro Edson Santos aqui.

Para maiores informações sobre cursos em andamento, palestras, aulas gratuitas e áudio de aula sobre Nietzsche, visite o blog http://amauriferreiracursos.blogspot.com. Quem tiver interesse em adquirir o livro Introdução à filosofia de Spinoza, clique aqui para fazer o pedido via Estante Virtual.

sábado, 20 de março de 2010

Tanta coisa pra dizer e...

contar e pensar e compartilhar... mas ainda assim fico com algo já conhecido. Não que esteja eu já nesse lugar dito tão sabiamente pelo Mestre Itamar Assumpção, mas me faço falar para inspiração no bom combate que vejo travando nos últimos tempos: como amargar sem se perder no rancor? Como reconhecer a dor sem justificar a eterna lamentação?

Dor Elegante
(Itamar Assumpção e Paulo Leminski)


Um homem com uma dor
É muito mais elegante
Caminha assim de lado
Com se chegando atrasado
Chegasse mais adiante

Carrega o peso da dor
Como se portasse medalhas
Uma coroa, um milhão de dólares
Ou coisa que os valha

Ópios, edens, analgésicos
Não me toquem nesse dor
Ela é tudo o que me sobra
Sofrer vai ser a minha última obra

terça-feira, 16 de março de 2010

domingo, 14 de março de 2010

Glauco, que a terra lhe seja leve.

Ia eu escrever algo sobre a triste morte do Glauco quando li o texto de meu cumpadre e comparça Tim. Valeu pelas palavras amigo, essa sim uma homenagem digna da obra desse homem. GLauco, obrigado.
Glauco e Henfil, por Simon

E mataram o Glauco... Socorro! Tanta gente podre viva por aí, tanta gente que prejudica a vida de toda a gente .... E mataram logo o Glauco.

Sabe no filme "Cidade de Deus", quando o Cenoura fala por cara que matou o Bené: "Tu matou o malandro mais sangue-bom do morro"..... A sensação é exatamente essa.


Eterno Glauco, por Caio Schiavo

Jamais pensei que fosse ficar realmente triste com a morte de alguém que eu só tinha visto aqui e ali, mas nunca trocado um "a"... Assim como a morte de um parente ou de um camarada, custo para acreditar no que está rolando mesmo, fica um sentimento de "não é possível", uma vontade de fingir que não aconteceu isso... Mas não dá... é vida que vai, não volta ninguém.

Como a maioria do pessoal da minha idade (vinte e poucos, hehe), comecei a ter contato com o Glauco por meio do Geraldão e Geraldinho. E, na real, não gostava muito não. Aliás, podem até me atirar pedras, mas das charges do Glauco que tratavam meramente sobre comportamento, acho que eu curtia só os Neuras. Os demais personagens, sei lá, não faziam minha cabeça não.

Para mim, o lado incrivelmente bom do Glauco era o que falava sobre política apodrecida, sociedade apodrecida e outras mazelas do cotidiano apodrecido. Quando descobri esse lado dele, na Chiclete com Banana e na Revista Careta (a da década de 80) minha visão do seu trabalho mudou totalmente. Um humor ácido demais (e sendo o Glauco, nem tinha como ser diferente)! Dedo no olho demais! Era (e ainda é) sempre esse lado que buscava nos trabalhos dele.

E logo alguém que você admira tanto, morre de uma forma tão desgraçada, estúpida, numa situação doentia para qualquer um, mas que dá ainda mais angústia e perplexidade quando acontece com alguém que você sente uma baita afinidade com as idéias.

Dá muita tristeza também ver como o assunto é tratado pela mídia. Não só pelo fato de que os jornais ficaram o dia inteiro explorando a morte para exigir mais repressão policial sobre a sociedade, como se isso acabasse com a violência urbana. Aliás, novamente aquelas pombas brancas da paz típicas da classe média começam a voar por aí, sem saber pra onde vão, nem pra quê e muito menos como chegam lá, aliás não sabem nem como pousar e nem o que significa essa tal de "paz" pela qual elas tanto batem suas asas.

Mas também dá tristeza por conta dos urubus que não esperam nem o cadáver esfriar para começar a lucrar em cima. Exemplo mais carniceiro de todos só podia ser da Folha. Além de usar a morte de Glauco para faturar ainda mais com as vendas da livraria do jornal, na sua manchete sobre o assunto não deixou por menos: "Cartunista DA FOLHA, isso mesmo, DA FOLHA, OUVIRAM BEM, DA FO-LHA, Glauco (da Folha) é baleado e morre aos 53 anos".... que desgosto... Sem contar o fato de que a grande mídia corporativa está com essa tendência de lembrar apenas das charges mais "inofensivas", sobre sexo e curtição basicamente... E até o próprio José Serra enclausurou o pobre Glauquito sob um rótulo de "crítico dos usos e costumes"... Seria só isso mesmo, Vampirão Gripado?

Agora, o que não gera apenas tristeza, mas provoca até fúria, são os comentários postados na Internet, em matérias da Folha, Estadão, na comunidade do Glauco do Orkut e etc. Um bando de cretinos de todas as estirpes, latindo toneladas de retardadices mentais, utilizando-se da morte do Glauco para vomitar seus preconceitos e sua burrice intrínseca de classemedianos... Se você já está perdendo seu tempo lendo isso aqui, nem se aventure por essas bandas, pois há risco da úlcera ser bombardeada!

Mas chega desse lero-lero! Visitem o blog do Universo HQ, que está fazendo uma homenagem fantááástica ao Glauco, de onde retirei esses desenhos aí de cima.

Aliás, o cabo do scanner sumiu na mudança aqui no apê, então não consegui postar os trampos que eu mais gostava dele, mas ainda assim coloquei algumas charges aleatórias de primeira categoria!

E amanhã, no jornal... Quando abrir o caderno das charges, espera encontrar o quê?


sábado, 13 de março de 2010

sexta-feira, 12 de março de 2010

Para onde vou?

Naquela Mesa
Sérgio Bittencourt
Composição: Sérgio Bittencourt
Naquela mesa ele sentava sempre

E me dizia sempre, o que é viver melhor,

Naquela mesa ele contava estórias

Que hoje na memoria eu guardo e sei de cor

Naquela mesa ele juntava gente e contava contente

O que fez de manhã

E nos seus olhos era tanto brilho

Que mais que seu filho, eu fiquei seu fã

Eu não sabia que doía tanto

Uma mesa no canto, uma casa e um jardim

Se eu soubesse o quanto doi a vida

Essa dor tão doída não doía assim

Agora resta uma mesa na sala

E hoje ninguem mais fala no seu bandolim

Naquela mesa tá faltando ele e a saudade dele

Tá doendo em mim

quinta-feira, 11 de março de 2010

Altamente recomendado!

MAS ESSE AQUI É BOM MESMO!!! eu garanto

Vagabonds, recomendo a leitura diária do blog A CORTIÇA http://acortica.blogspot.com/

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Satisfação garantida ou meus spams de volta!!

TiM!!

terça-feira, 9 de março de 2010

A historia das cores

Contada por Subcomandante Marcos
Acendo o cachimbo e, depois das três longas tragadas rotineiras, começo a contar-lhes, exatamente como fez o velho Antônio...

O velho Antônio mostra uma arara que cruza a tarde.
Olhe – diz.
Eu olho esse impressionante raio de cores no quadro cinza de uma chuva que se anuncia.
Parece mentira que um só passaro tenha tantas cores – digo ao alcançar o alto do morro.
O velho Antônio se senta em um pequeno declive livre do barro que invade este cainho real. Recupera a respiração enquanto enrola um novo cigarro. Só quando estou uns passos adiante é que percebo que ele ficou para trás.
Volto e me sento a seu lado.
O senhor acha que vamos chegar ao povoado antes da chuva? - eu pergunto enquanto acendo o cachimbo.
O velho Antônio parece não escutar. Agora é um bando de tucanos que distrai sua vista. Na sua mão, o cigarro espera o fogo para iniciar o lento desenho da fumaça. Ele limpa a garganta, acende o cigarro e se acomoda, como pode, para começar, lentamente.
“A arara não era assim. Ela quase não tinha nenhuma cor. Era só cinza. Suas penas eram curtas, como uma galinha molhada – mais um pássaro entre todos os outros que não se sabe como tinham chegado ao mundo. Os próprios deuses não sabiam quem fizera os pássaros. Ou como haviam sido feitos.
Assim era a vida. Os deuses despertaram depois que a noite disse 'agora é a minha vez' para o dia. E os homens e mulheres estavam dormindo ou se amando, que é uma forma bonita de ficar cansado para dormir logo depois.
O deuses lutavam, sempre lutavam esses deuses que eram muito briguentes, não como os primeiros, os sete deuses que criaram o mundo, os primeiros de todos. E os deuses lutavamporque o mundo era muito chato, pois era todo pintado somente com duas cores.
E os deuses estavam certos de ter raiva porque só duas cores se alternavam no mundo: uma era o preto que comandava a noite, a outra era o branco que caminhava durante o dia. A terceira não era uma cor, era o cinza que pintava as tardes e as madrugadas para suavizar um pouco o preto e o branco.
E esses deuses eram briguentos, mas sábios. E, durante uma reunião, conseguiram chegar a um acordo para criar mais cores que alegrassem o caminhar e o amar dos homens e mulheres morcegos.
Um dos deuses começou a caminhar para pensar melhor seu pensamento. E tanto pensava seu pensamento que não olhou para o caminho e tropeçou numa pedra assim de grande e caiu de cabeça e começou a sangrar.
E o deus, depois que ficou chorando por um bom tempo, olhou seu sangue e viu que era outra cor, além das duas cores. E foi correndo para onde estavam os outros deuses e lhes mostrou a nova cor e deramo nome de 'vermelho' para essa cor, a terceira que nascia.
Depois, outro deus procurava uma cor para pintar a esperança. Ele a encontrou depois de bastante tempo, foi mostrá-la na ssembléia dos deuses e a chamaram de 'verde', a quarta.
Outro começou a cavar fundo na terra. 'O que você está fazendo?', perguntaram-lhe os demais deuses. “Procuro o coração da Terra', respondeu enquanto lançava terra para todos os lados. Logo depois, ele encontrou o coração da Terra e mostrou aos outros deuses, e colocaram na quinta cor o nome de 'marrom-café'.
Outro deus foi para cima. 'Vou olhar de cor é o mundo', disse e começou a subir e a subir até lá no alto. Quando chegou bem alto, olhou para baixo e viu a cor do mundo, mas não sabia como levá-la até onde estavam os outros deuses. Então ficou olhando por muito tempo, até que ficou cego, porque já tinha a cor do mundo em seus olhos. Desceu como pôde, aos tropeções, chegou ao lugar da assembléia dos deuses e disse: 'Nos meus olhos, trago a cor do mundo', e deram o nome de 'azul' à sexta cor.
Outro deus estava procurando cores quando escutou uma criança rindo, aproximou-se com cuidado e, quando a criança se distraiu, o deus lhe arrebatou a risada e adeixou chorando. Por isso dizem que as crianças de repente estão rindo e de repente estão chorando. O deus levou o riso da criança e puseram o nome de 'amarelo' a essa sétima cor.
Nesse momento, os deuses já estavam cansados e foram beber pozol, uma bebida refrescante, e dormir, deixando as cores numa caixinha, debaixo de uma ceiba, uma árvore muito comum no México. A caixinha não estava muito bem fechada e saíram e começaram a brincar alegremente, e se amaram e surgiram mais cores diferentes e novas. E a ceiba olhou tudo isso e decidiu cobri-las para que a chuva não apagasse as cores. Quando os deuses chegaram já não eram sete cores, mas eram muitas cores. Eles olharama ceiba e disseram: 'Você deu à luz as cores, então você vao tomar conta do mundo. E, do alto de sua cabeça, nós vamos pintá-lo'.
Subiram no alto da copa e dali começaram a jogar as cores ao acaso: o azul ficou parte na água e parte no céu, o verde caiu nas árvores e nas plantas, o marrom-café, que era mais pesado, caiu na terra, o amarelo, que era a risada de uma criança, voou até pintar o sol, o vermelho chegou até a boca dos homens e dos animais, que o comeram e ficaram vermelhos por dentro, e o branco e o preto já estavam no mundo, e era um relaxo como os deuses lançavam as cores, e nem se preocupavam onde elas iam parar, e algumas cores salpicaram nos homens e é por isso que existem homens de diferentes cores e diferentes pensamentos.
Depois, os deuses se cansaram e foram dormir novamente. Esses deuses, que não eram os primeiros, os que criaram o mundo, só queriam dormir. E, então, para não esquecer ou perder as cores, pensaram numa forma de guardá-las.
E estavam pensando profundamente nisso quando viram a arara. Então, agarraram a arara e começaram a colocar nela todas as cores. Aumentaram suas penas para que coubessem todas. E foi assim que arara ganho suas cores e anda por aí passeando, para que os homenes e as mulheres não se esqueçam que existem muitas cores e pensamentos, e que o mundo só será alegre se todas as cores e todos os pensamentos tiverem seu lugar.”
FIM.

sábado, 6 de março de 2010

O fim da pedalada parte I

Bom, como o ano acaba de começar pra valer – sim, acabei de dizer que sou daqueles que também percebem o ano apenas depois do carnaval – deixo o registro final da minha pedalada pelo litoral em janeiro. Falei sobre isso aqui, aqui e aqui. Apenas lembrando que o mais importante nessas situações é a postura que adotamos quando adentramos em territórios desconhecidos. Cautela é importante, mas profundo cuidado com a vida alí existente é fundamental. Minha jornada ainda não foi concluída, porém passos significativos foram dados e isso me deixa repleto de contentamento. Ah, como é bom poder voltar!

5 de janeiro: Festa de Santo Reis. A terra treme e o povo canta.


A beleza de uma expressão honesta.


Aqueles que vivem o presente.


O mastro. Depois de ser banhado com cachaça, levado a muitas portas, descascado, ele irá segurar a bandeira que voltará ao chão apenas na festa de São João.


Crianças da aldeia. Não vi uma criança chorar ou apanhar em todos os 4 dias que estive por lá. Interessante, não?


Eu e Xapóca. Jovem professor que me recebeu em sua casa e me ensinou um pouco sobre a cultura de seu povo. Boa sorte amigo!


O pedal segue viagem.


Para proteger: chapéu de folha de coqueiro.

Presente do Naldão, Mestre artesão pataxó.


Da areia de Cumuruxatiba...


...se vê coisas estranhas.


A bike que aguentou bem todo trajeto.


Banhos nas águas que encontram o mar.


Interação local.


E viva a Reforma Psiquiátrica!


quarta-feira, 3 de março de 2010

Agora vai!

E o ano acabou de começar! Carnaval se foi...
Logo eu que sempre fui daqueles que diziam não gostar do carnaval e ficava pensando horas na alienação das massas...
Como é bom poder mudar de opinião.
Ano que vem tem mais!

Quando o carnaval chegar
Chico Buarque
Quem me vê sempre parado, distante garante que eu não sei sambar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu tô só vendo, sabendo, sentindo, escutando e não posso falar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu vejo as pernas de louça da moça que passa e não posso pegar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Há quanto tempo desejo seu beijo molhado de maracujá
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
E quem me ofende, humilhando, pisando,
pensando que eu vou aturar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
E quem me vê apanhando da vida duvida que eu vá revidar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu vejo a barra do dia surgindo, pedindo pra gente cantar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu tenho tanta alegria, adiada, abafada, quem dera gritar